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NÚBIA LAFAYTTE - GRANDES NOMES DA MPB - 91º

Núbia Lafayette nunca teve a mesma projeção de Ângela Maria, cantora de quem poderíamos considerá-la mais próxima no repertório e no tempo em que surgiram na cena musical. Verdade que a intérprete de Babalu tem a voz mais refinada e talvez por isso conseguiu penetrar mais nas classes mais exigentes. Núbia, de qualquer modo, tinha um estilo muito próprio, era “muito povão” e nisso se diferenciou de outras grandes vozes femininas do Brasil.

Nem por isso, deixou de fazer escola. Grandes intérpretes que vieram depois confessaram abertamente ter sido influenciados na carreira por Núbia Lafayete: Alcione, Fafá de Belém, Cláudia Barroso, Waldick Soriano e Elymar Santos estão dentre os que admitem a admiração pela nordestina criada no Rio de Janeiro.

Idenilde da Costa Araújo (este o verdadeiro nome da artista) nasceu em Assu, no Rio Grande do Norte, em 1937. Aos três anos já morava com os pais no Rio de Janeiro. Menina ainda, aos 11/12 anos, já brincava de cantar, usando o cabo de vassoura como microfone. Vicente Celestino e Dalva de Oliveira eram seus ídolos na época.

No final dos anos 50 já se encaminhava para a carreira artística, usando o nome de Nilde Araújo. Participava de programas de calouros e se apresentava em boates, cantando os sucessos de Dalva de Oliveira.

Ainda gravou um disco como Nilde. Foi quando entraram em sua vida o compositor Adelino Moreira e Nélson Gonçalves mudando tudo para melhor. Por sugestão do primeiro adotou definitivamente o nome de Núbia Lafayette e em 1960 gravou do autor de inúmeros sucessos do cancioneiro popular a música “Devolvi”. Foi um grande sucesso. Até hoje é ouvida por românticos de norte a sul, com sua letra bem elaborada (que alguns podem considerar exagerada) e a arrojada interpretação de Núbia:

Devolvi
O cordão e a medalha de ouro
E tudo que ele me presenteou
Devolvi suas cartas amorosas
E as juras mentirosas
Com que ele me enganou

Devolvi
A aliança e também seu retrato
Para não ver seu sorriso
No silêncio
Do meu quarto

Nada quis guardar como lembrança
Pra não aumentar meu padecer
Devolvi tudo
Só não pude devolver
A saudade cruciante
Que amargura meu viver

O site letras.com.br publica uma enxuta biografia da cantora. Segundo o autor do texto, não assinado, o cantor Nélson Gonçalves foi fundamental na carreira de Núbia Lafaytte. Levou-a à gravadora RCA e foi sua fonte de inspiração masculina. “Foi um grande professor, ensinando-a a se comportar no palco. O consagrado intérprete de “A Volta do Boêmio” iria influenciar de tal modo a artista que ela chegou a ser apontada como “o Nélson Gonçalves de saia”

A afinidade entre os dois era tanta que ela regravou vários sucessos dele a exemplo de Fica Comigo esta Noite, Argumento e A Volta do Boêmio.

Além de “Devolvi”, que caiu na boca do povo, Núbia emplacou nas paradas musicais do rádio músicas como Seria tão diferente, Prece à Lula, Solidão, Preciso Chorar e Ouvi Dizer. Todas essas citadas assinadas por Adelino Moreira.

Em 1972 a cantora grava outro mega sucesso, uma música que causaria impacto igual ao de “Devolvi”. Com letra de Rossini Pinto, compositor que teve canções gravadas por Roberto Carlos e outros artistas famosos, “Casa e Comida” virou na voz de Núbia Lafaytte uma espécie de hino das mulheres mal casadas, humilhadas por seus maridos infiéis. Neste mesmo disco dos anos 70 foram incluídas as músicas “Aliança com filete de prata (Glória Silva), “Quem eu quero não me quer” (Raul Sampaio e Benil Santos), "Esta Noite eu Queria que o mundo acabasse" (Silvio Lima) e "Fracasso" (Mário Lago). Esta última seria regravada por Fafá de Belém no seu primeiro LP, num dos melhores momentos da cantora paraense.

Abaixo, a letra de Casa e Comida:

Desculpe, meu amor, o que eu lhe digo,
Mas meu bem, não é comigo, que você deve lamentar,
Você nunca foi um bom marido,
Não cumprindo o prometido que jurou aos pés do altar.
É triste confessar, mas é preciso,
Você não teve juízo em dizer que não me quis,
Perdoa, meu amor, não sou fingida,
Não é só casa e comida, que faz a mulher feliz,
Noites, quantas noites, eu passava,
Por você abandonada, a chorar na solidão,
E quando eu reclamava, você ria,
Me dizendo que ficava, no escritório, no serão.
Agora você tenha paciência,
Eu lhe peço, por clemência,
Deixe em paz meu coração.
Repito o que todo mundo diz:
Não é só casa e comida, que faz a mulher feliz.
Noites, quantas noites, eu passava,
Por você abandonada, a chorar na solidão,
E quando eu reclamava, você ria,
Me dizendo que ficava, no escritório, no serão.
Agora você tenha paciência,
Eu lhe peço, por clemência,
Deixe em paz meu coração.
Repito o que todo mundo diz:
Não é só casa e comida, que faz a mulher feliz.

Além do romantismo de Adelino Moreira e Rossini Pinto, Núbia gravou compositores como Lupicinio Rodrigues, Raul Sampaio, Jair Amorim, Herivelto Martins. Todos eles também foram gravados várias vezes por Nélson.

Núbia influenciou as novas gerações e dividiu palco com algumas das celebridades da música nacional. Cantou com o próprio Nelson Gonçalves, Gonzaguinha, Waldick, Noite Ilustrada, Alcione e o Trio Irakitam.

Dentre os seus admiradores podem ser incluídos também Cauby Peixoto, Roberta Miranda e Tânia Alves.

Núbia continuou a participar em programas especiais e apresentações esporádicas até ao fim da sua vida. Morava em Maricá, no litoral do estado do Rio de Janeiro. A cantora sofreu um AVC hemorrágico no dia 10 de Março de 2007, tendo ficado internada 10 dias. No dia 25 de Maio do mesmo ano voltou a ser internada no Hospital de Clínicas Niterói devido a complicações. Faleceu aos 70 anos de idade. (Principal fonte de consultas: site letras.com.br).

DEVOLVI - Clique no nome da música, toda em maiúsculo, e acesse um vídeo do youtube com a interpretação de Núbia Lafaytte da canção de Adelino Moreira.

2 comentários:

  1. Rapaz, eu fiquei injuriado, os Bêbo, e os Injuriados, tão cá gota, pô, cês num respeitam os Primos? Muleres, quem éque paga tudo? Malandrão.

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  2. Luciene Soares de Vasconcelos17 de janeiro de 2012 às 16:07

    Parabéns, Roberto, por contar um pouco da vida desta grande intérprete, Núbia Lafayette, uma belíssima voz, da qual sou fã desde os meus 15 anos. Tenho CD's e ainda LP's de Núbia, inclusive essa imagem postada na matéria pertence à capa de um dos seus LP's. Faltou dizer que ela faleceu no dia 18 de julho de 2007, deixando uma tremenda lacuna para os amantes da boa música romântica. Parabéns! É muito importante fazer registros assim, para não deixar morrer a nossa cultura. Sou fanzona de Núbia e fiquei feliz e surpresa com a homenagem.
    Traz também a história de Dalva de Oliveira, outra gigante da velha guarda. Mulheres maravilhosas que cantaram e encantaram a nossa vida.

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