MOCOTÓ E CENSURA

Quem acha que o Brasil não vive uma democracia nos tempos atuais não tem noção do que é falta de liberdade e do que foi a ditadura.

Na década de 60 Jorge Bem gravou uma música, que ele mesmo considerou uma “brincadeira” com versos absolutamente inofensivos.

Eu quero mocotó...eu quero mocotó

Eu cheguei e tô chegando

To com fome e sou pobre coitado

Me ajudem por favor

Botem mocotó no meu prato

Eu quero mocotó... mo...co...tó

Salada de mocotó

Mocotó a milanesa

Sopa de mocotó

Mocotó com abóbora

Eh...eh eu quero mocotó... mo...co...tó

Ahhhhuuuuuu

Mocotó pai mocotó filho 

Eu também vou ser da família

Mocotó é abstrato....nãoooo
Mocotó é correlato....nãoooo
Mocotó é lagarto....nãoooo
O que é que mocotó e? É um barato

Eu quero mocotó...eu quero mocotó
Mocotó é realengue
É um barato de alicerce
Põe mocotó no meu prato
Eu quero ficar relex

Mo...co...tó

Eu quero mocotó... mo...co...tó

Mocotó sem parar...mocotó sem parar

Mocotó é de amargar...mocotó é de amargar
É um barato mocotó...é um barato mocotó
Ele é melhor que chocolate...ele é melhor que chocolate.

A música foi um grande sucesso, tocou nos rádios sem parar em semanas o disco vendeu 500 mil cópias.

Aí entrou em cena o Governo Militar que censurou a música e a gravadora chegou a ser cercada por tropas do exército.

Quando se fala na volta dos militares ao poder é esse tipo de coisa que se está querendo: arbítrio, censura e falta de liberdade.