PREFEITURA MUNICIPAL DE GARANHUNS

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CONTEXTO

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Pesquisas Eleitorais

HISTÓRIAS DE GARANHUNS - DECA

Foto: Iba Mendes Pesquisas
Foto do Bar Primavera,
localizado no Parque municipal, em 1928.
 Este artigo foi escrito para o jornal A Palavra, de autoria cirurgião oncologista dr. Eduardo Miranda, com edição do jornalista Roberto Almeida. O artigo foi escrito pelo dr. Tarcio Márcio Lins Cavalcanti. Este é natural de Gravatá, mas viveu dos 7 aos 21 anos na Suíça Pernambucana. É médico, biomédico, professor de Nefrologia da Faculdade de ciências Médicas da UPE e diretor de clínicas de Nefrologia em Recife, Carpina, Arcoverde e Palmares. Além de tudo isso, dr. Tarcio tem profunda ligação com Garanhuns e usa sua memória prodigiosa para discorrer diversas história sobre a cidade, à qual compilou extenso material.

"Existem pessoas que andam na linha igual ao trem. Ou seja; pagam suas contas, declaram renda honestamente, produzem, planejam e organizam a vida, no fim tudo dando certo. Outras são velhacos culturais... Mesmo tendo posses detestam pagar, não trabalham, sã relapsos com os compromissos, nada planejam e nada realizam. Conheci muitos aposentados que nunca trabalharam, não serviram as Forças Armadas e não se aprofundaram nos estudos. Nosso personagem deste capítulo, Deca, era especialista em enganar os outros, dar golpes mirabolantes, até mesmo cinematográficas dada sua ousadia.
 No final dos anos 50 e início dos 60, e habitava a rua Amaury de Medeiros e, segundo o amigo Humberto Frias, Deca era irmão da esposa  do dr. Arnaldo, dentista muito habilidoso em Garanhuns. Mesmo não sendo rico, nosso golpista tinha boa presença e costumava vestir blusão de couro, camisa "gola rolê",  e trunfa no cabelo, clocado para trás a lá James Dean. Deca tinham mais ou menos a mesma idade de Dean à época (24 anos), e era um artista em planejar ganhar dinheiro fácil. Ou seja, dar golpe nos incautos. Ele não dirigia um Porsche como seu ídolo, mas sim a lotação que fazia a lotação da Av. Santo Antônio até a Rádio Difusora e vice versa, linha esta chama "do Arraial". Não lembro se a lotação era de João Gomes, Caneca ou Abelardo, no entanto, só tinha esta linha mesmo. Quem fosse para o Magano, Boa Vista ou Brasília só tinha 3 opções: Táxi, automóvel particular ou rodoviária. A cidade tinha poucas motos e lambretas e motoboy é coisa recente, graças à Deus.
 Antes de relatar 3 fatos inusitados de Deca, acrescento que naquela época havia uma cultura de dar golpes tão acentuada em Garanhuns,a ponto de um jovem golpista se vestir de seminarista e ir ao palácio Episcopal e, se dizendo enviado de Dom Hélder, carregou o rádio do bispo Dom Adelino Dantas. Após ser preso e cobrado pelo ato irresponsável, responde: "O rádio estava cantando me leva em teus braços!". Em uma outra vez, foram roubados sabonetes de um armarinho da rua Dom José. A desculpa do criminoso era o nome do sabonete: "Lever". De outra feita, ao passar pela loja de tecidos Gecunha, estava escrito no tabuleiro "Aproveite a oportunidade, leva o pano!. Os malandros levaram! Dois famosos irmão do mundo da trapaça, de família muito boa e muito conhecida aproveitaram um descuido do padre e roubaram a chave da "Caixa das Almas" da matriz de Santo Antônio. Deixaram as almas lisas! Presos, ao serem interrogados responderam: "Alma precisa de reza, não de dinheiro!"
 Voltando a Deca, lembro que passava tempo em São Paulo, tempo em Garanhuns, onde ele aplicou dois golpes sensacionais. O primeiro ocorreu nos finais dos anos 50, ou início dos 60. Não lembro se o prefeito era Cel. Figueira ou Aluizio Souto Pinto, porém, a feira semanal era na Av. Santo Antônio, mais precisamente no trecho da esquina da rua Dom José, até a Catedral. Deca pensou em colocar um relógio na rifa, mas que relógio? Pensou logo no da Prefeitura, pois é grande e todo mundo via. Dez rifa na sexta-feira à tarde e no sábado. Vendeu muitos bilhetes e ainda mandou os compradores conferirem a milhar na Banca da Sorte do Sr. tenente ou na Banca de seu pereira. Não deu outra. Quando o funcionário Moisés Mancha chegou para abrir aporta da Prefeitura, estava ali o novo dono do relógio que Celso Galvão colocou ali com tanto zelo!
 Em uma outra ocasião, Deca queria vender uma propriedade rural boa, bonita e perto da cidade. Não teve a menor dúvida, melhor mesmo era o "Pau Pombo", ou seja, o charmoso Parque Ruber Van Der Liden. Logo chegou um matuto com os filhos e empregados carregando enxadas, facões e mudas de macaxeira afirmando que havia comprado aquele sítio! Deu trabalho ao capitão da PM Aécio Leite, delegado de Garanhuns na época, convencer o inocente agrícola que aquela não era uma propriedade rural, e sim um parque público.
 O terceiro grande golpe de nosso sabichão não foi em Garanhuns, mas sim nos sertões da Bahia. Deca não se passou por cambista ou corretor de imóveis. Desta vez ele tranvestiu de engenheiro civil, mais precisamente de engenheiro cartográfico. Pois Deca arrumou capacete, Teodolito, miras, estacas, pranchetas e contratou auxiliares e foi para a porta de um baiano rico dos sertões. Ao amanhecer o dia, estava lá algazarra. "Mais para cima, mais à direita", barulho de estacas batendo, acordando o fazendeiro e família, "O que está acontecendo?", perguntou assustado o dono da casa. E o "dr." Deca responde: "No meio de sua casa vai passar a famosa estrada Rio-Bahia, dividindo suas terras ao meio, desvalorizando sua propriedade." Conversa vai, conversa vem... às 10 horas a estrada inexistente já estava desviada e Deca com dinheiro fácil no bolso!
 Cada pessoa tem seu destino, e a do nosso personagem era ganhar fácil se aproveitando da singeleza dos inocentes.


Um comentário:

  1. SOU NETA DE ENOCH NOGUEIRA DE QUEIROZ , EXISTE ALGUM REGISTRO DELE?
    ACHO QUE FOI ADVOGADO, TEVE FILHOS CHAMADOS MAURO, SOLANGE E ELBA /ALDA OU ALDA
    fabianadagloria@uol.com.br

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