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Pesquisas Eleitorais

GRANDES NOMES DA MPB XXXI



O pai era sargento do exército, a mãe uma simples dona de casa e sua avó, devota de Santa Rita de Cássia, foi quem sugeriu o nome da menina, que veio ao mundo em 29 de dezembro de 1962, no Rio de Janeiro: Cássia Rejane Eller!
Com o pai militar, teve de se morar em diferentes cidades do país, em sua infância: Aos seis anos estava em Belo Horizonte, aos 10 em Santarém, no Pará, dois anos depois voltou ao Rio, chegando a Brasília aos 18.
Na capital federal intensificou o gosto pela música, despertado aos 14 anos, quando ganhou um violão de presente. Em Brasília fez testes para musicais, cantou em coral, trabalhou em duas óperas e fez parte de um trio elétrico de forró, o Massa Real. Em 1981 participou de um espetáculo do cantor Osvaldo Montenegro, à época um nome que se destacava na música popular brasileira.
É incrível, mas Cássia Eller um ano mais tarde estava em Belo Horozinte e na capital de Minas Gerais trabalhou como servente de pedreiro. “Fiz massa e assentei tijolos”, confessaria a cantora. Quando voltou para Brasília, foi secretária no Ministério da Agricultura, tendo sendo demitida com três dias de serviço. A mocinha não levava jeito para a vida burocrática, seu negócio era mesmo a música.
“Quando criança, queria fugir com o circo, mas terminei mesmo foi sendo garçonete e cozinheira em Brasília”, revelaria a artista, em 1999, numa entrevista ao jornal Folha de São Paulo.
A carreira de Cássia Eller começou a decolar em 89, quando gravou uma fita demo com o apoio de um tio, chamado Anderson. Na fita estava incluída a música “Por Enquanto”, uma composição de Renato Russo. Após esse trabalho ela foi contratada pela gravadora PolyGram e já nesta empresa participou de um disco de Wagner Tiso intitulado “Baobab”.
A artista tinha uma voz grave que chamava a atenção. Uma personalidade forte, boa presença de palco e um gosto musical eclético que a levou a gravar o pop e o rock de Cazuza, Renato Russo e Nando Reis. Também a pura MPB de Caetano Veloso e Chico Buarque. Incluiu nos seus discos “malditos” como Wally Salomão e Arrigo Barnabé e sambas de autores mais antigos. Cássia também interpretou rocks mais pesados de grupos como Nirvana, de Jimi Hendrix, John Lennon e da brasileira Rita Lee.
Homossexual assumida, Cássia morou com Maria Eugênia Vieira, com quem criou o filho Francisco, apelidado carinhosamente de Chicão.
A artista morreu no dia 29 de dezembro de 2001 (data de aniversário) e até hoje se polemiza se foi de uma overdose de drogas ou de um infarto do miocárdio. Seu desaparecimento trágico, em circunstâncias misteriosas, chocou o País. Nos shows da virada do ano, principalmente no Rio, em São Paulo, em Minas, em Brasília, artistas das mais diferentes vertentes fizeram homenagens a grande cantora. Foi uma carreira curta, porém intensa. Em apenas 12 anos Eller marcou profundamente a música popular brasileira. Deixou 10 discos gravados e um DVD, além de inúmeros sucessos que encantam pessoas de diferentes gerações.
Poucos anos antes de nos deixar tristes e mais pobres na área musical, Cássia Eller esteve pela segunda vez no Festival de Inverno de Garanhuns (já tinha vindo na 2ª edição do evento). Fez um show memorável com sua voz possante e chocou alguns caretas ao levantar a blusa no palco e mostrar pra todo mundo um belo par de seios. Assim era Cássia. Apenas uma garotinha. Que só queria, talvez, um pouco de malandragem. (Fontes de consulta: biografia publicada pelo jornal Folha de São Paulo, enciclopédia do google, discografia da artista).

*Clicando no nome da artista, acima, todo em maiúsculo, você acessa um vídeo de Cássia interpretando "Malandragem", um composição de Cazuza e um dos seus maiores sucessos.

Um comentário:

  1. Roberto.
    Quando eu conheci a Cássia, ela morreu.
    Mas como artistas são imortais, pude conhecê-la e admirá-la assim mesmo.

    Abração

    marilia j.

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