Por Milton Coelho
Há 55 anos, nasceu, no
Recife, Eduardo Campos, em meio a um período conturbado da vida brasileira,
pois havia pouco mais de um ano do golpe militar de 1964, cujos transtornos
alcançaram seu ambiente familiar, uma vez que seu avô materno, Miguel Arraes,
então governador de Pernambuco, foi deposto e preso pelos militares, depois
exilado na Argélia, onde recebeu asilo político. Esses fatos desde tenra idade
ligaram Eduardo à vida pública brasileira. Embora convivesse com a memória
marcante de Arraes em todos os ambientes que frequentava, só o conheceu pessoalmente
aos 11 anos, quando esteve em visita ao avô, na Argélia.
Em 1979, após a anistia,
Arraes retorna do exilio e há o definitivo encontro entre Miguel Arraes e
Eduardo Campos, aos 14 anos, homens que entrariam para a história do Brasil,
marcadamente em Pernambuco, estado que governaram por cinco vezes, deixando um
legado que transformou a sua realidade política, econômica e social.
Realço a capacidade política
de Arraes e Eduardo como o aspecto de suas vidas que mais reluz, mas ainda está
por ser examinado com acurada observação os atributos de grandes gestores que
foram, com realizações de incalculável repercussão transformadora na vida do
povo, fruto de impressionante dedicação pessoal, trabalho com método, planejamento e disciplina, que enjeito chamar “sacrifício de vida”
porque jamais vi alguém trabalhar com
tanto prazer, a ponto de achar o descanso e o lazer quase um pecado.
*Milton Coelho é Chefe de Gabinete do governador Paulo Câmara. Foi Secretário de Administração no primeiro mandato do socialista e também presidiu o PSB de Pernambuco.
Nenhum comentário:
Postar um comentário