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JORNALISTA ALERTA PARA SITUAÇÃO DO CEMITÉRIO DE SÃO MIGUEL

 

Jornalista Manoel Neto Teixeira nos enviou um artigo sobre a situação do cemitério de São Miguel, na Boa Vista. É um alerta importante para que o atual prefeito, Sivaldo Albino (PSB), determine que se cuide melhor do espaço onde estão sepultados os entes queridos de tantas pessoas da cidade.

Articulista intitulou sua crônica assim: "CEMITÉRIO SÃO MIGUEL: PALCO DE LÁGRIMAS E REFLEXÕES".

Segue o texto, na íntegra:

O principal cemitério de Garanhuns, o São Miguel, onde estão sepultadas celebridades da política, das artes, da cultura, do jornalismo e do empresariado da cidade, passa atualmente por grave crise quanto à limpeza e segurança: o mato e o lixo espalhados de canto e canto, túmulos e mausoléus invadidos e suas peças de bronze, alumínio, ferro, em forma de jarros, quadros e placas levados pelos ladrões, na ausência completa de vigilância noturna. Até os telhados de brasilite são extraídos e levados, reiteradamente, sem qualquer ação por parte da edilidade, a quem o “campo santo” está atrelado. Vamos ter, agora, um dos mais tristes Dia de Finados, quando os familiares costumam visitar os túmulos dos entes queridos.

Passei boa parte do tempo desses dias que antecedem ao Dia de Finados, lá no São Miguel, repondo o telhado extraído pela segunda vez, reinstalando peças e reforçando a segurança no que é possível do mausoléu onde repousam meus entes queridos, da primeira à quarta gerações. Suficiente para observar e documentar esse abandono em que se encontra o maior cemitério de Garanhuns. Entre os inúmeros túmulos violentados está o de Dominguinhos, celebridade da sanfona e da composição que brilhou nacionalmente. Repus pela segunda vez o telhado e outros danos causados ao túmulo da minha família.

Tempo suficiente para circular por entre túmulos e mausoléus de celebridades de Garanhuns, fazendo algumas anotações, face à importância dos que lá repousam, para a política, a cultura e a história da terra. Foram momentos de emoção e reflexão ao parar, por exemplo, frente ao túmulo da família Moraes, com os quais tive o privilégio de conviver e colher lições inapagáveis, antes de partir para o Recife: Raimundo Atanásio de Moraes e sua consorte Obdúlia Atanásio de Moraes, ele, odontólogo, vereador por vários mandatos, presidiu a Câmara Municipal, que leva hoje o seu nome, e os filhos Claudio Alves de Moraes (jornalista), Humberto Alves de Moraes (jornalista, político e cronista, vereador e vice-prefeito ao lado do prefeito Souto Dourado), e Maria de Lourdes de Moraes, minha professora no curso primário no Colégio Diocesano, anos 50.”Descansem em Deus e que a luz Divina os ilumine”.

Passo adiante e eis-me frente aos mausoléus da família Valença. No primeiro, e de maior extensão, repousam o casal Abílio Camilo Velença e sua consorte Emília da Mota Valença, e os filhos Abgar (padre), Almira, Arlinda, Alódia e Alcinda, de relevantes serviços prestados a Garanhuns e toda região agreste, no campo da educação e da cultura, conforme está registrado no livro de nossa autoria Garanhuns – Álbum do Novo Milênio (1811-2016): “Não se pode escrever a história do desenvolvimento educacional desta cidade, ao longo do século XX, sem o concurso dessas mestras que tanto contribuíram para a instrução de várias gerações, ao lado do seu irmão o carismático padre-monsenhor Adelmar da Mota Valença, cujo corpo repousa na Catedral de Garanhuns, ao lado dos bispos que também já estão noutra dimensão. Frente a esse extenso mausoléu está o do ex-prefeito (por dois mandatos) Amílcar da Mota Valença, dos mais aplaudidos e respeitados como homem público de toda região agreste. “Suas boas ações o conduziram ao Céu”.

No túmulo do meu tio, industrial do famoso vinho Galvão, Júlio Jacinto, está escrito: “Saudade do seu exemplo e amor”. No do meu querido pai, Henrique Jacinto da Silva, também conhecido pelo nome de “Zé Jacinto”, está escrito:

“O homem passa, mas permanece sua obra, seu exemplo de amor ao trabalho, à família e aos amigos, principalmente quando calcado na ética e na dignidade. Henrique Jacinto da Silva foi sempre assim, um facho a iluminar caminhos, estradas e veredas, Brasil afora.

Familiares e amigos – estes, são incontáveis, pelo Brasil que ele tão bem conheceu como peregrino da paz, do trabalho, do amor e da alegria, todos, uníssonos, nesta hora de dor e saudade eterna, elevamos nossas preces pelo pai, irmão e amigo desencarnado.

Caríssimo pai, esposo, avô, irmão, amigo Zé Jacinto: todos nós estamos sempre ao seu lado, pois a matéria passa, mas a união espiritual transcende os limites do nosso dia a dia e se projeta qual luz inapagável”. Repouse em paz”.

Cemitério, recanto de lágrimas, saudades e preces. Mesmo sujo e aspecto de abandono, o nosso São Miguel será palco dessas manifestações, nesse Dois de Novembro. Concluo com um poema da nossa série Multivisão, volume IV:

SAUDADE      

Saudade é bálsamo

Para homem e mulher

Embala silêncio, solidão

Mas querença requer.

 

Ela chega de repente

De forma inesperada

Alegra quem a sente

Dia, noite, madrugada.

 

Reduz as distâncias

Ataca em qualquer lugar

Sacia a dor da ausência

Para quem sabe amar.

(Manoel Neto Teixeira, jornalista e historiador, autor, dentre outras, da obra Pinto Ferreira, Vida e Obra, prêmio da Academia Pernambucana de Letras, categoria Ensaio, edição 2010, é membro da Academia Pernambucana de Letras Jurídicas, Cadeira 44). E-mail: polysneto@yahoo.com.br

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