Por Michel Zaidan Filho
1. Os historiadores
Já existe um acervo de obras, ensaios,
reportagens e relatos biográficos sobre a nossa bela
cidade. O primeiro deles é, sem dúvida, a crônica seriada de Ruben Van
Der Linden, publicada no Almanaque de Garanhuns, de 1936, inclusive com ilustrações
da Hecatombe de 1917. É o primeiro ensaio que se conhece. O segundo é o livro
do professor da Universidade Rural de Pernambuco, o etnólogo João de Deus,
intitulado "História de Garanhuns". Nele, o professor inseriu várias
fotos sobre a cidade e remanescentes dos índios cariris, fazendo uma
constatação intrigante: eram tristonhas e melancólicas. O terceiro é o do cronista Alfredo
leite Cavalcanti," História de Garanhuns", esse é um livro
documental, onde a narrativa acompanha a letra dos documentos
cartoriais coligidos pelo cronista. Possui seu valor de fonte histórica.
Depois, vemos de Mario Marcio de Almeida, sobre a Hecatombe - radiografia de
uma tragédia. Como se sabe, o autor foi promotor de Justiça e privilegia muito
o olhar inquisitório e policial a partir da documentação coletada,
sobretudo os autos do processo criminal. A virtude é que amplia o escopo de
visão, situando os trágicos acontecimentos em nossa cidade num conjunto de
fatos e eventos muito amplos, incluindo a Revolução de 1917. Deliciosa é a coletânea
de contos de Luiz Jardim. "Maria perigosa", relembrando fatos e casos
ocorridos em Garanhuns, incluindo a personagem-título do livro. Há também
um livro de memórias, intitulado: Garanhuns
da minha época, publicado pela coleção de história municipal, da FIAM.
Clóvis Manfrine realizou também um interessante vídeo sobre a Hecatombe,
entrevistando historiadores e utilizando notícias de jornais da época.
De toda maneira, faltam muitos tijolos ainda
nessa construção. Histórias relacionadas ao sindicalismo, à Igreja (sobretudo o
integralismo em nossa cidade), a chegada dos evangélicos, os nossos primeiros líderes
comunistas, a história da cafeicultura e da Great West, a época de ouro da
cidade, a criação dos grandes colégios, a história cultural da cidade, tudo
isto espera ainda pelo seu historiador.
2. Os grandes marcos
Sem querer ser repetitivo, é possível
periodizar a história da cidade, da maneira que se segue:
1. O período colonial e neocolonial que
coincide com as terras de Simoa Gomes e sua doação (a
freguesia de Cimbres)
2. O período de domínio dos coronéis rurais
3. A hecatombe de 1917 e a
transição para o domínio dos comerciantes urbanos
4. A época de ouro da cafeicultura e da
linha de ferro
5. A revolução de 30 (o Estado Novo) e as
interventorias
6. A redemocratização e a luta política
e social em Garanhuns
7. O golpe militar e o esvaziamento político
e econômico da cidade
8. A redemocratização e o cenário atual.
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