*Clicando no nome do artista, acima, você acessa um vídeo do cantor interpretando de forma belíssima a música "Tocando em Frente".
Renato Teixeira de Oliveira nasceu em Santos, no litoral paulista. Morou quase toda a infância em Ubatuba e aos 14 anos foi levado pelos pais para Taubaté, todas cidades do interior de São Paulo. A paixão pela música começou já na primeira cidade interiorana. Na sua família todos gostavam das canções dos rádios, das violas, das bandas marciais. O seu avô Jango, por exemplo, tocava numa dessas bandas do interior. O cantor ainda pensou em ser arquiteto, mas confessa que "a música não deixou espaço". No final dos anos 60 passou a morar na capital por indicação de um amigo, Luís Consorte. Este enviou uma fita com a produção de Renato na área musical para o tio Renato Consorte. Este último mostrou o material a Walter Silva, grande promotor de novos artistas da época. "Dei sorte", relembra o autor de Romaria.
As portas se abriram a partir dessa ligação Luís - Renato - Walter Silva. Com pouco tempo Renato Teixeira estava participando de um dos festivais da Record e teve uma composição sua, "Dadá Maria", defendida por Gal Costa, que já era um pouco conhecida. Isso foi em 1967. No ano seguinte, 68 - e isso não é citado quase em material jornalístico nenhum, a respeito do violeiro - o futuro defensor da música caipira compôs uma canção para Roberto Carlos cantar no Festival da Record. É a música "Madrasta", incluída no disco do rei do mesmo ano, num estilo completamente diferente da produção dos artistas ao longo da carreira de cada um.
Renato ouviu Milton Nascimento antes que o mineiro se tornasse conhecido e adorou. Ficou, como tantos brasileiros, deslumbrado com "A Banda", de Chico Buarque de Holanda. Curtiu bossa nova, samba, enfim, música brasileira. Com o tempo, no entanto, foi se inclinando pela criação caipira do interior de São Paulo. A música sertaneja autêntica, de raiz.
Além de ter cruzado com Gal Costa e Roberto Carlos, no início da carreira, Renato Teixeira encontrou outros artistas responsáveis pela sua formação, sua evolução, ou sua fama perante o grande público. Almir Sater foi um desses parceiros e com ele compôs "Tocando em Frente", possivelmente seu maior sucesso depois de Romaria. Esta foi gravada por Elis Regina em 1977 e se tornou um clássico. A outra, feita em dupla com Sater, recebeu uma interpretação primorosa de Maria Betânia e também se tornou cult. Lembro ainda que o artista natural de Santos participou de um festival da Globo, no início dos anos 80. Não ficou com o primeiro lugar, contudo apareceu bem e nesta época ele lançou o vinil "Garapa", um dos seus belos trabalhos.
Em 1991 Renato Teixeira lançou aquele que é possivelmente o seu mais completo trabalho, o CD "Ao Vivo em Tatuí", com a participação da dupla caipira Pena Branca e Xavantinho. Um disco que tem quase 20 anos e se você for ouvir aprecia tanto quando ele foi lançado. Uma obra-prima que inclui, ao som de violas com o gosto do público participando , algumas das mais belas criações desse cantor-compositor coerente, regionalista, brasileiro, extremamente poético em alguns momentos, de uma sensibilidade que comove.
Tem mais sobre Renato Teixeira? Sim, ele chegou a comandar um programa de televisão, apresentando convidados, gravou com Rolando Boldrin, que marcou época na TV com o "Som Brasil", tem um trabalho também com Ze Geraldo (aquele da música "Cidadão", regravada pelo Zé Ramalho) e há pouco tempo produziu o seu primeiro DVD. Aparece já de cabelos grisalhos, porém com a mesma voz macia, carinhosa, como se fosse um velho amigo da gente. Tem um filho dele, já homem feito, que participa desse DVD, está seguindo os caminhos do pai.
Renato Teixeira é um dos poucos grandes artistas nacionais que nunca foram convidados para o Festival de Inverno de Garanhuns. Talvez pela sua ligação tão grande com o interior paulista não tenha esse nome todo na região Nordeste. Todos, no entanto, de uma maneira ou de outra já ouviram o autor de "Amora". Será que alguém não conhece esses versos: "Sou capira Pirapora, Nossa Senhora de Aparecida, ilumina a mina escura e funda, o trem da minha vida..." Ou então: "Ando devagar porque já tive pressa e levo esse sorriso porque já chorei demais...". Tudo isso e muito mais é Renato Teixeira, um dos Grandes Nomes da MPB de todos os tempos.
** A série Grandes Nomes da MPB já publicou o perfil dos seguintes artistas: Nélson Gonçalves, Simone, Ednardo, Ana Carolina, Luiz Gonzaga, Marisa Monte, Djavan, Vanessa da Mata, Capiba, Renata Arruda, Dominguinhos, Marinês, Zeca Baleiro, Ângela Maria, Renato Russo, Maria Betânia, Vicente Celestino, Adriana Calcanhoto, Alceu Valença, Elis Regina e Renato Teixeira. Todos os textos são acompanhados de um vídeo com uma música expressiva do artista. Você pode acessar no espaço de busca do blog procurando por "Grandes Nomes da MPB".
Renato Teixeira de Oliveira nasceu em Santos, no litoral paulista. Morou quase toda a infância em Ubatuba e aos 14 anos foi levado pelos pais para Taubaté, todas cidades do interior de São Paulo. A paixão pela música começou já na primeira cidade interiorana. Na sua família todos gostavam das canções dos rádios, das violas, das bandas marciais. O seu avô Jango, por exemplo, tocava numa dessas bandas do interior. O cantor ainda pensou em ser arquiteto, mas confessa que "a música não deixou espaço". No final dos anos 60 passou a morar na capital por indicação de um amigo, Luís Consorte. Este enviou uma fita com a produção de Renato na área musical para o tio Renato Consorte. Este último mostrou o material a Walter Silva, grande promotor de novos artistas da época. "Dei sorte", relembra o autor de Romaria.
As portas se abriram a partir dessa ligação Luís - Renato - Walter Silva. Com pouco tempo Renato Teixeira estava participando de um dos festivais da Record e teve uma composição sua, "Dadá Maria", defendida por Gal Costa, que já era um pouco conhecida. Isso foi em 1967. No ano seguinte, 68 - e isso não é citado quase em material jornalístico nenhum, a respeito do violeiro - o futuro defensor da música caipira compôs uma canção para Roberto Carlos cantar no Festival da Record. É a música "Madrasta", incluída no disco do rei do mesmo ano, num estilo completamente diferente da produção dos artistas ao longo da carreira de cada um.
Renato ouviu Milton Nascimento antes que o mineiro se tornasse conhecido e adorou. Ficou, como tantos brasileiros, deslumbrado com "A Banda", de Chico Buarque de Holanda. Curtiu bossa nova, samba, enfim, música brasileira. Com o tempo, no entanto, foi se inclinando pela criação caipira do interior de São Paulo. A música sertaneja autêntica, de raiz.
Além de ter cruzado com Gal Costa e Roberto Carlos, no início da carreira, Renato Teixeira encontrou outros artistas responsáveis pela sua formação, sua evolução, ou sua fama perante o grande público. Almir Sater foi um desses parceiros e com ele compôs "Tocando em Frente", possivelmente seu maior sucesso depois de Romaria. Esta foi gravada por Elis Regina em 1977 e se tornou um clássico. A outra, feita em dupla com Sater, recebeu uma interpretação primorosa de Maria Betânia e também se tornou cult. Lembro ainda que o artista natural de Santos participou de um festival da Globo, no início dos anos 80. Não ficou com o primeiro lugar, contudo apareceu bem e nesta época ele lançou o vinil "Garapa", um dos seus belos trabalhos.
Em 1991 Renato Teixeira lançou aquele que é possivelmente o seu mais completo trabalho, o CD "Ao Vivo em Tatuí", com a participação da dupla caipira Pena Branca e Xavantinho. Um disco que tem quase 20 anos e se você for ouvir aprecia tanto quando ele foi lançado. Uma obra-prima que inclui, ao som de violas com o gosto do público participando , algumas das mais belas criações desse cantor-compositor coerente, regionalista, brasileiro, extremamente poético em alguns momentos, de uma sensibilidade que comove.
Tem mais sobre Renato Teixeira? Sim, ele chegou a comandar um programa de televisão, apresentando convidados, gravou com Rolando Boldrin, que marcou época na TV com o "Som Brasil", tem um trabalho também com Ze Geraldo (aquele da música "Cidadão", regravada pelo Zé Ramalho) e há pouco tempo produziu o seu primeiro DVD. Aparece já de cabelos grisalhos, porém com a mesma voz macia, carinhosa, como se fosse um velho amigo da gente. Tem um filho dele, já homem feito, que participa desse DVD, está seguindo os caminhos do pai.
Renato Teixeira é um dos poucos grandes artistas nacionais que nunca foram convidados para o Festival de Inverno de Garanhuns. Talvez pela sua ligação tão grande com o interior paulista não tenha esse nome todo na região Nordeste. Todos, no entanto, de uma maneira ou de outra já ouviram o autor de "Amora". Será que alguém não conhece esses versos: "Sou capira Pirapora, Nossa Senhora de Aparecida, ilumina a mina escura e funda, o trem da minha vida..." Ou então: "Ando devagar porque já tive pressa e levo esse sorriso porque já chorei demais...". Tudo isso e muito mais é Renato Teixeira, um dos Grandes Nomes da MPB de todos os tempos.
** A série Grandes Nomes da MPB já publicou o perfil dos seguintes artistas: Nélson Gonçalves, Simone, Ednardo, Ana Carolina, Luiz Gonzaga, Marisa Monte, Djavan, Vanessa da Mata, Capiba, Renata Arruda, Dominguinhos, Marinês, Zeca Baleiro, Ângela Maria, Renato Russo, Maria Betânia, Vicente Celestino, Adriana Calcanhoto, Alceu Valença, Elis Regina e Renato Teixeira. Todos os textos são acompanhados de um vídeo com uma música expressiva do artista. Você pode acessar no espaço de busca do blog procurando por "Grandes Nomes da MPB".
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