UMA CARTA DE LUZINETTE LAPORTE


Luzinette Laporte (foto) foi professora deste repórter no Colégio Diocesano de Garanhuns. Em 1973 e 1974. Ela foi uma das pessoas que me ensinou a amar os livros, em suas insquecíveis aulas de Literatura. Foi diretora da antiga Dere, Secretária de Educação do Município e já publicou cinco ou seis livros, belíssimos e com um texto digno de uma Clarice Lispector. Luzinette vive numa casa relativamente simples, na Rua XV de Novembro e é, a meu ver, a figura mais bonita e mais rica deste município, se a olharmos como pessoa e focando a sua inteligência e bondade e não pensando em bens materiais - carros, fazendas, apartamentos, roupas de grife, essas coisas que transformam tanto as pessoas e dão status.
Hoje, sem esperar, recebo uma carta da professora. Um texto simples como ela, mas que me tocou fundo no coração. Luzinette Laporte, tem mais de 80 anos, é um verdadeiro Patrimônio Cultural de Garanhuns. É uma honra ser seu amigo e ser premiado com suas generosas palavras.

A CARTA

Roberto,

Acabo de ler sua "Oração da Sexta-Feira." Que coisa bonita!
Você não quer ser um conformista com o estado de coisas que aí temos. Isso é comungar com os que sofrem. Mas não deixa de cantar o Bem e o Belo e sem o confessar, canta Deus. Porque é Ele o Bem e a beleza que se espalha em torno de nós e que seu coração acolhe e sua voz proclama.
Sei quanto rezei (e rezo, pode contar com minhas orações diárias!) por você.
Fiquei/estou tão feliz por rezar com V. a "Oração da Sexta-Feira" neste domingo.
Porque ela não é só de um dia. É de todos os dias e de todas as horas. Resume o sentimento de todos aqueles que sentem seu entorno.
Engloba os "ais" dos sofredores e aflitos e a impotência em os socorrer. E faz eco ao "Cântico ao Sol" de São Francisco de Assis.
Emite a angústia da dúvida e confessa o momento do encontro com Aquele que, se é invisível, é presente em cada ser, também.
Esta é uma carta ao homem que rezou a "Oração da Sexta-Feira".
E se quer alguém para conversar - V. disse que quanto mais usasse sua voz, melhor - e se me achar à altura, aqui estou.

Nota: "Oração da Sexta-Feira" foi publicada na última edição do Correio Sete Colinas, quando foi lida pela professora e escritora. Antes, foi divulgada aqui no blog. Se alguém não viu e tem interesse, é só clicar o espaço de busca, em cima, à esquerda e pesquisar Oração da Sexta-Feira, que o texto aparece.

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