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SOLON GOMES E O TEXTO PUBLICADO NA SEXTA-FEIRA: COMO SE O RADIALISTA ESTIVESSE TENDO UMA VISÃO


Na sexta-feira, Solon Gomes publica em sua página do Facebook um texto que é uma verdadeira viagem ao passado, um encontro com seus amigos e conhecidos de Garanhuns que já fizeram a última viagem.

O radialista,  no texto, de autoria de seu amigo José Carlos Souza Santos, relembra personagens importantes da vida de Garanhuns. O comunicador conviveu com a maioria deles muito de perto, é certo isso.

“Coisas da Memória” impressiona e foi lido por mais de uma centena de pessoas, compartilhado por cerca de 50 pessoas e comentado por outro tanto.

Muitos imaginaram, na primeira leitura, que o próprio Solon escrevera as palavras,  lembrando uma Garanhuns do passado, que de toda maneira se reflete na cidade atual.

Garanhuns de Severiano Moraes, Monsenhor Adelmar, Padre Tarcísio, professor Lustosa, Ivonita Guerra, Graciete Branco, Dr. Esdras, o agropecuarista Jorge Branco, Pádua da Eletrônica e Cassiano da Farmácia.

No sábado à noite, pouco mais de 24 horas da postagem desse “encontro com os mortos”, Solon Gomes passa mal em casa, por volta das 22h, tem um infarto e em poucos minutos vai se juntar aos amigos citados por José Carlos.

Que coincidência hein? Dom Hélder Câmara, homem de muita fé, dizia sempre que não existe coincidência. Imaginava, talvez, que tudo é traçado pelo Pai.

Solon não foi um radialista qualquer. Ele marcou profundamente a comunicação de Garanhuns. Como locutor e apresentador de programas na antiga Difusora, como gerente da emissora, como “descobridor de talentos”.

Aluízio Alves, outro ícone da rádio garanhuense, era um simples repórter esportivo e foi Solon Gomes quem deu a ele a oportunidade de brilhar, quando criou o programa “Ronda Policial”, que serviu como uma luva para o estilo radiofônico do homem de Correntes.

O comunicador não limitava seu trabalho aos estúdios. Solon Gomes ia para às ruas de Garanhuns, teve participação política em campanhas, fazia locução em festas na região,  em cidades como Capoeiras, Caetés, Saloá, Lajedo, Jupi, Calçado, São João...

Assim, o radialista foi próximo de personagens da região como Zezinho Borrego, Rafael Brasil (o pai), Anísio Godoy, Monsenhor Geraldo, os bispos da Diocese, os empresários garanhuenses como Vavá Moraes, os Ferreira Costa e tantos outros.

Depois da Difusora, Solon Gomes ainda foi gerente e locutor na Sete Colinas, a primeira emissora FM da cidade, convidado por Ivo Amaral, que foi prefeito do município duas vezes.

Gerson Lima, Jonas Lira, Rossine Moura, Ulisses Pinto, Humberto de Moraes (os três últimos também não estão mais entre nós), Carlão, Luciano Andrade, Aurimar Ferreira,  Lenildo Ramos. certamente cada um dos profissionais de Garanhuns tem muita coisa para contar e relembrar,  relacionada com o comunicador talentoso que perdemos neste sábado.

Após sair da Sete Colinas, Solon Gomes se tornou empresário no ramo gráfico, chegou a construir um prédio de apartamentos e nos últimos tempos vivia de uma pousada, na entrada da cidade.

O corpo de Solon Gomes, que morreu aos 70 anos, está sendo velado na Funerária Suíssa. Será sepultado no Cemitério de São Miguel, às 16h.

Abaixo, o texto de José Carlos, uma espécie de “premonição” de Solon, divulgado na sexta-feira:

Coisas da memória...

Década de 1970; 

Relato de uma caminhada da Rua da Linha, até por trás do cinema Jardim, para embarcar no ônibus para Palmeira dos Índios-AL.

- Hoje, indo para o centro; entre a Rua da Linha e a praça D. Moura, recebi um assovio de Loia. Admirei-me porque eu não estava com o nenhum paletó feito por Maciel ou Pajuaba.

- Fiquei tímido e desviei a minha caminhada e logo vi Dona Almira, Dona Arlinda, Padre Tarcísio e Professor Lustosa indo em direção ao Diocesano.

- Esperei eles passarem e foi o tempo de cruzarem em minha frente, em direção ao bairro Brasília, Rato Branco e Coentro Orelha da Porca. Poucos metros à frente eu já via seu Zeca que se dirigia para a estação de trem.

- Tomei mais uma vez o destino: no cruzamento com a praça D. Moura e a subida do padre, eu olhei para esquerda e tive a oportunidade de ver conversando na porta de Dona Ivonita Guerra: Luiz Guerra, Nena, Lalá, Dona Chiquinha, Teca, Tomires e Dona Neuza. Olhei para direita e no posto Esso estava o galego de João Alves. Cumprimentei a todos e parti em direção ao Beco do Urubu. Quando passava em frente à residência dos Valença, já vi no cruzamento do Santa Sofia: Padre Adelmar, seu Ademar do mercadinho e seu Severino da farmácia, sim, também iam chegando o técnico em eletrônica Pádua e o taxista Viaginha. Cruzei por eles, cumprimentei-os e segui em direção a Graciete Branco que conversava com Ouro Preto.

- Passei em frente escola, cujo curso eu cobicei por um bom tempo, de datilografia da tia de Hilton Jacaré; isso em frente ao consultório do pediatra Dr. Esdras.

- Como tudo corria tranquilo eu continuava a minha trajetória cumprimentando a todos me dirigindo a Praça do Braz. Em frente à casa dos Dourados na Praça João Pessoa, o técnico em eletrônica Assis com Vicente da Firestone, Paulo Gervais (dentista) e o agro pecuarista Jorge Branco se divertiam com alguma conversa...

- O meu destino era embarcar no ônibus da Auto Viação Progresso, conduzido por Zé do Óleo e que tinha como ponto de partida o Bar do Sr. Dário, localizado por trás do Cine Jardim e vizinho de Valdeci Técnico em Eletrônica.
- Quando dobrei na esquina entre o depósito de queijo de Jorge Branco e o depósito de madeira já vi o Sr. Cassiano da Farmácia conversando com Alcides do Cid’s Bar; entrei na Av. Santo Antônio e o Sr. João Anselmo abastecia a sua Rural no posto vizinho ao foto de seu Experdião.

- Resolvi cruzar a Santo Antônio e descer no beco do cinema. Falei com Expedito da sapataria; de longe cumprimentei o Sr. Campos do armazém avenida. Passando em seu Jeep Willys o Sr. Anízio proprietário da Casa de Louças São Paulo que se localizava na Barão do Rio Branco, acompanhado de sua esposa Dona Mariazinha e o seu filho Marcos Freitas.

- Atravessei o cruzamento e do lado de baixo o Sr. Né Paulo na calçada da Sapataria Moderna resolvia alguns problemas de ordem do comércio com o dono da A Sempre Viva Moisés Lopes Pimentel, que apesar de ter-lhes cumprimentado, não responderam, pois estavam muitos concentrados em suas conversas.

- Passando pela banca de revistas comprei um jornal Diário de Pernambuco. Logo sai andando e foleando em busca de novas notícias... Severiano Moraes me deu uma tapinha nas costas; um pouco adiante em um bate papo de futebol estavam: Vavá Moraes, Timóteo, Laércio e Oseas; Luiz Guerra já tinha chegado e admirava o movimento quase parado.

- Abel, como sempre muito cordial, em frente a sua sorveteria e mercadinho Glória, me chamou para atualizarmos alguns novos assuntos sobre contabilidade. Quando terminamos sai apressado, cruzei a calçada do Cine Glória, acenei para o Sr. Galdino na Padaria Iris e já comecei a acelerar bem o passo por conta do horário.

- Apressado, lembro-me apenas antes do embarque, de ter cumprimentado no restante do trajeto, Nizan no bar de Mira Boa e Quati tirando foto 3x4 no lambi lambi.

- Tempos áureos de uma Garanhuns inesquecível.

Fiquem todos na paz de Deus. O texto é do amigo José Carlos Souza Santos, hoje residente no estado do Pará. APENAS REPRODUZI.

Muitos hoje, em Garanhuns e região, usam os blogs e as redes sociais para expressar seus sentimentos com a morte do radialista. Poderíamos citar vários depoimentos, mas resolvemos escolher o de José Carlos Souza Santos, o mesmo que escreveu “Coisas da Memória”, seu amigo que hoje vive no Pará:

O ADEUS A SOLON

Terminou o espetáculo;

- Fecharam-se as cortinas, apagaram-se as luzes, deligou-se o som, o palco está vazio...
- Por trás do microfone aquela voz calou-se!


- Sai de cena o protagonista dos atos “UM HOMEM PÚBLICO EXEMPLAR” e “UM APAIXONADO POR GARANHUNS”.

- Deixa o palco da vida, um artista com um notável dom de reunir, arrebanhar, agregar... Um radialista, redator e empresário que em seu roteiro, com a humildade e simplicidade dos grandes, sempre amealhou respeito e reconhecimentos de todos os seguimentos da sociedade.

-Perde Garanhuns um aficionado filho (mesmo sendo adotivo), perdemos nós uma amizade fiel, perde a vida um ser humano exemplar.

- E o grande paradoxo se forma quando admitimos que: ganha a história, que leva para os registros dos seus anais, a vida de um homem que tanto contribuiu para o embelezamento dessa linda matuta agrestina.

- Perco “EU”, que tive o privilégio de conviver como amigo e como companheiro de trabalho.
- Vá em paz meu irmão “Solon Gomes”.

Que Deus lhe abençoe.

Em tempo: na sexta-feira, além de postar as recordações de José Carlos, Solon Gomes ainda fez uma referência à derrota do Brasil para a Bélgica. "Hexa é luxo", ele frisou, como bom alvirrubro que era.

2 comentários:

  1. Já dizem os filósofos que, são capazes as pessoas que pensam que são capazes, pois SOLÓN GOMES tinha esta virtude: era uma pessoa capaz, altamente capacitada!!! Em que pese seu temperamento, mesmo assim era gentil, tratável e preservador de amizades sadias. Sempre foi, na verdadeira acepção da palavra, um gentleman. Tive a honra de tê-lo como amigo!!! Já dizia o inglês William Shakespeare que, “Os covardes morrem várias vezes antes da sua morte, mas o homem corajoso experimenta a morte apenas uma vez”. SOLÓN GOMES, além de um cérebro privilegiado, era um homem de bravura, uma pessoa destemida com o que pensava, defendia e praticava. Um empreendedor nato, buliçoso, inquieto, um audaz!!! Que o anjo do Senhor (de quem nos fala o Livro Santo) o conduza para a eternidade e faça com que a terra lhe seja leve...

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  2. Mais uma das excelentes postagens!!!
    No capricho para o deleite da leitura. Essa viagem ao eterno passado, lembro da maioria das pessoas citadas. Alguns foram meus professores. Eu morava na Frei Caneca, na verdade ainda vivo pois meus parentes continuam residindo ali e na Frei Caneca convivi com meus quase irmãos, a Família de Zé do Óleo.
    Seu Né da sapataria Moderna e seu Pedro Brandão foram meus patrões, passei 1 anos aprendendo com eles.
    Compadre Solon dos forrós, dos comícios e inaugurações em Serrinha.
    Vai com Deus.

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