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TERCEIRA EDIÇÃO DO LIVRO "A BALA E A MITRA", OBRA QUE DISCORRE SOBRE O ASSASSINATO DO BISPO DOM EXPEDITO, FOI LANÇADA EM GARANHUNS


 

Por Junior Almeida

 

Foi lançado ontem, 2 de julho, no auditório do Seminário São José, aqui em Garanhuns, pela Editora Verbo Encarnado, de São Paulo, a terceira edição do livro A Bala e a Mitra, da jornalista recifense Ana Maria César. O evento foi especialmente escolhido para esta data, por coincidir com o 65º aniversário de morte do 5º Bispo de Garanhuns, Dom Expedito Lopes, assassinado pelo Padre Hosana Siqueira, único caso desse tipo no Brasil.

 

O evento, prestigiado por um bom número de pessoas, começou ainda sem a presença da autora, que veio de Recife, e se atrasou por conta das chuva em todo trajeto, foi um pouco diferente de demais eventos literários, pois, teve antes do seu início, a reza do terço, comandada por membros da confraria Dom Expedito Lopes.

 


A colunista Kitty Lopes foi a mestre de cerimônias do evento, tendo a mesa das autoridades composta por Ivonete Xavier, presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Garanhuns – IHGG -, Dom Paulo Jackson, Bispo Diocesano, do psiquiatra Bruno Lopes, presidente da Confraria Dom Expedito Lopes, além do seu irmão, Padre Thiago, que é postulador da causa de beatificação de Dom Expedito, em sua fase romana, e que escreveu um dos capítulos de A Bala e a Mitra.

 

 

FALAS

Em sua fala, Ana Maria César disse como como se deu o início de sua pesquisa para o livro.  Ela, que é filha do juiz do caso, Amaro de Lyra e César, disse que em 1980, ainda residindo em Caruaru, encontrou o relatório do seu pai sobre o famoso crime, e que o documento foi o ponto de partida para o livro, que atualmente está na terceira edição. Depois, segundo ela, foi ao cartório em que estava arquivado o processo e tirou uma cópia do documento.

 

A autora revelou que tempos depois o processo sumiu do cartório e, que existe hoje em dia apenas uma cópia deste documento histórico doada por ela ao Memorial de Justiça de Pernambuco, no bairro do Brum, em Recife.

 

 

Ana Maria, visivelmente emocionada, disse que se sentia agradecida a Deus por ser, segundo ela, um instrumento Dele para reparar a verdade histórica, pois, antes dela publicar sua obra, existiam várias versões equivocadas sobre o episódio, como por exemplo, a que “Padre Hosana tinha matado Dom Expedito por que o bispo estaria namorando com a sua mulher”. Ao final de suas palavras, Ana Maria César foi aplaudida calorosamente.

 

EMOÇÃO

Um momento de grande emoção do evento, foi quando a Irmã Justina, de 87 anos, uma das sete freiras da primeira turma da congregação fundada por Dom Expedito, falou. A religiosa do Instituto das Missionárias de Nossa Senhora de Fátima do Brasil estava com o Bispo no Hospital Dom Moura, segurando seu oxigênio enquanto ele estava ferido, e junto com outros religiosos, presenciou a sua morte.

 


Irmã Justina, junto com Cândida, residem no Rio de Janeiro e, são as últimas religiosas vivas que estavam com o 5º Bispo de Garanhuns no momento de sua passagem. Apoiada em uma bengala, a religiosa contou que no hospital, vendo seu fim se aproximar, Dom Expedito fazia orações em latim, nas quais pedia o perdão para o Padre Hosana e, que um o médico que o assistia achou que ele delirava, passando, então, o Bispo a falar em português.

 

Dom Paulo, ao falar, lembrou de alguns momentos da vida de seu antecessor. Destacou a humildade e a pobreza material de Dom Expedito, citando o caso em que seu pai, pedreiro de profissão, não foi à sua ordenação de padre por que não possuía um simples par de sapatos. Lembrou também que seu algoz, o destemperado Padre Hosana zombava dele, pois se dizia um fazendeiro, enquanto seu Bispo e superior não passava de um pobretão.

 

O atual Bispo de Garanhuns ainda relembrou algumas transgressões do Padre Hosana, como uma agressão ao próprio Dom Expedito, um ano antes de seu assassinato e, também do aborto da mulher Maria José, concubina do então padre de Quipapá, isso em 1953. Disse também que Padre Hosana queria a todo custo que Maria José abortasse novamente, no ano de 1955, tendo ela fugido para não cometer mais esse pecado.

 

REVELAÇÕES

Dom Paulo Jackson disse que em 24 de março de 1956, nasceu o filho de Padre Hosana e Maria José, bem longe de Pernambuco. O Bispo revelou ainda que Quitéria, a outra mulher de Hosana, teve um filho dele. Que um pintor de paredes, que trabalhou no “Palácio do Bispo” foi que lhe revelou que era neto de Quitéria e Padre Hosana, se dizendo filho do pecado.

 

Dom Paulo destacou que mesmo Dom Expedito sendo acusado injustamente de dar ouvidos à fofocas, de ter sido agredido pelo Padre Hosana em 1956, e no ano seguinte ser baleado, vindo a morrer por conta dos ferimentos, perdoou tudo; as pessoas que o caluniavam a até seu próprio algoz. O bispo finalizou dizendo que “vai fazer um decreto para que todos os padres da Diocese rezem para Dom Expedito, pedindo a sua beatificação.”

 

Padre Thiago, como dito, postulador da causa de beatificação de Dom Expedito em Roma, disse não ter dúvidas de “que ele é santo”.

 

Depois das falas sobre o livro e o trágico episódio de julho de 1957, Ana Maria César autografou os exemplares da nova edição de A bala e a Mitra, obra, que ao lado de A Vida de Dom Expedito Lopes Bispo Mártir de Garanhuns, de Frei Fernando Francisco da Silva, são indispensáveis para a História de Garanhuns, bem como a História da Igreja.


*Fotos: 1- Mesa de autoridades; 2 - Público que prestigiou o evento; 3- Capa da terceira edição de A Bala e a Mitra

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