De Mil Cores da Resistência
Tomamos
conhecimento por meio das redes sociais e veículos de comunicação de uma
atividade promovida por um professor do Colégio Presbiteriano Quinze de
Novembro para alunos do ensino médio, que de maneira claramente preconceituosa,
busca reforçar a repressão a pessoas LGBTIs. Reforçamos que só após comprovada
a veracidade dos fatos e sua consequente gravidade decidimos nos posicionar.
Utilizar
de princípios bíblicos para aconselhar sobre a homossexualidade é um apelo ao
uso de passagens que insistem em ser utilizadas como "armas" para
deslegitimar nossa existência, taxando como uma mera prática e sendo atribuída
a mesma um caráter abominável e antinatural. Posicionamentos do tipo devem ser
repudiados de forma a não terem espaço em uma discussão saudável e que preze
pelo cuidado para com as pessoas LGBTIs que compartilham esses espaços.
Quanto
ao colégio citado, cobramos que venha a público e esclareça os fatos, assumindo
seu papel na garantia da igualdade de direitos e no respeito às diferenças,
premissas essas asseguradas pela constituição Federal e pela LDB, sugerimos
também que medidas sejam tomadas quanto aos danos causados.
Discussões
sobre gênero e sexualidade nas escolas pode parecer delicadas, mas não devem
ser anuladas ou censuras, devem ser mediadas adequadamente, de modo a não
reforçar estereótipos ou ideias falsas sobre as identidades diferentes ao
padrão cisheteronormativo. Devemos estimular o senso crítico e a empatia
considerando a realidade cotidiana de pessoas que sofrem distintas formas de
discriminação em atos a sua integridade física e psicologia levando muitas
delas a morte, por outros ou por si próprios.
Vale
lembrar que LGBTfobia é crime no Brasil. Portanto, se comprovada, estará
passível de punição como previsto pela lei antirracismo.
Por
fim, reafirmamos nosso compromisso com a luta organizada pelos direitos e
dignidade da nossa comunidade e nos colocamos a disposição desse e dos demais
colégios e escolas da cidade para levar discussões, difundir o respeito em
torno de nossas vidas e identidades e mediar ações de reparação que possam
integrar o interesse entre as partes.
*Instagram da entidade aqui
**Frisamos que o blog está à disposição do colégio e profissional de educação citados no texto, para publicar as suas respectivas versões.
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