Localizado na parte
setentrional da Europa, fazendo fronteira com a Suécia e a Noruega, a Dinamarca
é um país pequeno e desenvolvido, com apenas 7 milhões e 731 mil habitantes.
Pernambuco, que não é dos maiores estados do Brasil, tem quase dois milhões de
moradores a mais que a Dinamarca.
Que se sabe por aqui desse
país, a não ser que vez por outra sua seleção nacional de futebol disputa uma
copa do mundo e não fica entre os piores?
Alguns anos atrás eles
formaram um time tão bom que ficaram sendo chamados pela imprensa brasileira e
mundial de “Dinamáquina”.
Mas a verdade é que poucos
brasileiros sabem alguma coisa do pequeno país europeu.
Um boa forma de se informar
(poderia até escrever estudar) sobre a Dinamarca é assistir uma série de televisão, em
exibição na Netflix, intitulada simplesmente de “Rita”.
Os episódios todos se passam
em torno de uma escola dinamarquesa do sistema público de educação, que atende
crianças e pré-adolescentes.
Rita é uma das professoras da
escola, uma mulher determinada, descasada, mas de vida sexual intensa, que é
amada pelos alunos, porém enfrenta problemas de relacionamento com os adultos,
inclusive seus colegas professores.
A série é bem realista e, ao
contrário do estereótipo de muitos filmes americanos ou ingleses, não mostra a
figura do professor propriamente como um herói. O homem ou a mulher que irá
enfrentar um monte de problemas, ser compreensivo com os estudantes e
transformar a vida deles com sua coragem e amor à arte de ensinar.
“Rita” não tem nada a ver com
“Ao Mestre com Carinho” (Sidney Poitier), Sociedade dos Poetas Mortos (Robin
Williams) ou “O Sorriso de Mona Lisa” (Julia Roberts).
Os três filmes citados, com
atores famosos e de décadas diferentes, contam histórias desse professor-herói, que conquista seus alunos e o público, exemplificando como deveriam ser
os verdadeiros (e bons) professores ou professoras.
Rita não é nada disso. Está sempre
querendo ajudar, mas comete erros, é politicamente incorreta e até os pequenos
da sua escola sabem que ela é uma “vadia”.
A professora chega ao ponto
de transar com o diretor da escola em sua sala e tem um caso com um pai de
aluna, que termina o casamento por conta da relação extraconjugal.
Como caráter não tem nada a ver com sexualidade, Rita é sem sombra de dúvida a grande figura humana do educandário, por isso tão amada pelas crianças.
Como caráter não tem nada a ver com sexualidade, Rita é sem sombra de dúvida a grande figura humana do educandário, por isso tão amada pelas crianças.
Na série são abordados
problemas como aborto, homossexualidade, bullying e outros tão comuns no mundo
moderno.
Salta aos olhos que embora a
escola tenha problemas, inclusive por falta de verbas do governo, é de muito
mais qualidade do que a brasileira.
Está mais para uma escola
particular do que para qualquer educandário do ensino público nacional.
Fica claro também que os pais
participam ativamente da vida escolar, sendo chamados com frequência para
discutir assuntos de interesse dos seus filhos.
Por esta boa série de TV
também dá para perceber que os problemas num país como a Dinamarca são mais de
ordem existencial. Aqui, como se sabe, o que atormenta a maioria da população é
a luta diária pela sobrevivência.
O básico para tocar a vida,
por lá, tudo indica está resolvido.
Embora exista preconceito e
resistência contra o homossexualismo no país, isso se dá num nível muito
distante do Brasil.
Jovens assumem com mais
facilidade suas preferências por pessoas do mesmo sexo, andam na rua ou na
escola de mãos dadas e até se beijam em lugares públicos sem o risco de serem
atacados.
Ao contrário do que acontece
em algumas cidades brasileiras, onde anda se proibindo a discussão da
sexualidade, na escola dinamarquesa são dadas desde cedo a meninos e meninas lições sobre tudo que envolve as relações homem e mulher: os órgãos sexuais,
gravidez precoce, aborto, todos esses temas e outros são abordados com naturalidade.
É um bom programa de
televisão, que talvez nem tenha sido produzido com intenções didáticas ou pedagógicas.
Rita é mais uma anti-heroína do que “mulher maravilha”.
Cada episódio, contudo, de duração curta (pouco mais de meia hora), termina encerrando pequenas-grandes lições, que passam uma boa ideia de como é a educação num pequeno e rico país da Europa.
*Foto: The Euro TV
Cada episódio, contudo, de duração curta (pouco mais de meia hora), termina encerrando pequenas-grandes lições, que passam uma boa ideia de como é a educação num pequeno e rico país da Europa.
*Foto: The Euro TV
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