O deputado estadual
Álvaro Porto (PTB) denunciou na Assembleia Legislativa o risco de colapso da
Bacia Leiteira do Estado. Em discurso no plenário afirmou que se o governo
estadual não liberar ainda nesta semana os R$ 2,7 milhões atrasados da sua
contrapartida para o programa Leite de Todos, cooperativas, laticínios e
pequenos produtores do Agreste Meridional serão obrigados a encerrar suas
atividades.
"Há sete meses
o Estado não cumpre com o dever de assegurar os 20% que cabe a ele no total dos
custos do programa. E esta dívida já soma R$ 2 milhões e 750 mil"
destacou. A regra do programa determina que só com o repasse da parcela
estadual o Governo Federal pode liberar os 80% que lhe cabe no acordo.
"Como esse compromisso não vem sendo honrado por Pernambuco, o pagamento
dos produtores não está acontecendo e a bacia está em vias de ser riscada do
mapa", salientou.
Há que se destacar
que o dinheiro federal referente ao período em que o estado não tem pago a
sua parcela está contingenciado no Ministério de Desenvolvimento Social à
espera do governo de Pernambuco.
De acordo
com o deputado, as cooperativas já não conseguem pagar aos fornecedores e
estes, sem receber, não podem mais manter seus pequenos rebanhos.
"O mais grave é que o leite que chega diariamente a 40 mil famílias
pobres em todas regiões do Estado pode começar a faltar, penalizando, lá
na ponta, os mais necessitados".
O
setor reúne 3 mil pequenos agricultores, micro-empresários e
cooperados e gera 6 mil empregos, entre diretos e indiretos. "Tem
cooperativa que já acumula dívidas de R$ 4 milhões. Laticínios de Itaíba, Bom
Conselho e Canhotinho estão à míngua. Sem receber desde abril, chegaram no
limite e já não há como continuar a fornecer leite. Como consequência, a
economia de cidades da região já o sentem o efeito negativo", frisou.
Porto, que é
vice-líder da oposição, criticou a decisão do Governo de, mesmo diante do drama
dos produtores do Agreste, priorizar o pagamento de débitos antigos à
Prefeitura do Recife. "De uma só vez, o Governo de Pernambuco
desembolsou, na semana passada, R$ 11 milhões de uma dívida de mais de 30 anos.
Recheou os cofres da gestão de Geraldo Julio, mas não cogita quitar o débito
com o programa", disse.
A desatenção do
secretário de Agricultura Nilton Mota com os produtores também foi
destacada pelo deputado. "Tem gente que praticamente se
mudou para o Recife para tentar sensibilizar o pessoal da Secretaria de
Agricultura. Mas o secretário não tem sido acessível, segundo
informa o pessoal das cooperativas. Não tem demonstrado o empenho
necessário para a resolução da questão".
SECA - O petebista avaliou ainda
que, além dos efeitos do desmonte do programa do leite, o Agreste vive
dias cada vez mais difíceis por conta da
seca. Ele lembrou que há seis meses o Estado não paga
o pessoal que transporta água e que esta conta está ficando para
as prefeituras. "Mesmo já penalizados pela redução de FPM,
os municípios estão tendo que garantir a água".
O
deputado classificou de revoltante a morosidade do governo
federal na viabilização da Adutora do Agreste, obra que pode tirar região do
colapso. A construção foi iniciada em junho de 2013 e a primeira
etapa tinha custo previsto de R$ 1,bilhão. Porém, dois anos e meio depois,
apenas R$ 450 milhões foram liberados. Agora em 2015, a União deveria ter
repassado 374 milhões, mas somente R$ 34 milhões chegaram. "A obra não
está andando. Ou os Governos Estadual e Federal se envolvem de verdade
e cumprem suas obrigações ou a população do Agreste viverá dias de escassez, de
desemprego e de assombro". (Josué Nogueira).
Se um setor produtivo depende do governo para sobreviver está mais do que claro que nem deveria existir.
ResponderExcluirÉ o legado tão falado na campanha não adianta chorar agora. vamos lembrar nas próximas eleições.
ResponderExcluirSou do sertão de itaiba. .Não não vejo nada disso não! Essa região so sofre com a seca, mas todos sobrevivem. Isso so se for en outro lugar... Não sei de onde tiram isso¿
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