Por Eduarda Cabral
Há
cerca de dez anos, um grande gesto de amor ao próximo e inclusão social vem
mudando a vida de crianças e jovens da cidade de São Caetano, no Agreste
pernambucano. A atitude pode parecer distante aos olhos de muitos, mas para
Leidijane Xavier é uma realidade que transformou a rotina dos jovens fiéis da
cidade.
Ao
ensinar em uma escola, a professora percebeu que os alunos com deficiência
auditiva não frequentavam a Igreja da cidade, e por consequência também não
conseguiam realizar os sacramentos como a 1ª Eucaristia e a Crisma. Foi aí que
Leidijane conversou com o padre e resolveu se preparar para ser catequista. Uma
nova história começaria a ser escrita na Paróquia de São Caetano. “Formei a
primeira turma de pessoas com deficiência. Além da turma de surdos, tivemos a
catequese de crianças com síndrome de Down”, afirmou a professora especialista
em Libras.
De
acordo com Leidijane, a inclusão é necessaria em todos os âmbitos da sociedade.
“As pessoas precisam ter condições de permanecerem nas Igrejas que participam.
E na nossa paróquia as crianças se sentem mais próximas de Deus através da
Língua de Sinais”, destacou.
A
primeira turma formada na catequese foi em 2013. Em 2019, o grupo conseguiu
concluir a formação para a Crisma. Além disso, Leidijane também traduz as
missas. “Percebi que cresceu o número de
pessoas com deficiência em nossa Igreja, tanto nas missas como nas
comemorações religiosas. Agora os jovens conseguem sentir a mensagem. Fico
muito satisfeita”, relatou.
Houve
um momento em que marcou a professora de Libras. “Durante a confissão da
Crisma, os Padres Luciano e Rivaldo fizeram lindas orações e todos os jovens
ficaram de mãos dadas com as mães. Fiquei emocionada e grata por saber o quanto
tudo aquilo era importante para aquelas famílias”, concluiu.
Há
muitos anos a Igreja Católica tem se dedicado às práticas de inclusão social
voltadas para as pessoas com deficiência, em algumas realidades este trabalho
se torna mais difícil devido à ausência de colaboradores para o trabalho
pastoral. Esta ação em São Caetano chamou a atenção de Dom José Ruy, que
celebrou a Crisma destes adolescentes em dezembro, e fez questão de reforçar
que "na inclusão do bem se encontra uma forma de comunhão, de amor. A
inclusão nos momentos de oração não apenas é algo previsto na legislação, mas
incentivado pelo Evangelho! Bendizemos a Deus por aqueles que ao traduzir em
libras ou em outras formas de comunicação, tornam-se também evangelizadores
ajudando outros a rezar, a permanecer em comunhão com Deus!"
Nenhum comentário:
Postar um comentário