Na última
sexta-feira, dia 25, completou 30 anos do assassinato do jornalista Vladimir
Herzog, no Centro de Operações de Defesa Interna do Exército (DOI-CODI), em São
Paulo.
O
profissional, que era diretor de jornalismo da TV Cultura na maior cidade do país,
despediu-se da mulher, Clarice, antes das 8h e foi acompanhado de um amigo prestar
depoimento aos militares, convencido de que voltaria para casa a tempo de
almoçar.
Foi
barbaramente torturado até a morte. O Governo divulgou a versão de que o
jornalista tinha se suicidado e amordaçou a imprensa, para que a verdade não
viesse à tona.
Apesar da
forte repressão da época, a repercussão foi imensa. Muita gente foi ao velório
e ao sepultamento e um ato ecumênico, realizado na Catedral da Sé, fez a
ditadura estremecer.
Ao ato
compareceram figuras como o cardeal Evaristo Arns, Dom Hélder Câmara, o pastor
protestante James Wright e o rabino Henry Sobel, além de milhares de paulistanos.
O
jornalista Ricardo Noblat contou toda a história da morte de Herzog em seu blog
e agora há pouco a Globo News acabou de exibir um especial sobre uma das mais célebres
vítimas do regime militar.
Foram ao
ar depoimentos de Dom Paulo Evaristo, da viúva Clarice Herzog e até do
ex-presidente Ernesto Geisel. Este reconheceu o crime cometido pela linha dura
do exército e depois do assassinato do operário Manuel Fiel Filho, em circunstância
parecidas com a do jornalista (e também com a versão de suicídio) demitiu o
general Ednardo e deu início a abertura “lenta e gradual”.
O Brasil
hoje vive uma democracia. Existem erros, há corrupção; a educação, a saúde, a
cultura, a segurança pública e muitos outros setores ainda deixam a desejar. Mas
pelo menos podemos falar sobre esses assuntos, criticar, sem correr risco de
vida.
É preciso
que as novas gerações de informem, se conscientizem, saibam da história do país
e lutem para que nunca mais tenhamos casos como o que vitimou Vladimir Herzog.
Seu crime?
Lutar por justiça, pelo social. Isso, 30 anos atrás, era tido como coisa de
comunista e qualquer um que ousasse defender o povo podia ser preso, torturado
e morto.
Ditadura
nunca mais!
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