Este belo texto foi publicado no blog de Jodeval Duarte:
Se analisarmos as histórias contadas desde a Bíblia, constatamos que nem tudo que a Igreja fala em nome de Deus é verdade. Se seguirmos e chegarmos aos livros de História dos "homens que fizeram a história" reduzimos a História em estória, além comprovamos que nem só os "homens" fizeram as histórias contadas. As Madalenas também fizeram a História não contada. Se chegarmos também até aos bastidores
Se analisarmos as histórias contadas desde a Bíblia, constatamos que nem tudo que a Igreja fala em nome de Deus é verdade. Se seguirmos e chegarmos aos livros de História dos "homens que fizeram a história" reduzimos a História em estória, além comprovamos que nem só os "homens" fizeram as histórias contadas. As Madalenas também fizeram a História não contada. Se chegarmos também até aos bastidores
políticos, atrás dos bastidores nos deparamos com divinas comédias que nem Dante seria capaz de escrever hoje. A verdade da informação é bem relativa como há séculos é comprovado que tudo é relativo e no relativo estão as verdades dos textos, até mesmo as "verdades bíblicas".
O texto é o anúncio das verdades e das mentiras do autor. Só uma coisa confesso: que nos meus 35 anos de Europa nunca passei período de me sentir digna com o meu passaporte verde e amarelo como hoje, e isso, ironicamente e patéticamente, via o texto da informação contada. Meu tempo por essas Europas com o seu racismo ainda colonial, foi um tempo de justificar que nem todo brasileiro é ladrão ou maconheiro e que nem toda brasileira é prostituta e que nem todo governo tem ministro de 5%.
Meu tempo na Suíca foi ouvir que quem mais acumulava dinheiro nos Bancos do paraíso fiscal, a Suíca, eram brasileiros da classe do poder econômico e, entre eles, FHC. Acho que cada um acumula o que tem e onde quer, porém ser Presidente tem compromisso com a Nação de não buscar paraísos fiscais como a Suíca.
Mas como tudo é relativo... Perdi meu sentimento patriótico e nem sou de levantar bandeirinha nenhuma, nem política nem religiosa, porém defendo ainda o que me resta de raízes de uma Pátria que nunca tive mas declarada perdida há 35 anos - a busca de uma identidade de um País mais ou menos digno. Não digo 100% porque o 100% não existe nesse plano. Defendo pelo menos o mais ou menos, o que já me deixa em paz comigo mesma. É nesse mais ou menos em que estou vivendo no tempo presente aqui ainda no meu eterno exílio na Suécia, ironicamente via a noticia mesmo com as verdades relativas da informação, em paz com o que ainda me resta no processo de reconciliação com as minhas raízes. Um mais ou menos em paz, um mais ou menos me sentindo digna por ainda ter meu passaporte verde - um sentimento e uma resistência patética de uma identidade de pátria mesmo pela metade.
Apesar da minha resistência em me afastar desse "cálice", me afastar das divinas comédias políticas, ainda me resta um restinho de pecado - o orgulho de ler (mentiras ou verdades) o Jornal sueco em que declara que o Brasil está saindo do estado da síndrome da "Bela Adormecida". Quem patéticamente beijou ou beija o Brasil para despertar do sono eterno? Olha a magia e o pesadelo da notícia: todos os anos no período do carnaval do Brasil os jornais e tvs na Suécia só davam notícias de mortes e feridos durante o carnaval. Eu já me sentia cansada de responder pelas mortes durante o carnaval do Brasil, até porque em nome da minha nacionalidade não posso responder pelos crimes do Brasil.
Quando afirmo com um verbo no passado, é porque este ano os jornais e Tvs da Suécia só mostram o espetáculo artístico e musical do carnaval do Brasil e não falam de mortes nem feridos. Que fenômeno é esse?! É um Brasil mais feliz ou são as verdades relativas das informações dos Jornais e da TVs suecas?
Há muito tempo que as notícias não são elementos formadores da minha opinião. Entre o fato escrito ou falado busco os 0,5% da verdade. Mas confesso que essa mínima verdade é o que me faz sentir às vezes patéticamente "feliz", numa felicidade também relativa, ao ler notícias de um Brasil menos injusto mais ?feliz? ou que não tem medo de ser feliz.
(Josenilda Duarte – Suécia)*Informação: A Suécia é um dos "paraísos" da Europa, com alto índice de desenvolvimento. A Josenilda, irmã do Jodeval, é que vive lá, sabe bem como é, mas desconfio que miséria, falta de escola e de médico, esse tipo de problemas a população não tem. A capital é Estocolmo e o país tem menos de 10 milhões de habitantes. Ou seja: A cidade de São Paulo sozinha tem mais gente do que lá. A foto acima é apenas uma mostra da Suécia.
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