UMA ESCOLA MODELO EM SÃO BENTO DO UNA

Do jornalista Magno Martins:

Em meio à campanha eleitoral, que começa a esquentar no Recife e em vários municípios do Estado, dei um pulinho, ontem, até São Bento do Una, no Agreste Meridional, a 215 km do Recife, terra do cantor Alceu Valença e um dos maiores polos avícolas do País. Lá, tive uma experiência diferente: ministrei duas palestras didáticas sobre tecnologia digital na educação para professores e servidores da escola modelo Cônego João Rodrigues de Melo.

Na primeira, pela manhã, me emocionei com a apresentação musical de um grupo de garotos tocando flauta e em seguida outros instrumentos de sopro, como saxofone. Trata-se de alunos da própria escola, que é do município e referência digital no País, que ali aprendem os mais diversos instrumentos musicais, inclusive sanfona, conforme atestei na apresentação de um grupo na segunda palestra, à tarde.

Fui a São Bento a convite do prefeito, o padre Aldo, que investiu mais de R$ 3 milhões na recuperação da escola, que passa a ser modelo. Está incluída entre as cinco unidades nacionais referências em avanço digital. Aldo foi buscar o modelo no centro-sul, comprou equipamentos de primeira linha, como tabletes, instalados numa biblioteca digital à disposição dos alunos da instituição nos dois turnos.

A escola é toda informatizada, desde o ponto digital para professores e servidores até a lousa digital, que substitui o velho quadro negro com pó de giz pelas projeções online com a caneta digital. A estrutura inclui, ainda, um auditório com capacidade para 300 lugares, refeitório, quadra esportiva e de recreação e um centro de inclusão digital.

Mostrei alguns desafios que o Brasil enfrenta na Educação, como o de incluir ainda quase 1 milhão de crianças que estão fora da escola na faixa etária entre sete e 14 anos. No Brasil, segundo dados oficiais do próprio MEC, menos de 5% das crianças que chegam à quarta-série estão plenamente alfabetizadas.

Nove em cada 10 alunos da 8ª série têm dificuldades na resolução das quatro operações matemáticas. Quanto à evasão escolar, a cada minuto no Brasil um aluno entre 15 e 19 anos abandona a escola e a cada dia uma média de 752 alunos param de estudar. O Brasil investe metade do que aplica o México em seus alunos das primeiras séries do ensino fundamental e cinco vezes menos do que a Coréia do Sul, modelo hoje no mundo.

Mostrei, ainda, que o Governo cumpre em parte a promessa de viabilizar o Programa Nacional de Tecnologia Educacional – o Proinfo. Através deste programa, a meta seria construir uma infraestrutura básica, como a implantação de ambientes tecnológicos, a formação de professores e gestores para usar as novas tecnologias digitais e a disponibilização de conteúdos educacionais modernos, como o portal do professor, tv-escola, dvd-escola, etc .

Encontrei uma plateia bastante interessada e atenta aos novos conhecimentos para aplicação em sala de aula pela internet. O evento, que foi coordenado pelo secretário de Educação, Eraldo Gleidson, muito antenado com o mundo digital, contou com a participação de quase todos os professores, técnicos e servidores da escola.