Uma forma muito comum de avaliar o preço de um escravo no Rio de Janeiro era compará-lo ao de um animal de carga. Do ponto de vista dos seus donos, a comparação fazia todo o sentido: ambos se destinavam a mesma atividade. Uma besta adestrada custava no Rio cerca de 28 mil réis.
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Entre os séculos XVI e XIX, cerca de 10 milhões de escravos africanos foram vendidos para as Américas. O Brasil, maior importador do continente, recebeu quase 40% desse total, algo entre 3,6 milhões e 4 milhões de cativos.
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O pintor Jean Baptiste Debret conta que, no Rio de Janeiro, escravos acusados de faltas graves, como fuga ou roubo, eram punidos com cinquenta chibatadas. Seu dono tinha de comparecer ao calabouço munido de autorização do intendente de polícia na qual deveriam constar "o nome do delinquente e o número de chibatadas que deverá receber". O carrasco, encarregado de executar o castigo, recebia uma pataca por cem chibatadas aplicadas. "Todos os dias entre 9 e 10 horas da manhã, pode-se ver a fila de negros que devem ser punidos", escreveu Debret.
Depois de desamarrado o negro é deitado no chão, de cabeça para baixo, a fim de evitar-se a perda de sangue. A chaga escondida sob a fralda da camisa escapa assim à picada do enxame de moscas que logo procura esse horrível repasto. Finalmente, terminada a execução, os condenados ajustam as suas calças e todos voltam para a prisão.
De volta à prisão, a vítima é submetida a uma segunda prova, não menos dolorosa: a lavagem das chagas com vinagre e pimenta, operação sanitária destinada a evitar a infecção do ferimento.
(O texto acima é do livro "1808", de Laurentino Gomes. Uma ótima leitura, com gosto de romance ou grande reportagem, que esmiuça como era o Brasil quando a Corte Portuguesa - à frente Dom João VI e Carlota Joaquina - veio viver entre nós, fugindo das tropas de Napoleão).
Os impérios africanos é que escravizavam os negros... Os próprios negros escravizavam outros negros. Os portugueses davam um tratamento muito melhor aos seus escravos se compararmos ao tratammento dado pelos muçulmanos aos seus escravos. Os muçulmanos simplesmente capavam os escravos...os portugueses davam um tratamento muito melhor
ResponderExcluirÉ muito impressionante como é os cidadãos de hoje em dia. Temos aqui uma matéria legal e que por sinal muito importante para historia de todos, e não vi um comentários sobre essa mesma. Agora se fosse sobre a brilhante politica de Caetés-PE. Estaria cheio de anônimos com seus bons comentários ou ofensas aos tais candidatos. Que leiam outras matérias nos novos tempos e reflitam um pouco mais, sobre novos assuntos. O Sr. Roberto Almeida. Se encontra mais uma vez de parabéns, pelas suas diversidades em todas as matérias.
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