Abaixo o diretor americano Quentin Tarantino
Assim como na música e literatura existem os bons e os gênios, no cinema, como em outras formas de arte, acontece a mesma coisa. Os ingleses Claplin e Hithcock, o francês Truffaut, o alemão Herzog, o espanhol Bunuel, o italiano Pasolini, o sueco Bergman e com alguma boa vontade Nélson Pereira dos Santos, no Brasil, são cineastas que sempre estiveram acima dos outros, contemporâneos e atuais. Diretores de qualidade realizam filmes avaliados como ótimos, mas só os gênios, como essa turma citada, realizam obras de arte, produções artísticas que serão cult, admiradas por muitos, apreciadas por diferentes gerações. Existem outros cineastas geniais, porém estes bastam para exemplificar onde queremos chegar.
Nestes dias de carnaval tivemos a oportunidade de sentar e assistir sem atropelos o filme "Bastardos Inglórios", do americano Quentin Tarantino. É o mesmo diretor de "Pulp Fiction - Tempo de Violência" e "Kill Bill 1 e 2". Desde que surgiu, esse cara meio estranho e feioso se diferencia dos demais que trabalham na indústria cinematográfica, principalmente a americana do mago Steven Spielberg, este também genial em seu trabalho, apesar de algumas opções meramente comerciais.
"Pulf Fiction" foi um filme que marcou época, reabilitou John Travolta como ator e virou cult. A sequência de longas só consolidaram o nome de Tarantino, adorado pela maior parte da crítica e acessível também ao grande público. Neste último trabalho, no nosso entender, o diretor realizou a sua maior obra, um filme que aborda um tema por demais explorado no cinema - o nazismo, a segunda guerra mundial e a figura de Hitler -, no entanto encontrou uma fórmula e um caminho para criar algo totalmente novo, capaz de deixar empolgado qualquer cinéfilo mais ou menos bem informado.
"Bastardos" tem bom roteiro, bons atores, diálogos impecáveis, uma direção perfeita e a capacidade de reinventar a história do ditador nazista. Todo mundo que estudou História sabe que Hitler se matou no seu bunker, na Alemanha, quando viu que a guerra estava perdida e os russos dentro de poucas horas iam lhe pegar. Alguns dos seus próximos, como o ministro da propaganda - um dos inventores do marketing político moderno - Josef Goebbels, também escolheram o caminho do suícidio (este levou junto consigo, por envenenamento, a mulher e os filhos pequenos).
Tarantino, no seu excelente e genial filme, mostra os alemães na França ocupada, revela a existência de um grupo formado só para exterminar nazistas - os tais bastardos do título - e leva o final para o inusitado, um fato que não aconteceu na verdade contudo muitos adorariam, principalmente naqueles tempos de bárbarie: Hitler, Goebbels e toda a cúpula nazista estão dentro de um cinema para assistir uma obra de exaltação à bravura dos alemães, quando são vítimas de um atentado duplo dentro da sala de exibição. Uma judia que teve a família assassinada incendeia a sala de exibição, trancando as portas para impedir a fuga, enquanto os rebeldes detonam explosivos no mesmo local. É um espetáculo e tanto ver os nazistas desesperados, tentando fugir sem encontrar as saídas, o fogo tomando conta da sala e metralhadoras destruindo os "super homens" do 3º reich, inclusive o maior assassino da história mundial, o fürher Adolf Hitler.
Não é um filme tão fácil de assistir, porém também não é obra complicada, intelectualóide. Dá pra todo mundo entender muito bem e se o cinéfilo compreender isso - que Tarantino fez ficção em cima da realidade histórica -, não ficará nenhuma dúvida na cabeça de ninguém. É uma obra de arte, é uma obra prima, é um filme digno de um diretor que já merece ser chamado de gênio. Como Chaplin, Hithcock, Bunuel, Pasolini, Almódovar, Truffaut...
Tarantino além de revolucionar o cinema, salvou os anos noventa com Pulp Fiction.
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