Artistas como os cantores Jorge Du Peixe, Karina Buhr e Alessandra Leão manifestaram pesar na postagem.
"Ele faleceu no Hotel Central, com o qual mantinha uma relação muito íntima. [Antes] Ele estava numa clínica particular internado, mas no começo do mês ele pediu para ir para o Hotel Central. Ele estava atendido por cuidadores, 24 horas por dia. Ele chegou a ter algumas internações rápidas já nessa fase terminal do câncer, contra o qual lutava há dois anos. Ele faleceu provavelmente dormindo. Quando amanheceu e foram checar os sinais vitais, ele tinha ido a óbito", contou o escritor Wellington de Melo, que era amigo, editor e biógrafo de Miró.
O corpo de Miró foi velado na Capela do Cemitério de Santo Amaro, na região central do Recife. Ele foi sepultado nesta segunda-feira, dia 1º de agosto.
João Flávio Cordeiro da Silva, o Miró da Muribeca, tinha 61 anos. Ele foi internado em maio deste ano, num hospital público do Recife, em decorrência de problemas de saúde que vinha enfrentando há algum tempo. De acordo com a assessoria de imprensa, o artista estava com a saúde debilitada devido à dependência de bebidas alcoólicas, já havendo sido internado em clínicas de reabilitação.
Miró era poeta performático das ruas. Saiu da Muribeca, bairro da periferia recifense que emprestou o nome a sua assinatura artística, para tornar-se referência na poesia urbana.
Miró publicou mais de 15 livros e tem poemas traduzidos para o espanhol e para o francês. Em agosto de 2021, o poeta lançou o livro "O Céu é no 6º Andar", comemorando o aniversário de 61 anos.
NOTAS
A Secretaria de Cultura e a Fundação de Cultura Cidade do Recife manifestou pesar pela morte de Miró, através de notas.
"As ruas, esquinas e noites do Recife perdem um bocado de poesia e sentido neste domingo. A Secretaria de Cultura e a Fundação de Cultura Cidade do Recife lamentam a morte do poeta Miró da Muribeca e o silêncio pesaroso de tudo que ele ainda havia de dizer", diz o texto.
"Entre o lirismo e a periferia, escolheu os dois. Subverteu a rima e cunhou uma estética poética popular, urbana, periférica, negra e social, que levou Miró até para fora do Brasil", afirma ainda a mensagem, para finalizar: "[...] Miró agora se encanta em verso e prosa, deixando muda a cidade, toda esquina e toda ponte, ainda atravessadas pela poesia que ele inscreveu para sempre na geografia que cada um carrega no peito".
A Companhia Editora de Pernambuco (Cepe) também lamentou o falecimento em nota, em que chama Miró de "um dos poetas brasileiros mais importantes da atualidade".
O presidente da editora, Ricardo Leitão, afirmou que foi "uma grande honra publicar os livros de Miró". “Registrar sua poesia forte e de cunho social foi um compromisso da editora. Seu trabalho foi uma importante contribuição para a poesia brasileira”, diz o texto.
A editora pública pernambucana lançou duas de suas últimas obras, o infantil "Atchim!" (2019) e "Miró até agora" (2016).
Também na mensagem, a Cepe informa que está com duas publicações de Miró em processo de produção, sendo uma biografia e uma obra reunida com poesias inéditas.
*Fonte: Portal Globo Pernambuco
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