Por Michel Zaidan Filho
Duas opiniões se dividem em relação à continuidade do
(des)governo Bolsonaro: a primeira assevera que a ” casa caiu”, com a saída (e
as acusações) do ex-ministro Sérgio Moro
e a mudança (imposta pela crise) da política econômica do governo. O que
levaria em futuro próximo o economista Paulo Guedes a seguir o caminho do seu
colega: pedir demissão. Esta versão estaria amparada nas denúncias apresentadas
pelo ex-ministro e já transformadas num inquérito para apurar a sua veracidade
pelo Supremo Tribunal Federal. Caso fossem comprovadas, abrir-se-ia um processo
de afastamento de Jair Bolsonaro do cargo
da Presidência da República que poderia culminar em sua substituição pelo vice,
general Mourão. Neste sentido, o STF já teria dado um prazo ao Presidente da
Câmara para se pronunciar acerca dos vários pedidos de “Impeachment”
apresentados no Congresso. A eventual saída de Paulo Guedes dever-se-ia a uma
modalidade de Plano Marshall, adotado pelo governo, para combater à crise, em
tudo contrariando as diretrizes ultra-liberais do ministro da Economia: estouro
nos gastos públicos, investimentos do Estado na economia, renda mínima, socorro
aos estados e municípios, gastos em saúde etc.
A outra opinião afirma exatamente o contrário: diz que com
a saída desses ministros e a nova orientação anticíclica da política econômica,
o governo estaria com as mãos livres para iniciar o novo ciclo de desenvolvimento econômico, baseado
nos estímulos do fundo público, gastos em infra-estrutura e incremento na renda
dos brasileiros. Seria uma mudança radical de perfil, uma vez que Bolsonaro foi
eleito e vinha realizando uma política pró-ciclica, de corte de gastos,
diminuição da renda do trabalho, ataque aos direitos trabalhistas e
previdenciários, superávit primário etc.
Qual das duas irá prevalecer é uma questão em aberto, pois
estamos em plena crise sanitária, econômica e política no Brasil. O governo
federal vem fazendo acenos para os partidos, governadores e a população no sentido de neutralizar o potencial
disruptivo dessa “tempestade” quase-perfeita.
A começar pela compra dos
partidos e membros do Congresso no intuito de evita a abertura de um processo
de “Impeachment”. Mas os empresários e parte dos governadores não estão muito convencidos de que essa mudança
vá surtir efeito, a curto prazo. O exemplo é a política anticíclica de Dilma
Rousseff que adiou, mas não evitou as conseqüências da crise econômica
(subprime) de 2008. Essas medidas tomadas pelo governo, sob pressão da
sociedade, podem mitigar ou protelar o
clima de pessimismo de investidores e
consumidores. Mas, sem uma mudança no panorama global da economia, dificilmente
o país se reerguerá sozinho, dado grau de interdependência gerado pela
globalização entre as economias do mundo. O caso da economia chinesa é um
indício. A China é a nossa segunda maior compradora de “commodities” e a maior portadora
de títulos da dívida do tesouro norte-americano. Naturalmente, a redução do
crescimento econômico daquele país produzirá efeitos inevitáveis nos seus
parceiros comerciais. As agencias de consultoria econômica preveem uma grande
crise na economia mundial, maior do que a de 2008. Entende-se o porque. Além da
pandemia da Coronavírus, existe um
grande endividamento de megas empresas e
falta de liquidez no mundo capitalista.
Tudo isso conspira contra a tese de que o ensaio de uma política
macroeconômica anticíclica no Brasil seja suficiente para reverter o quadro de
depressão econômica entre nós.
De toda maneira, havia dois pilares que sustentavam as
expectativa desse governo: Moro, ministro da Justiça, que simbolizava para a
massa bolsonarista o combate à corrupção, tendo atrás de si os eventos da Operação lava-Jato. O outro nome
de prestígio entre as empresas capitalistas e especuladores internacionais era o do economia Paulo Guedes. O
primeiro já se foi, atirando na Presidência da República. O segundo pode
sair a qualquer momento, pois não desejará unir seu nome a um plano econômico
em tudo contrário às suas ideias ultraliberais. É pagar, para ver. E caro.
*Michel Zaidan Filho, natural de Garanhuns, é cientista político e professor aposentado da UFPE.

Começou agora!
ResponderExcluirEu nunca vi em 44 anos de vida pública um presidente da república incentivar manifestações para fechar o congresso nacional e o STF.Esse foi o primeiro.Nunca vi um presidente discriminar governadores e prefeitos,deputados e senadores.
ResponderExcluirnunca vi uma família aloprada se intrometerem com mentiras nas redes contra os eleitores políticos que votaram no votaram pai serem expulsos do partido PSL-17.0 partido ou os partidos são barrigas de alugueis.
Expulsar 2 ministros dentro de um por serem competentes,vai ser burro assim na baixa da água!
Você só viu ladrões se juntando para roubar e se acostumou com isso! Eram ladrões da política, ladrões do judiciário, ladrões da mídia, ladrões de todos os lugar unidos para nos roubar! Perca seu mau costume de ser GADO dos ladrões e da Esquerda!
Excluir