Alguém
já disse que algumas vezes a vida supera a ficção.
A vida da africana Phiona
Mutesi, sua trajetória da miserável favela de Katwe, em Uganda, até se
tornar uma das maiores jogadoras de xadrez do mundo, é impressionante. Um
romancista de muita imaginação talvez não conseguisse criar uma história tão
mirabolante. Um cético ao saber das proezas desta menina diria: “É só coisa de
cinema”.
Mas
Phiona é real, o pai morreu de AIDs quando ela tinha apenas três anos e foi
criada pela mãe – Harriet – num barraco de lata, sem banheiro, cozinha, luz elétrica, cama e
mesmo comida.
Se
a África é toda pobre, Uganda está entre os países mais miseráveis do
continente. E Katwe, a favela em que Phiona viveu a infância e boa parte da
adolescência, está entre os lugares mais degradantes da capital do país.
Então, a menina tinha tudo para morrer cedo, como tantos jovens pobres de Uganda ou
poderia ter engravidado pela primeira vez aos 14 anos e se enchido de filhos,
seguindo o exemplo de muitas colegas e familiares.
O
destino da jovem foi diferente, porém, porque um dia seguindo o irmão Brian ela
descobriu um jogo estranho chamado xadrez, disputado num tabuleiro com peças
curiosas chamadas peões, bispos, torres, cavalos, rei e rainha.
Robert
Katende, ele também um africano pobre que passou por toda sorte de
dificuldades, melhorou de vida e tornou-se missionário.
Resolveu
“salvar” as crianças de Kampala (o bairro de Uganda onde se localiza a favela
Katwe) ensinando futebol às crianças e ao observar que nem todos podiam se
dedicar à atividade com a bola, teve a ideia de introduzir o jogo de xadrez no
lugar.
No
começo eram só meninos, mas graças a Phiona, que chegou a Katende seguindo os
passos de Brian, as meninas também tiveram vez no projeto pioneiro.
Phiona,
por capricho dos deuses, sem nem aos menos saber ler começou a se destacar no
esporte praticado por ricos e intelectuais.
Logo
superou os meninos treinados por Robert, com menos de 15 anos foi campeã júnior
em Uganda, venceu um torneio importante no Sudão, se tornou a maior enxadrista
do país africano e participou com destaque de Olimpíadas na Sibéria (Rússia) e
na Noruega.
A
enxadrista está com 22 anos e já é mestra na arte que aprendeu a dominar como
poucos. É a única mulher em Uganda que já recebeu este título.
A
história de Phiona Mutesi despertou o interesse do jornalista esportivo americano
Tim Crothers, que dois anos atrás publicou o livro “Rainha de Katswe”, contando
a história da pequena africana.
Bem
escrito, detalhado, com muitas histórias de dor ou superação de personagens de
Uganda, que se cruzam com Phiona, o livro de Tim é leitura indispensável, tanto
pelo texto leve e preciso quanto por retratar com bastante honestidade intelectual a vida incrível da
campeã de xadrez.
Uma
história dessas e um bom livro não poderiam dar em outra: Os direitos de “Rainha
de Katwe” foram comprados pela Disney e o livro biográfico virou filme que já
estreou nos cinemas, inclusive no Brasil.
Phiona
Mutesi prova, mais uma vez, que todo mundo pode sair da miséria, da pobreza
extrema e virar gente.
“Gente
é para brilhar e não pra morrer de fome”, disse Caetano Veloso, em uma de suas
inspiradas canções.
Todos
só precisam de uma oportunidade. Essa é a grande lição que fica da vida de
Phiona - dos becos da favela em Katwe para a fama e o reconhecimento
mundial.
Phiona
com a família e Robert Katende,
quando do lançamento do filme
Admiro bastante essas trajetórias, como a desta jovem: Phiona Mutesi. – É certo que, mesmo quando a oportunidade chega, muitos não podem pegar! Ou deixam escapar! – Sempre ouvi dos meus antepassados que, a oportunidade é como um cavalo de corrida: se ele passa selado em sua frente... e você não montar, nunca mais ele volta! – Mas... com muita determinação e vontade, pessoas chegam a esse estágio das vitórias! - Talvez, a sorte seja mais companheira com algumas pessoas... ou, quem sabe, o interesse em sair de situações de extremas necessidades e pobreza em demasia, faça com que surjam muitas Phionas por este mundão das desigualdades descomunais?!
ResponderExcluirEssa frase " gente é pra brilhar, não pra morrer de fome" não é de Caetano, mas de Maiakósvki. Caetano apenas a reproduziu numa música.
ResponderExcluirQueria saber como está a família dela,na mãe e irmãos,uma história muito lindaaa que Deus abençoe vcs,e a resposta e sim Nikita Deus existe, ele te deu essa inteligência e sabedoria. Bjus de luz
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