Armando Monteiro (PTB), Paulo Câmara e José
Gomes (PSOL), candidatos ao Governo de Pernambuco, fizeram um bom debate, hoje,
na Rádio Jornal, transmitido para todo o Estado. O socialista se apresentou
como herdeiro do legado de Eduardo Campos e sempre que pode citou também o nome
de Marina Silva, que concorre à presidência pelo seu partido. Em vários
momentos fez críticas a Dilma Roussef (PT) e deu a entender que o Brasil parou
sob o comando da petista.
Já Armando Monteiro defendeu a presidenta
e afirmou que muitos dos investimentos feitos em Pernambuco, que proporcionaram
o crescimento do Estado, vieram através do presidente Lula e de sua sucessora
Armando questionou Paulo sobre sua
passagem na Secretaria da Fazenda, insinuando que o então auxiliar do
governador Eduardo Campos apertou os pequenos comerciantes na cobrança de
impostos, ao mesmo tempo em que facilitou as coisas para os grandes empresários.
“Nós adotamos critérios justos e nunca enviamos nenhum projeto para a
Assembleia Legislativa aumentando impostos”, se defendeu Câmara.
Representante do PSOL, Zé Gomes procurou
se diferenciar dos adversários e disse que os dois representam o mesmo ideal. Num
dos momento mais quentes do debate, criticou duramente a situação da educação
em Pernambuco e perguntou a Paulo Câmara qual o percentual de alunos
matriculados nas escolas de referência do Estado.
No primeiro momento o socialista falou dos
avanços na educação, elogiou as escolas de tempo integral, mas não respondeu à
pergunta. Gomes voltou à carga. “A pergunta é bem simples: qual é o percentual
de estudantes matriculados nas escolas de referência?”, insistiu.
O candidato socialista informou que 100
mil alunos estão hoje nas escolas de referência, porém não disse que percentual
esse número representava. Aproveitou para garantir que na sua gestão todos os
estudantes teriam acessos a esses educandários, que funcionam em dois horários
e são considerados de melhor qualidade.
Armando também fustigou o governista pelo
uso exagerado da imagem do ex-governador Eduardo Campos. “Seu programa de
governo é uma fotografia”, alfinetou o petebista.
Quando teve a palavra, Paulo Câmara
revelou não ter ambições de ser governador e salientou que sua candidatura
representa um projeto coletivo. “Não tenho projeto pessoal”, frisou, dando a
entender que seu adversário não representa a proposta de um grupo.
O socialista fez questão de lembrar que
sua candidatura tem o apoio de quatro ex-governadores de Pernambuco: Roberto
Magalhães, Joaquim Francisco, Jarbas Vasconcelos e Mendonça Filho.
José Gomes, por seu lado, mais de uma vez criticou o senador Armando
Monteiro, tanto pelas suas posições políticas no senado federal como por ter
sido aliado de Eduardo Campos no passado. “Você também tem responsabilidade
pelos erros”, acusou o esquerdista.
Nas considerações finais, com dois minutos
para cada candidato, Paulo Câmara falou do seu trabalho como secretário de
Eduardo Campos e prometeu valorizar o seu legado. Citou seis vezes o nome do
seu padrinho político apenas nesses minutos finais e demonstrou confiança de
que o povo de Pernambuco “fará novamente a melhor escolha”.
Já Armando Monteiro sustentou que
Pernambuco precisa de liderança, de alguém que tenha lastro e condições de
fazer o Estado avançar. Falou que se preparou para ser candidato, não foi
improvisado nem imposto por ninguém. "Acredito que o povo fará uma escolha
olhando para o futuro de Pernambuco", concluiu.
Ao usar seus dois minutos finais, Zé Gomes
reiterou que não existe diferença entre Armando Monteiro e Paulo Câmara. Defendeu
um projeto que contemple amplos setores da população, incluindo os negros e as
mulheres. Aproveitou para pedir votos para si e Luciana Genro, a candidata à
Presidência da República do PSOL.
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