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MONTEIRO LOBATO - ESCRITORES BRASILEIROS - 19º

Monteiro Lobato é um dos escritores brasileiros mais conhecidos. Muitos tiveram acesso a sua obra, mesmo que não tenham lido uma linha dos seus livros.

É que o escritor, autor de 17 livros só para as crianças, vem sendo adaptado para a televisão há no mínimo três décadas, o que possibilitou que meio mundo viesse a conhecer a boneca Emília, Narizinho, Dona Benta ou o Visconde de Sabugosa.

José Bento Renato Monteiro Lobato é de Taubaté, no interior de São Paulo, tendo nascido em 1882. Morreu em 1948, tendo sido sepultado no seu Estado natal, em clima de comoção popular.

“Governo e povo acompanharam até o cemiterio da Consolação os restos mortais do querido pai do Jeca Tatu - decretado luto oficial - às expensas do estado os funerais do ilustre escritor Realizou-se ontem, às 15 horas, no cemiterio da Consolação, o sepultamento de Monteiro Lobato, saindo o feretro da Biblioteca Municipal. Seus restos foram carregados até a ultima morada por seus amigos e admiradores, acompanhados por incalculavel multidão. As ruas nas proximidades da Biblioteca tiveram o transito interrompido cerca de trinta minutos, tal a massa humana que se formou para acompanhar os funerais. Momentos antes da saida do feretro, o governador do Estado, acompanhado dos seus secretarios João de Deus Cardoso de Melo, da Justiça, José Fajardo, do Trabalho, e Astolfo Pio Monteiro da Silva, bem como o sr. Paulo Lauro, visitaram, pela ultima vez, o corpo do grande escritor, e conduziram o caixão até a rua. O feretro foi acompanhado por altas personalidades politicas e sociais e por grande massa de pessoas. No cemiterio da Consolação”, assim foi descrito o sepultamento de Monteiro Lobato no jornal Folha de São Paulo.

O autor do Sítio do Picapau Amarelo se formou em direito, foi promotor público, porém se consagrou mesmo foi como escritor. Sua obra totaliza mais de 30 títulos, metade deles dedicados às crianças. "De escrever para marmanjos já estou enjoado. Bichos sem graça. Mas para crianças um livro é todo um mundo”, disse uma vez o romancista, justificando o direcionamento de sua obra.

Lobato era um nacionalista. Antes mesmo de começar a produzir seus livros fez uma aprofundada pesquisa sobre a figura do Saci, publicada no Estado de São Paulo. Antes já criara a figura do Jeca Tatu, que se tornou nacionalmente conhecido.

Na defesa da cultura nacional, das riquezas brasileiras, foi um dos líderes da campanha “O petróleo é nosso”, que na década de 30 dividiu a nação. O Brasil dependia quase que totalmente da matéria prima para os combustíveis e o presidente Getúlio Vargas dificultava as coisas para que se perfurassem poços no país. Monteiro Lobato escreveu o livro “O Escândalo do Petróleo”, denunciando os interesses entreguistas e sua obra chegou a ser proibida de circular pelo governo. Então o paulista publicou “O Poço do Visconde”, obra aparentemente infantil, mas na verdade tratando novamente da importante questão da descoberta de petróleo entre nós.

O escritor foi preso, pela ditadura de Vargas, devido a sua luta, porém não esmoreceu e continuou a produzir artigos para jornais, fez palestras e esteve presente em manifestações públicas. A sua luta e de outros brasileiros foi vitoriosa e culminou com a criação da Petrobrás, na década de 50.

Além de escrever, Lobato criou editoras para editar suas obras e lançar outros autores, que não tinham chances no mercado. Quando começou nesta atividade a maioria dos livros brasileiros eram editados no exterior, normalmente em Portugal ou Paris.

O primeiro livro publicado por Monteiro Lobato foi Urupês, uma reunião de contos divulgados principalmente pelo jornal O Estado de São Paulo.

Dentre suas obras se destacam O Saci, Reinações de Narizinho, Emília no País da Gramática, Picapau Amarelo, Dom Quixote das Crianças, Aritmética de Emília, Geografia de Dona Benta, História de Tia Anastácia e a Chave do Tamanho.

Para adultos escreveu também quase duas dezenas de livros, entre os quais o romance “O Presidente Negro”.

Monteiro Lobato também traduziu livros de grandes autores infantis, como Anderson e Grimm.

A fama e o prestígio, no entanto, vieram sobretudo de seus livros infantis.

Apesar de toda sua produção, de sua contribuição às letras do país, o escritor foi derrotado duas vezes na tentativa de ingressar na Academia de Letras do Brasil. A mesma instituição que abriga entre seus quadros Marco Maciel e José Sarney.

Besteira. A obra de Monteiro Lobato é maior do que a ABL.

Abaixo um texto da obra desse excepcional escritor brasileiro:

A CIGARRA E A FORMIGA

Houve uma jovem cigarra que tinha o costume de chiar ao pé do formigueiro. Só parava quando cansadinha; e seu divertimento era observar as formigas na eterna faina de abastecer as tulhas.
Mas o bom tempo afinal passou e vieram as chuvas. Os animais todos, arrepiados, passavam o dia cochilando nas tocas.
A pobre cigarra, sem abrigo em seu galhinho seco e metida em grandes apuros, deliberou socorrer-se de alguém.
Manquitolando, com uma asa a arrastar, lá se dirigiu para o formigueiro. Bateu – tique, tique, tique...
Aparece uma formiga friorenta, embrulhada num xalinho de paina.
- Que quer? – perguntou, examinando a triste mendiga suja de lama e a tossir.
- Venho em busca de agasalho. O mau tempo não cessa e eu...
A formiga olhou-a de alto a baixo.
- E que fez durante o bom tempo que não construiu a sua casa?
A pobre cigarra, toda tremendo, respondeu depois dum acesso de tosse.
- Eu cantava, bem sabe...
- Ah!... exclamou a formiga recordando-se. Era você então que cantava nessa árvore enquanto nós labutávamos para encher as tulhas?
- Isso mesmo, era eu...
Pois entre, amiguinha! Nunca poderemos esquecer as boas horas que sua cantoria nos proporcionou. Aquele chiado nos distraía e aliviava o trabalho. Dizíamos sempre: que felicidade ter como vizinha tão gentil cantora! Entre, amiga, que aqui terá cama e mesa durante todo o mau tempo.
A cigarra entrou, sarou da tosse e voltou a ser a alegre cantora dos dias de sol.

Do livro Fábulas, Monteiro Lobato.

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