Por Michel Zaidan Filho*
Fui submetido a uma bateria
de questões, por um amigo-editor, sobre o resultado das últimas eleições
municipais no Brasil. Essas eleições ocorreram num ambiente de profunda
insegurança jurídica, de impunidade (em relação aos políticos “ficha suja”), de
um monopólio “partidário” dos meios de comunicação, do desgaste político do PT
e da esquerda, do crescimento do voto evangélico e, porque não dizer, de um Estado
de Exceção, capitaneado pela Polícia Federal e o ativismo da Magistratura.
Como apurou a mídia, as
candidaturas mais bem aquinhoadas financeiramente venceram ou foram para o
segundo turno das eleições. Os grandes partidos, sobretudo da centro-direita,
aumentaram suas bancadas. Os candidatos da igreja reformada chegaram ao segundo
turno. De forma que, pelo andar da carruagem, teremos legislaturas e executivos
municipais mais à direita, mais conservadores. Diria um pescador (não de almas
ou de águas turvas), o mar não está para peixe. Retrocedemos à época em que a
nossa política de sobrevivência é a defesa dos mínimos sociais, numa frente de
massas, diante das ameaças desse governo temerário, composta de aposentados,
trabalhadores, estudantes, funcionários públicos, donas de casa, pessoas
sem-teto, sem emprego, sem escola etc.
Não fosse a ida de Marcelo
freixo (PSOL) para o segundo turno, no Rio de janeiro, contra o bispo da igreja
universal, e a ida de João Paulo, no Recife, contra o representante local da
oligarquia política que tanto nos infelicita aqui, dir-se-ia que a catástrofe
política teria se abatido de uma vez sobre o país, com ou sem a benção do nosso
senhor Jesus Cristo. Já o reflexo disso sobre as eleições presidenciais e
estaduais, daqui a dois anos, não prenunciam boas novas. A depender do curso da
economia (e da crise internacional), base fisiológica de sustentação do atual
mandatário presidencial, e da conspiração dos partidos que o colocaram na
cadeira da Presidente Dilma pode-se ter ainda muitas surpresas desagradáveis
nesse ínterim eleitoral. Fala-se em eleição indireta, em 2017, já com pretensos
candidatos.
Afirmei que o ciclo político
de centro-esquerda tinha se esgotado no Brasil, e que não tinha aparecido
alternativas fortes, consistentes, que pudessem se apresentar à exaustão do
ciclo político. O nome de Lula não pode ser essa única alternativa. Sobretudo,
em face das manobras e escaramuças do juiz Sérgio Morro, destinado como está a
criminalizar o PT e suas lideranças políticas. O PSOL ainda não tem a
musculatura suficiente para oferecer um nome e granjear alianças necessárias
para tornar viável uma candidatura presidencial. Tem um longo caminho a
percorrer. Não acredito também na viabilidade eleitoral de qualquer um dos
caciques do PSDB, apesar da vitória do empresário e marqueteiro João Dória,
eterno adulador dos tucanos.
Assim, se a crise econômica perdurar,
a solerte invasão religiosa continuar, se uma certa classe media reproduzir o
noticiário venenosa da mídia golpista desse país e a ditadura do Judiciário se
manter, fora de toda e qualquer controle constitucional, a porta estará aberta
a todos os aventureiros, messias, salvadores da pátria de todas as igrejas
existentes. Nem sempre a crise política e econômica, num ambiente de perda de
confiança nas instituições republicanas, é uma janela de oportunidade para
candidaturas progressistas e mais avançadas. Pode ser o atalho perigoso para o
discurso da frustração política, dos “outsiders”, dos que se proclamam
não-políticos, mas portadores da eficiência, da competência gerencial, da
honestidade a toda prova etc.
Se fosse religioso e
frequentasse algum templo, rezaria muito para que este tipo de messias não
aparecesse tão cedo. E que o apocalipse da democracia fosse evitado.
*Michel Zaidan Filho é natural de Garanhuns, professor da UFPE, cientista político e escritor.
PROFESSOR, MICHAL JAIDAN.
ResponderExcluirAntes se dava aos eleitores sapatos,camisas,bonés,cimentos,operações,dentaduras,cortes de panos, sandálias,remédios,comidas; agora se dá dinheiro ao vivo e em cores.Desde 1964 até hoje mudou o quê?
Os maiorrd exemplos vieram com as apostas feitas em Caetés e Correntes para derrubar de todo jeito Armando Duarte e o Edmilson da Bahia.Os coronéis quebraram a cara.
ExcluirProfessor de comunismo, alegrinho com o protetor dos Bandidos no Rio de Janeiro, e com o morto vivo em Recife. Ambos levarão CACETE! E para o PT só sobrará Rio Branco no Acre mesmo!
ResponderExcluirEWERTON SOUTO.
ResponderExcluirNós éramos felizes e não sabíamos.Os eleitores se conformavam com uma sandália,um corte de pano,uma consulta médica,um óculos,uma operação,um milheiro de telhas,um saco de cimento, as portas da casa,um emprego aqui e ali,promessas se acreditavam nelas,contudo,meu prezado amigo,hoje tudo mudou para pior.
Eu passei 10 horas digitando uma planilha com o resultado das eleições para prefeitos e vereadores de minha cidade o que não é nada diferente de todas do Brasil.
Os vereadores mais votados de minha cidade foram todos bem votados tendo em média 15 a 25 votos por urnas.Até o candidato a prefeito das oposições foram bem votados.O resultado final está tudo apertadinho e as diferenças de 2.000 a 3.000 votos sumiram do mapa.Qual foi o milagre? Que advinhação é essa? Que mudança é essa que com a saída do PT tudo ficou as mil maravilhas?
Que nada,colega,o motivo e a razão de tudo isto é que os esquemas são os mesmos de anteontem e ontem,todo mundo digitou nas planilhas da POLÍCIA FEDERAL de CURITIBA DE SÉRGIO MORO e apenas apertou as teclas Ctril e v e copiou tudo igualzinho.
Hoje,dileto e prezado amigo,as casas da zona rural e das periferias estão sendo visitadas antes uma semana e nas vésperas das eleições as motos rodam à noite toda e no dia da eleição os eleições vem tudo de cabeças baixas e os votos são depositados nas urnas e os mais votados são os mesmos em primeiro ,segundo,terceiro,quarto e quinto lugares.Os outros se concentram com a repescagem e resto.Que DEMOCRACIA arretada o Brasil está vivenciando.
Ora,EWERTON SOUTO, e a justiça eleitoral diz que é CRIME COMPRAR VOTOS.As Igrejas Católica e Evangélicas pregam não vendam o seu voto.O TRE prega um cartaz,não vendo o meu voto! É correto comprar votos? É correto a justiça punir os candidatos comprando votos?