Bem
cultural caracterizado como jogo, luta e dança, a capoeira é, agora, Patrimônio
Cultural Imaterial do Estado de Pernambuco. O governador Paulo Câmara sancionou
a lei esta semana, no Palácio do Campo
das Princesas, como forma de fortalecer os laços da cultura e da educação e
perpetuar a importância da manifestação cultural na vida dos pernambucanos. O
Projeto de Lei nº 1709 de 7 de dezembro de 2017 foi de autoria do deputado
estadual Zé Maurício. O texto da lei será publicado no Diário Oficial do Estado
de amanhã (1º de novembro).
“Fiz
questão de sancionar essa lei pela importância do tema e por termos mais um
patrimônio consolidado aqui em Pernambuco. Agora, vamos poder levar a capoeira
para mais longe. Sabemos da importância da educação e da formação dos nossos
jovens. A formação envolve atividades esportivas e culturais, e a capoeira
representa isso. Vamos levar essa manifestação cultural para as nossas escolas
e dar condições de nossos jovens conhecerem, se aprofundarem e se interessarem
para que ela faça parte da vida deles. Queremos desenvolver atividades que
tragam o bem e a capoeira faz exatamente isso”, ressaltou o governador Paulo
Câmara.
Autor do
projeto, o deputado Zé Maurício explicou que a proposta foi levada em
consideração, primeiramente, pela importância cultural no Estado. “Sabemos que
a capoeira tem uma forte incidência sobre a população pernambucana.
Antigamente, a capoeira era marginalizada. Hoje, ela é reconhecida como um
esporte tanto cultural como também musical. Em decorrência de todo esse
processo, começamos a estudar para tornar a capoeira um bem imaterial cultural
de Pernambuco. Em 2008, ela foi reconhecida pelo Iphan; em 2014, pela Unesco e,
agora, com essa lei, ela será um bem imaterial de Pernambuco”, afirmou o
parlamentar.
Contramestre
de capoeira e pesquisador da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE),
Henrique Kohl, mais conhecido como Tchê, relatou que a valorização da capoeira
é uma demanda heterogênea acumulada historicamente e que chega para reconhecer
a dimensão identitária do bem cultural no Estado de Pernambuco. “Essa lei vem
para valorizar uma capoeira que chega a inúmeras esferas sociais, uma capoeira
que estabelece relações horizontais, que tem dimensões educativa, inclusiva e
cidadã muito fortes”, destacou o pesquisador, que presenteou o governador com
um exemplar do livro Educação e Capoeira, de sua autoria.
Em nome
dos mestres, contramestres e professores presentes, o Mestre Coca Cola
agradeceu ao governador Paulo Câmara e frisou que a capoeira, a cada ano que
passa, vem sendo mais reconhecida. “Nos sentimos honrados por estarmos vivendo
esse momento. A cada ato como esse de que participo, me vejo saindo um pouco da
senzala. A capoeira ainda está muito deslocada devido às consequências da
sociedade, porém, cada dia mais, vamos saindo dessa realidade”, frisou.
Estiveram
presentes na solenidade, o deputado estadual Nilton Mota; o ex-deputado e
ex-prefeito Severino Cavalcanti; os mestres de capoeira Galvão, Peu, Macarrão e
Dendê; os contramestres Melodia e Topeira; e o professor Cajueiro.
Texto:
Secretaria de Imprensa Foto: Roberto Pereira
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