Acabo
de chegar do velório do querido Júlio Jacinto. Sai de lá arrasado. Gostava
muito dele. Aquela figura amiga. Querida. Disponível.
Fazia
meses que não o via. Mas sempre perguntava por ele.
Estava
eu, lá, como tantos amigos, dando o último adeus a Júlio. Que parecia olhar
para nós, dizendo, baixinho: "Meu amigo. Meus amigos, gosto muito de
vocês". Expressão que era a marca e a cara dele. Que sabia que, também,
gostávamos muito dele, e nos sentíamos muito felizes com sua presença. E com os "causos" que declinava para
todos nós, sob gargalhadas gostosas.
De
repente, os clássicos de Luiz Gonzaga, o "Rei do Baião", entram em
cena, e emocionam a todos com sanfonas, pandeiros, triângulos, zabumbas e
vocalista, numa última homenagem ao grande pé de ouro. Ao grande dançarino das
festas de Garanhuns - Júlio Jacinto da Silva.
Pensei:
quando eu morrer, quero ouvir... (sic)? Penso que o hino de minha cidade. Não
sou pé de ouro, nem de prata, nem de coisa nenhuma. Sou, simplesmente, um homem
que carrega consigo uma grande frustração. A de ter nascido sem o talento da
dança e da música. Que considero lindas. Belas. Seja de qualquer gênero. Mas,
simplesmente, aprecio. E com sensibilidade - penso. Mas, quando ... quero ouvir
(sic)...
"Filhos
da Terra, oh! gente,
Ergam a voz, brilhem as frontes,
cantando com a alma que sente
e que vai nas brisas dos montes.
Salve Garanhuns!"
Ergam a voz, brilhem as frontes,
cantando com a alma que sente
e que vai nas brisas dos montes.
Salve Garanhuns!"
E, de
resto, da lavra do "Rei". Que também aprecio como apreciava Júlio:
"Conheço
uma cidade bem pernambucana
Que todo mundo chama de Suíça brasileira
Água pura, clima frio na realidade
Garanhuns é uma cidade linda e tão brejeira.
Que todo mundo chama de Suíça brasileira
Água pura, clima frio na realidade
Garanhuns é uma cidade linda e tão brejeira.
Garanhuns,
cidade serrana
Garanhuns, cidade jardim
Garanhuns, cidade das flores de amores sem fim
Garanhuns, terra de Simôa
Garanhuns, que terrinha boa
Garanhuns, onde o Nordeste garoa
Garanhuns, cidade jardim
Garanhuns, cidade das flores de amores sem fim
Garanhuns, terra de Simôa
Garanhuns, que terrinha boa
Garanhuns, onde o Nordeste garoa
Onde o
Nordeste garoa".
Sim, o
hino da cidade em que acredito. E que, por iniciativa minha, enquanto
representante do povo, virou o "Hino de Garanhuns". Canção sobre
minha cidade. Que todos nós aprendemos a sua letra e melodia. E o fazemos, com
orgulho. E que nos emociona tanto. Cidade em que criei e eduquei os meus
filhos. E em que nela vivo. E viverei. E que por ela brigo. Com todas as minhas
forças. Até o dia em que o Salvador me chamar ao reencontro com meus pais e meu
irmão, Geraldo.
Quero,
por fim, sob essa dor, que deixou Garanhuns consternada, abraçar toda a família
Jacinto. Abraçar Ivoneide, Ivonete e Ivana - suas filhas. Abraçar Manoel, Neco,
Noel, José, Zarié, Henrique, Antônio, Gercina, Maria, Olivia e Otacília - seus
irmãos. E, por derradeiro, reconhecer que quem está, neste ensejo, feliz é Vavá
pelo reencontro feliz com seu pai. Seu querido pai e orientador. Figura pública, advogado e empresário dos ramos da construção civil e
indústria da hoteleira.
*Givaldo Calado de Freitas é uma figura pública de Garanhuns e de Pernambuco, advogado e empresário dos ramos da construção civil e
indústria da hoteleira.
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