Por Cristina Moraes
A importância de um cemitério e a história dos cemitérios da minha linda Garanhuns
A cabeça de um escritor não tem limites, não importa o tema, em tudo queremos fazer uma narrativa e de fato há temas e temas, alguns alegres, outros nem tanto, não importa, vamos discorrendo assim mesmo.
Hoje vou falar sobre cemitérios, que são necrópoles ou sepulcrários. O lugar onde são sepultados os cadáveres, são considerados lugares de prática religiosa e por analogia, chama-se cemitério um lugar onde se enterram ou acumulam produtos, tipicamente resíduos e detritos.
E no passado havia a prática do sepultamento nas igrejas e respectivos adros, que são os espaços, que sejam aberto ou fechado, fica em frente ou ao redor de uma igreja, no terreno de igrejas antigas, geralmente antes da sua entrada, tendo este nome em razão do hábito de enterrar pessoas em frente às igrejas
A partir do século XVIII, criou-se um sério problema com a falta de espaço para os enterramentos nos adros das igrejas ou mesmo nos limites da cidade, onde os esquifes se acumulavam, causando poluição e doenças mortais.
E aqui na minha linda Garanhuns, não é diferente, os espaços estão cada vez mais escasseados, mesmo com três unidades, sendo dois públicos e um particular, já não temos onde enterrar os nossos mortos de forma digna, assim estão enterrando entre os túmulos.
A história nos conta que o primeiro cemitério público da minha linda Garanhuns foi construído ao lado da antiga igreja Nossa Senhora da Conceição, bem no centro da cidade, onde hoje tem uma banca de revistas, pois na reforma da Avenida, foram encontrados muitas ossadas humanas, depois da reforma tudo foi transferido para onde hoje é o Colégio Santa Sofia, ao lado da Catedral de Santo Antônio.
Mas a cidade cresceu e o cemitério foi transferido para um terreno ao lado do parque Euclides Dourado, mas em 1929 tudo foi transferido novamente para a Rua Luiz Burgos, onde está lá o cemitério São Miguel, até os dias atuais e é o mais antigo.
Ali estão sepultados ex-prefeitos, o Coronel Antônio da Silva Souto, que foi o primeiro prefeito da minha linda Garanhuns, 1832 a 1925; Celso Galvão, Aloísio Souto Pinto, Amílcar da Mota Valença, José Inácio Rodrigues e ultimamente o senhor Ivo Tinô do Amaral.
Também temos outras pessoas até de outras cidades que adotaram a minha linda Garanhuns como sua e assim, em vida pediram para serem enterradas aqui, neste pedacinho de céu, como Augusto Calheiros, cantor e compositor, conhecido como o Patativa do Norte.
E para atender o desejo do nosso artista, filho de Garanhuns, aqui foi enterrado Dominguinhos, que passou por um processo judicial, pois seu corpo já estava enterrado em Paulista, mas veio para a Suíça Pernambucana, com o empenho do prefeito à época Izaías Régis.
Foi de fato uma batalha com a família, mas conseguiu trazer os restos mortais de Dominguinhos para ser sepultado em um mausoléu construído em um terreno que estava destinado a um ex prefeito e assim realizar a vontade do cantor e compositor, que é filho da terra de Simoa e já cantava em suas músicas assim…
🎵Estou de volta pro meu aconchego
Trazendo na mala bastante saudade
Querendo um sorriso sincero, um abraço
Para aliviar meu cansaço…🎵
Mas ali também estão enterradas muitas outras pessoas importantes, que fizeram a história política e administrativa da minha linda Garanhuns, a exemplo de Ferreira Costa e tantas e tantas outras famílias da minha linda Garanhuns.
Que dentre elas estão também as famílias Valença, Júlio Jacinto, família Branco e a minha linda família, meu avó, Raimundo de Moraes, minha tia Lourdinha, meu pai Cláudio Moraes e tio Humberto Morais.
Mas temos mais outro cemitério público, o São Cristóvão que foi inaugurado na década de 1950, na gestão do então prefeito Francisco dos Santos Figueira e está localizado na rua Voluntários da Pátria, na Liberdade, ali está enterrado o ex prefeito Francisco Figueira, que mesmo tendo sido enterrado em Recife, depois foi transladado para o cemitério que ele inaugurou.
Entre outras pessoas ali estão enterradas, Aluízio Alves, Vavá Moraes, Jose Cardoso, dra. Carmerina Vieira, Djailton Leite, fiscal de tributos da prefeitura de Garanhuns, o ex prefeito Luiz Carlos de Oliveira, entre outras pessoas.
Por último o cemitério privado da família do Dr. José Tinoco, o cemitério Parque das Rosas, que está localizado fora do perímetro urbano, na fazenda Santo Antônio, onde consta o registro do primeiro enterro foi realizado em 1999.
Um cemitério além de ter toda uma história de amor por quem ali está sepultado, é também a história de nossos antepassados, portanto se faz necessário o cuidado com tudo, na preservação da memória afetiva o que infelizmente há os vivos que não respeitem toda essa história, depredam, roubam e até cometem o crime de vilipêndio.
Segundo o nosso prefeito, Sivaldo Albino, brevemente poderemos ter um acréscimo de espaço do Cemitério São Miguel e possivelmente um novo lugar para sepultar os entes queridos.
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