PREFEITURA MUNICIPAL DE GARANHUNS

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CONTEXTO

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Pesquisas Eleitorais

SINAIS - Por Roberto Numeriano

 

As urnas do primeiro turno da eleição à Prefeitura do Recife sinalizaram a virada de Marília Arraes de forma inequívoca. Mesmo uma análise superficial das intenções de votos nas pesquisas do Ibope e do Datafolha, desde a primeira semana de outubro, já evidenciava um movimento político-social pela mudança. O guia eleitoral e as trocas de informações entre os eleitores serviram certamente (e apenas) para observar e comparar os candidatos que poderiam representar melhor esse desejo.

No interior dessa análise (menos subjetiva do que pode parecer) a candidatura de João Campos (PSB) já estava, por assim dizer, eleitoralmente rifada. O sinal de sua fraqueza era perceptível na virtual estagnação do seu desempenho na preferência dos eleitores, que oscilou de 26% a 31% em várias pesquisas. O “teto” era visível a olho nu: Campos, pela percepção de pelo menos dois terços do eleitorado recifense, não representava mudança, antes pelo contrário.

Mas houve quem não percebesse logo esse processo porque teimou em focar a análise por uma ótica ideológica redutora. Em outras palavras, ainda que possamos discernir elementos político-ideológicos nesse fenômeno, ele em si mesmo não é condição suficiente para explicar por que aqueles dois terços isolaram / emparedaram cirurgicamente o PSB. Antes de aquilatar propostas como sendo de esquerda, direita, neoliberal etc, o eleitor julga nos termos dos seus interesses pragmáticos e objetivos. E, novamente, Campos encarnava uma barreira ao desejo de mudança.

Mas, afinal, o que seria ou será essa mudança? Creio haver no eleitorado a percepção de uma necessidade de avanço, um passo à frente na gestão, talvez mesmo uma ruptura histórica com um modelo de gestão tecnocrática, o qual engessa e sufoca as forças criativas do movimento social e popular, das esferas do trabalho e da cultura.

Não é por acaso que o prefeito Geraldo Júlio é, antes de tudo, um tecnocrata que nunca incorporou essa dinâmica em potência. Antes, sua gestão as represou porque inexistiu canal de interlocução que mediasse institucionalmente, pelo diálogo aberto na formulação de agendas sociais, os interesses complexos dos agrupamentos cujas vozes desejam agir e interagir em espaços concretos de poder.

Cada vez mais esses agrupamentos sentem que são a fonte de legitimação do poder pelo voto, mas dele fica alijado como a fonte seminal na formulação de políticas públicas. Querer se efetivar como integrante do poder, e não ator eventual de processos político-eleitorais, parece-me o grande passo emancipador que esse movimento evoca. Ora, aqui há um elemento de natureza per se ideológica nessa percepção, o qual explicaria porque Marília Arraes (PT), já despontava no segundo turno “virando o placar”.

Depois de isolar Campos no seu frágil “teto”, e eleitor meditou e decidiu, já no primeiro turno, que Marília era quem reunia as melhores condições de romper a tecnocracia, operar a ruptura histórica que, em certo sentido, emula a mudança liderada pela dupla Miguel Arraes – Pelópidas na primeira metade dos anos 60, uma experiência que o Golpe Militar de 1964 interrompeu.

Apontar para Marília significa dar um voto de confiança que jamais, na história política do Recife, o eleitorado deu para qualquer político, e o fato de a sua candidatura ser pelo PT agrega ainda mais, ao desafio, uma montante de lutas políticas e sociais de um belíssimo passado libertário dos pernambucanos, rebeldes no sangue e na alma.

Como herdeiro político-ideológico desse movimento de lutas já centenárias, o PT deverá traduzir na prática real do poder o desejo da mudança que, para se efetivar, precisará romper desde dentro da máquina engessada da prefeitura as correntes da gestão cosmética do Recife.

As duas primeiras pesquisas de intenção de voto neste segundo turno apontam que (se nenhuma variável extemporânea se interpor) Marília Arraes deve ser eleita, talvez até com uma vantagem considerável. O PT já perdeu para si mesmo em algumas disputas. Não seria o caso, agora. A questão, agora, será estar à altura, sob a gestão de Marília, de um desafio que somente com a presença das forças do movimento social e popular, como eixo de transformação, poderá ser vencido para afirmar a grandeza da nossa cidade e dos seus cidadãos.

Desde já, declaro o meu voto em Marília na construção desse futuro que começa aqui e agora.

 

*Roberto Numeriano é jornalista, professor, escritor e pós-doutor em Ciência Política.

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