Um site na Inglaterra divulgou que o
Bolsa Família contribui com a queda da mortalidade infantil nos municípios
brasileiros. Mas não são só os “gringos” que vão descobrindo vantagens no
criticado programa do governo. A Revista Marie Clarie, do clã dos Marinho,
publicou reportagem mostrando que a ajuda aos pobres está fazendo uma “revolução
feminista no Sertão".
Estudos, pesquisas, estatísticas, dados
reais coletados por jornalistas e professores sérios comprovam que o programa
de transferência de renda não é um mero projeto eleitoreiro ou
assistencialista, como prega a oposição. Aliás o programa começou no governo Fernando Henrique, O Lula e a Dilma apenas aperfeiçoaram e aumentaram o número de beneficiários, garantindo a muitos pelo menos o direito de comer.
Tem mais uma coisa: como o Brasil é um país de corruptos, esses milhões investidos mensalmente a favor dos pobres provavelmente estariam sendo desviados por maus políticos, empreiteiros e outros espertalhões da pátria amada, caso não existisse o programa. Lógico que não basta o Bolsa Família. Precisa investir mais nas educação, na saúde, na cultura, na infraestrutura...
Mas vamos à reportagem da Revista Marie
Claire:
A antropóloga Walquiria Domingues Leão Rêgo
testemunhou, nos últimos cinco anos, a uma mudança de comportamento nas áreas
mais pobres e, talvez, machistas do Brasil. O dinheiro do Bolsa Família trouxe
poder de escolha às mulheres. Elas agora decidem desde a lista do supermercado
até o pedido de divórcio.
Uma revolução está em curso. Silencioso e lento - 52
anos depois da criação da pílula anticoncepcional - o feminismo começa a tomar
forma nos rincões mais pobres e, possivelmente, mais machistas do Brasil. O
interior do Piauí, o litoral de Alagoas, o Vale do Jequitinhonha, em Minas, o
interior do Maranhão e a periferia de São Luís são o cenário desse movimento.
Quem o descreve é a antropóloga Walquiria Domingues Leão Rêgo, da Universidade
Estadual de Campinas (Unicamp). Nos últimos cinco anos, Walquiria acompanhou,
ano a ano, as mudanças na vida de mais de cem mulheres, todas beneficiárias do
Bolsa Família. Foi às áreas mais isoladas, contando apenas com os próprios
recursos, para fazer um exercício raro: ouvir da boca dessas mulheres como a
vida delas havia (ou não) mudado depois da criação do programa. Adiantamos
parte das conclusões de Walquiria. A pesquisa completa será contada em um
livro, a ser lançado ainda este ano.
MULHERES SEM DIREITOS
As áreas visitadas por Walquiria são aquelas onde, às
vezes, as famílias não conseguem obter renda alguma ao longo de um mês inteiro.
Acabam por viver de trocas. O mercado de trabalho é exíguo para os homens. O
que esperar, então, de vagas para mulheres. Há pouco acesso à educação e saúde.
Filhos costumam ser muitos. A estrutura é patriarcal e religiosa. A mulher está
sempre sob o jugo do pai, do marido ou do padre/pastor. “Muitas dessas mulheres
passaram pela experiência humilhante de ser obrigada a, literalmente, ‘caçar a
comida’”, afirma Walquiria. “É gente que vive aos beliscões, sem direito a ter
direitos”. Walquiria queria saber se, para essas pessoas, o Bolsa Família havia
se transformado numa bengala assistencialista ou resgatara algum senso de
cidadania.
BATOM E DANONE
BATOM E DANONE
“Há mais liberdade no dinheiro”, resume Edineide, uma
das entrevistadas de Walquiria, residente em Pasmadinho, no Vale do
Jequitinhonha. As mulheres são mais de 90% das titulares do Bolsa Família: são
elas que, mês a mês, sacam o dinheiro na boca do caixa. Edineide traduz o
significado dessa opção do governo por dar o cartão do benefício para a mulher:
“Quando o marido vai comprar, ele compra o que ele quer. E se eu for, eu compro
o que eu quero.” Elas passaram a comprar Danone para as crianças. E, a ter
direito à vaidade. Walquiria testemunhou mulheres comprarem batons para si
mesmas pela primeira vez na vida. Finalmente, tiveram o poder de escolha. E
isso muda muitas coisas.
O DINHEIRO LEVA AO DIVÓRCIO E À DIMINUIÇÃO DO NÚMERO
DE FILHOS?
“Boa parte delas têm uma renda fixa pela primeira vez. E várias passaram a ter mais dinheiro do que os maridos”, diz Walquiria. Mais do que escolher entre comprar macarrão ou arroz, o Bolsa-Família permitiu a elas decidir também se querem ou não continuar com o marido. Nessas regiões, ainda é raro que a mulher tome a iniciativa da separação. Mas isso começa a acontecer, como relata Walquiria: “Na primeira entrevista feita, em abril de 2006, com Quitéria Ferreira da Silva, de 34 anos, casada e mãe de três filhos pequenos,em Inhapi, perguntei-lhe sobre as questões dos maus tratos. Ela chorou e me disse que não queria falar sobre isso. No ano seguinte, quando retornei, encontrei-a separada do marido, ostentando uma aparência muito mais tranqüila.”
A despeito do assédio dos maridos, nenhuma das mulheres ouvidas por Walquiria admitiu ceder aos apelos deles e dar na mão dos homens o dinheiro do Bolsa. “Este dinheiro é meu, o Lula deu pra mim (sic) cuidar dos meus filhos e netos. Pra que eu vou dar pra marido agora? Dou não!”, disse Maria das Mercês Pinheiro Dias, de 60 anos, mãe de seis filhos, moradora de São Luís, em entrevista em 2009.
“Boa parte delas têm uma renda fixa pela primeira vez. E várias passaram a ter mais dinheiro do que os maridos”, diz Walquiria. Mais do que escolher entre comprar macarrão ou arroz, o Bolsa-Família permitiu a elas decidir também se querem ou não continuar com o marido. Nessas regiões, ainda é raro que a mulher tome a iniciativa da separação. Mas isso começa a acontecer, como relata Walquiria: “Na primeira entrevista feita, em abril de 2006, com Quitéria Ferreira da Silva, de 34 anos, casada e mãe de três filhos pequenos,em Inhapi, perguntei-lhe sobre as questões dos maus tratos. Ela chorou e me disse que não queria falar sobre isso. No ano seguinte, quando retornei, encontrei-a separada do marido, ostentando uma aparência muito mais tranqüila.”
A despeito do assédio dos maridos, nenhuma das mulheres ouvidas por Walquiria admitiu ceder aos apelos deles e dar na mão dos homens o dinheiro do Bolsa. “Este dinheiro é meu, o Lula deu pra mim (sic) cuidar dos meus filhos e netos. Pra que eu vou dar pra marido agora? Dou não!”, disse Maria das Mercês Pinheiro Dias, de 60 anos, mãe de seis filhos, moradora de São Luís, em entrevista em 2009.
Walquiria relata ainda que aumentou o número de
mulheres que procuram por métodos anticoncepcionais. Elas passaram a se sentir
mais à vontade para tomar decisões sobre o próprio corpo, sobre a sua vida. É
claro que as mudanças ainda são tênues. Ninguém que visite essas áreas vai
encontrar mulheres queimando sutiãs e citando Betty Friedan. Mas elas estão
começando a romper com uma dinâmica perversa, descrita pela primeira vez em
1911, pelo filósofo inglês John Stuart Mill. De acordo com Mill, as mulheres
são treinadas desde crianças não apenas para servir aos homens, maridos e pais,
mas para desejar servi-los. Aparentemente, as mulheres mais pobres do Brasil
estão descobrindo que podem desejar mais do que isso.
O BOLSA ESMOLA É UM PROGRAMA QUE "DEU ENTRADA", MAS NÃO TEM SAÍDA... É O VOTO DE CABRESTO MAIS SAFADO DESTE PLANETA... O PT COOPTOU ESSA GENTE DANDO DINHEIRO, E ESSA GENTE MANTÉM O PT NO PODER POR CAUSA DESTA ESMOLA... OU SEJA, UM É O OXIGÊNIO DO OUTRO. SE DER DINHEIRO PRA MISERÁVEL FOSSE A SOLUÇÃO E O CAMINHO PARA DESENVOLVIMENTO, A ALIANÇA RENOVADORA NACIONAL(ARENA), DE TRISTE MEMÓRIA, DIGA-SE DE PASSAGEM, TINHA TRANSFORMADO O NORDESTE NA SUÍÇA... O BOLSA ESMOLA É COMO O INFERNO, SÓ TEM A PORTA DE ENTRADA. SAIR É PRATICAMENTE IMPOSSÍVEL!!!
ResponderExcluirVerdade, não vi ainda nenhuma das pessoas que recebem bolsa bosta, fazer o curso profissionalizante, ou ingressar em um emprego. Nos sítios tem muita gente querendo contratar serviços, mais esses vagabundos não querem trabalhar. Fazer o quê o PT desvia milhões e distribui merrecas pra essa turma votar neles.
ExcluirO BOLSA ESMOLA É COMO O INFERNO, SÓ TEM A PORTA DE ENTRADA. SAIR É PRATICAMENTE IMPOSSÍVEL!!! Parabens altamir por essa frase. Voce estar corretissimo. Verdade absoluta.
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