O Programa
Especial de Recuperação de Créditos Tributários em vigência e a reação da
arrecadação federal nos últimos meses têm sido a base de sustentação da gestão
fiscal do governo de Pernambuco, no âmbito das receitas, este ano.
A
informação está no relatório apresentado pela deputada estadual Priscila Krause
(DEM) durante reunião da Comissão de Finanças, Orçamento e Tributação (CFOT) da
Assembleia Legislativa de Pernambuco com o secretário da Fazenda, Marcelo
Barros.
De acordo
com a deputada, o maior desafio da gestão estadual se dá justamente nesses
últimos três meses do ano, visto que há
expectativa de decréscimo dessa arrecadação e, no lado das despesas, o governo
terá uma folha de pessoal a mais para pagar, que é a do 13º (servidores e inativos).
A
parlamentar prevê que, salvo a arrecadação de ICMS dê um salto inesperado, as
despesas com pessoal fecharão o ano acima do limite permitido pela Lei de
Responsabilidade Fiscal (LRF), que é de 49%.
No
relatório preparado pelo corpo técnico do gabinete da parlamentar, registra-se
o ICMS (R$ 430 milhões a mais) e as participações nas receitas da União -
compostas majoritariamente pelo Fundo de Participação Estadual, o FPE - (R$ 250
milhões de incremento) como principais responsáveis pelo incremento de R$ 840
milhões na receita corrente estadual de janeiro a setembro deste ano em
comparação com o mesmo período de 2016 (valores atualizados pelo IPCA).
Também se
destacam positivamente as rubricas "Outras Restituições" (R$ 49
milhões a mais) e "Outras Receitas" (R$ 152 milhões). De acordo com o
coordenador de controle do Tesouro Estadual, Edilberto Xavier, o montante de
"Outras Receitas" engloba os valores relativos ao uso dos depósitos
judiciais provisionados pelo Estado com autorização da Lei Complementar
151/2015. Apesar de ter sido sancionada desde 2015, os efeitos da lei federal
foram incorporados pela gestão estadual esse ano.
Em
contraponto, o relatório explicita quedas de receitas expressivas nas
arrecadações do Imposto sobre transmissão causa mortis e doação de bens e
direitos (R$ 39 milhões a menos), transferências para o Fundo Rodoviário de
Pernambuco, o Furpe (R$ 138 milhões a menos), remuneração de depósitos
bancários (R$ 48 milhões a menos) e multas por auto de infração (R$ 19,7 milhões
a menos).
A maior
preocupação da Priscila, no entanto, diz respeito ao ICMS e FPE de outubro,
novembro e dezembro. "É preciso que fiquemos muito atentos às
movimentações relativas a essas duas receitas particularmente. Apesar de os
resultados do PERC em vigência serem positivos, o que precisamos registrar,
numa referência à atuação do secretário Marcelo Barros, os frutos dessa atuação
estão sendo diluídas em agosto, em setembro, ao ponto que o impacto para o
último trimestre será menos significativo. Quanto ao FPE, mesmo com a reação de
arrecadação do governo federal, não teremos os recursos principais da
repatriação, nem da multa, que constituem parte significativa do pagamento do
13º em 2016. É uma situação que inspira cuidados e nós, como bancada de
oposição, estamos acompanhando passo a passo", pontuou.
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