Santos, no litoral paulista, é uma cidade famosa
pelas praias, pelo porto e pelo time de futebol que projetou Pelé para o mundo.
Mas o município também sempre foi um celeiro de artistas, principalmente na
área teatral. Sérgio e Cláudio Mamberti, Ney Latorraca, Nulo Leal Maia, Beth
Mendes, dentre outros são de lá.
Um dos maiores nomes das artes, natural da cidade
de Santos, foi o teatrólogo Plínio Marcos.
Polêmico, controvertido, gênio, “maldito”
perseguido pela censura do regime militar, Plínio Marcos começou a escrever
suas peças ainda em Santos. Foi autor, diretor e ator.
Depois se fixou em São Paulo e
"escandalizou" público e crítica com peças como "Barrela" “Navalha
na Carne” e "Dois Perdidos numa Noite Suja".
Chegou a ser comparado a Nelson Rodrigues e até
hoje seus textos recebem novas adaptações ou montagens, para o teatro e o
cinema.
O artista fez também televisão, sendo um dos
personagens da novela "Beto Rockfeller", na antiga TV Tupi.
Avesso à burguesia, a governos e partidos
políticos, Plínio foi sempre um rebelde. Como nunca ganhou muito dinheiro com
seu trabalho e em várias ocasiões ficou sem emprego, ia ele mesmo vender seus
livros nas portas dos teatros de São Paulo. "O escritor é ruim, mas o camelô
é bom", justificava.
Morreu aos 64 anos, pobre, deixando uma obra que
precisa ser mais conhecida pelas novas gerações. Embora tenha frequentado poucos
anos de escola trabalhou em jornais, escreveu contos e produziu muito para o
teatro, sua paixão.
Plínio Marcos é uma das glórias de Santos e do
Brasil. Sua vida foi contada com maestria – e se fazendo justiça ao escritor! -
pelo jornalista e crítico teatral Oswaldo Mendes no
livro "Bendito Maldito".
Não é um livro do mesmo quilate de “O Anjo
Pornográfico”, a excelente biografia de Nelson Rodrigues, escrita por Ruy
Castro, mas é um bom livro que merece ser lido e divulgado.
Plínio Marcos deixou uma obra importante para a
dramaturgia brasileira, foi um gigante na luta contra à censura no Brasil
pós-64 e se comportou a vida toda como uma espécie de “São Francisco Brasileiro”,
vestindo roupas simples, calçando chinelos, escrevendo, escrevendo, embora por
ter rejeitado a escola tenha sempre se confessado um analfabeto.
Imagine se fosse alfabetizado. Uma figura o Plínio
Marcos!.
Tive oportunidade por diversas vezes de ver através da televisão, entrevistas suas e ler dois dos seus livros, era um gênio, alguns o chamavam assim, outros, como escritor polêmico, seus livros foram adaptados para o cinema como "Navalha na Carne." Um homem simples morava perto do minhocão numa casinha sem o menor conforto, e seus trajes como foi dito acima parecia de um pedinte, com seus chinelos já bem gastos Morreu moço e deixou um grande legado, embora não tivesse concluído nenhum dos cursos que começou, era engraçado, e respondia o que lhe dava na telha, era um destemido e irônico. Deixou muitas saudades.
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