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CRÔNICA DO DOMINGO

Há pouco eu estava no twitter e como ondas vieram à cabeça uns versos de Raul Seixas de muito tempo atrás: "Hoje é domingo, missa e praia, céu de anil, tem sangue no jornal, bandeiras na avenida Zil. Lá por detrás da triste linda zona sul, vai tudo muito bem, formigas que trafegam sem porque. E das janelas desses quartos de pensão, tranquilo eu tento uma transmutação. Andei rezando para totens e Jesus, jamais olhei pra o céu, meu lindo disco voador além.... Já fui macaco em domingos glaciais, há plantas colossais, que eu não soube como utilizar.... E nas mensagens que nos chegam sem parar, ninguém, ninguém pode notar, estão muito ocupados pra pensar. Oh! Oh! Seu moço, do disco voador, me leva com você, pra onde você for...".

O inquieto músico baiano compôs essa música sozinho, sem a ajuda do seu parceiro na época, o escritor Paulo Coelho. Acho que estava inspirado. Apesar de bastante simples, a letra é bem significativa. Domingo tem mesmo cara de missa, de praia (mesmo a gente distante do litoral), de jornal. E tanto faz na zona norte ou sul do Rio, Recife, São Paulo ou qualquer cidade: todo lugar está cheio de formigas que trafegam sem porque. A gente apela para totens, imagens, igrejas, santos, jesus e termina, quem sabe, querendo um disco voador para nos levar pra longe de um mundo às vezes complicado, com muita gente ruim, querendo só beber o  nosso sangue. Felizmente, também têm muitos bons, compartilhando conosco dos ideais de beleza, igualdade e fraternidade.

Como hoje é domingo, dia de jornal (mais do que os outros dias, de certa forma),  confiro nas manchetes que o Silvio Santos está fazendo 80 anos. Fico pensando um pouco nesse personagem, tão presente no primeiro dia da semana dos brasileiros nas últimas décadas. Pô! O dono e apresentador do SBT no imaginário popular deve ter muito mais tempo de vida. Acho que ele está aí, com suas colegas de trabalho há uma eternidade. Ora, se eu ainda era garoto, e o via  com aquele sorriso franco e puro (segundo uma música de Raul Seixas da mesma época de SOS) animando os auditórios da antiga TV Tupi. O homem que saiu das ruas, vendendo seus produtos como camelô e construiu um império. Arcaico, cafona, fazendo as coisas na base da intuição, apolítico (?), o fato é que se tornou um ícone neste Brasil de Antônio Conselheiro e Luiz Inácio da Silva. E quando parecia mesmo eterno, inabalável, forte como o homem de aço, vem a notícia de que  todo patrimônio construído ao longo de 60 anos está hipotecado. Tudo pode ruir. É assim que o Silvio chega aos 80: fragilizado, humano, capaz de levar um tombo e perder a majestade. Nesse momento, se ele pudesse também recorria (se não está recorrendo) a totens e Jesus, pedia ao homem do disco voador que o levasse para bem longe. Onde pudesse sempre sorrir, saudando as suas colegas de trabalho, em paz consigo e sem se preocupar com a audiência.

Bom domingo pra todo mundo.

2 comentários:

  1. exelente crônica,tenhas um ótimo domingo tbm.abraço.

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  2. Messias pede ao MESSIAS que te ilumine no português.caio,jucati

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