Por Junior Almeida
Nesses tempos de crise em que as grandes empreiteiras com seus bens bloqueados pela tão falada Operação Lava Jato demitem às enxurradas, gerando um efeito dominó de quebradeira pelo país, alguns setores da economia têm que se virar nos trinta para continuar em seus ramos de atividade.
Em Capoeiras os motoristas do transporte alternativo que fazem linha para Garanhuns, encontraram uma maneira criativa de não perder clientes. Os loteiros mandaram confeccionar cartões em papel e plastificados que funcionam como uma passagem de ida e volta de Capoeiras a Garanhuns. O preço da passagem normal é de R$ 6,00, o que dá R$ 12,00 ida e volta, enquanto o cartão é vendido por R$ 10,00.
Capoeiras tem atualmente 28 motoristas associados e com licença da prefeitura para trabalhar com transporte alternativo. O alvará fornecido pelo poder público custa R$ 80,00 anuais, enquanto a vaga para trabalhar, a chamada praça, pode ser vendida até por R$ 50 mil. Semanalmente são cerca de 100 viagens de vans com 12 passageiros cada uma só da cidade de Capoeiras. Isso dá 1.200 pessoas só por esse tipo de transporte, sem contar com os carros particulares e os ônibus da Astrotur/Jotude, que também levam e trazem seus passageiros.
São números bem consideráveis que Garanhuns como cidade polo não pode desprezar. Se fizermos uma continha simples e multiplicar os números de passageiros de Capoeiras por todas as outras cidades do Agreste Meridional e mais outras tantas de outras regiões como Arcoverde, Quipapá, Ouro Branco e Delmiro Gouveia em Alagoas, Paulo Afonso na Bahia e tantas outras, podemos imaginar quantas pessoas a terra das sete colinas, recebe por semana. É de se pensar que semanalmente Garanhuns receba quase a sua população, que atualmente é de cerca de 136 mil habitantes, de pessoas para consumir e deixar seu dinheiro na cidade.
Foto: Adone Melo, loteiro de Capoeiras.
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