A
realização de um concurso de fotografias voltado para o público LGBT e
organizado pela Secretaria da Mulher do Governo Estadual gerou debate na
Reunião Plenária desta terça (23). Deputados da “bancada evangélica” da Alepe
criticaram o edital do concurso que, para eles, privilegiaria um grupo dentro
da sociedade. Entretanto, para outros parlamentares, a medida é uma forma de
promover a inserção social de um segmento historicamente excluído.
O edital do Concurso
de Fotografia Marylucia Mesquita foi divulgado pela Secretaria da Mulher, na
edição do dia 13 de abril do Diário
Oficial do Estado. No texto, o concurso é direcionado para mulheres,
“em especial lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais”. O nome do concurso
homenageia a assistente social Marylucia Mesquita, falecida
em 2017, que foi conselheira do Conselho Federal de Serviço Social
(CFESS) e militante da causa LGBT.
“Apesar do respeito
que temos pela secretária Sílvia Cordeiro, nós repudiamos a publicação desse
edital. A política pública tem que existir para todos, e não para grupos
específicos”, argumentou o Pastor Cleiton Collins (PP), que foi o primeiro a trazer o
tema ao debate no Plenário, no Pequeno Expediente.
Ele foi acompanhado
pelo deputado Adalto
Santos (PSB), que pediu à Secretaria da Mulher o cancelamento do edital. “A
Secretaria está criando um tumulto para o Estado, assim como foi feito no
Festival de Inverno de Garanhuns do ano passado. Que seja suspenso esse edital
e elaborado outro direcionado para toda a população”, reivindicou.
Joel
da Harpa (PP) reforçou, no Grande Expediente, o pedido. “É inadmissível
que, num concurso de fotografias, se coloque uma opção sexual como prioridade.
Isso é uma política de incentivo ao homossexualismo, algo que a ‘bancada
evangélica’, que defende a família, jamais pode concordar”, avaliou. A posição
dele recebeu apoio de Marco Aurélio Meu Amigo (PRTB) e Delegado Erick Lessa (PP). “Quando o
Governo apresenta uma proposta dessa natureza, ele divide a sociedade ao invés
de unir. Precisamos ter equilíbrio e temperança neste momento”, considerou
Lessa.
Por outro lado, o concurso foi
defendido por cinco parlamentares. “A comunidade LGBT é a que mais sofre com
preconceito, sendo vítima de espancamentos e assassinatos apenas por serem o
que são. Uma compreensão mais cristã do ser humano, que apoie políticas
públicas inclusivas, precisa de nosso apoio”, observou João Paulo (PCdoB). Para a Delegada Gleide Ângelo (PSB), “com
certeza, a intenção da Secretaria da Mulher com esse certame foi incluir grupos
de mulheres historicamente excluídas da sociedade”. “Eu, como mulher, não me
senti discriminada em nenhum momento”, observou. (Assessoria de Imprensa da Alepe).
*Foto: Acervo da Fundação Joaquim Nabuco
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