Por Afonso Costa*
O
capitalismo é um sistema moribundo que insiste em sobreviver. Para tanto,
emprega as mais nefastas ações como genocídios, assassinatos, roubos, golpes,
mentiras, destruição do meio ambiente.
O
imperialismo – a fase superior do capitalismo, como definiu Lênin – produziu as
maiores mortandades da história. Assim foram com a Comuna de Paris, a primeira
e a segunda guerras mundiais, as bombas atômicas no Japão, os bombardeios na
Coreia do Norte e no Vietnã, os massacres na África, a criação de Israel no
meio da Palestina, a Arábia Saudita, as ditaduras na América do Sul e Central,
na África, a ‘Primavera Árabe’, entre tantas outras.
Os golpes
políticos e as interferências nos processos eleitorais de um número sem conta
de países superam qualquer teoria da conspiração – expressão criada pela CIA
para descaracterizar as denúncias sobre sua nefasta ingerência. Na América, na
África, na Ásia, na Europa e na Oceania, ou seja, nos cinco continentes, a mão
do imperialismo se fez e se faz presente, sempre em detrimento dos povos e da
democracia.
As
consequências são dramáticas: cerca de um bilhão de pessoas vivendo abaixo da
linha da pobreza – isso pelo estúpido conceito da ONU, que estabelece apenas
cinco dólares por dia (cerca de R$ 16,50, menos de R$ 500,00 mensais) como
suficientes para estar fora da pobreza. São centenas de milhões de crianças
passando fome, outros tantos de desabrigados, ainda outros na mais extrema
miséria, inclusive nos EUA, principal país imperialista.
O capital
cumpriu seu papel na primeira e na segunda revolução industrial no
desenvolvimento da produção e superação do sistema feudal. Há mais de um
século, entretanto, está totalmente superado, representando um entrave ao desenvolvimento
da humanidade. Sua contradição intrínseca de baixos salários e manutenção de um
exército de mão de obra de reserva (o desemprego) em contradição com sua
necessidade crescente de lucro já deu o que tinha que dar. Não há mais espaço
para tal ambiguidade, que cria uma desigualdade socioeconômica sem par e coloca
em risco a própria sobrevivência da humanidade e do planeta como o conhecemos.
A crise
atual que aflige a maior parte dos países em nível mundial decorre da falência
desse sistema, manipulado por algumas famílias/corporações que sobrepõem o
lucro e o poder decorrente a todo e qualquer parâmetro humanitário.
Até mesmo
o desenvolvimento tecnológico está limitado pela sanha da maximização do lucro.
Os avanços na medicina, no equacionamento da escassez de água, no saneamento
básico, na produção e distribuição de alimentos, na geração de energia e tantos
outros temas essências para a vida são pífios. A prioridade do capital é o
desenvolvimento de novas tecnologias que lhe assegurem lucros crescentes, a
maximização da mais valia, a produção de armamentos, comunicações de massa
(para iludir os povos e sustentar seu poder), exploração predatória do meio
ambiente etc.
Nunca a
humanidade esteve tão ameaçada. A possibilidade de guerra na disputa interimperialista
é real e cresce a cada dia. Nem no auge da guerra fria EUA e Rússia detiveram
tantas armas nucleares quanto agora, além de outros países, como a China, o
Paquistão, a Grã-bretanha, a França, a Coréia do Norte, Israel. Setores do
imperialismo estadunidense, maioria no círculo de poder em torno da Casa
Branca, clamam pela guerra diante da decadência de seu país, tanto política
quanto econômica e social. Os recentes bombardeios na Síria são clara
demonstração disso.
Ao mesmo
tempo, o meio ambiente segue sendo sistematicamente agredido, seja através do
uso de combustíveis fósseis não renováveis, da poluição industrial e do
agronegócio, da proliferação dos agrotóxicos, do aquecimento global, do
aprisionamento e contaminação das águas, do desmatamento desenfreado. A
natureza chora, mas o capital segue em sua sanha destrutiva.
A
revolucionária Rosa Luxemburgo anteviu a contradição que vivemos há algum
tempo: “socialismo ou barbárie”. Infelizmente, estamos vivendo a barbárie, mas
com um novo paradigma, um sério agravante: socialismo ou o fim da vida. Nem a
humanidade nem o meio ambiente suportam por muito tempo um pútrido sistema
moribundo que teima em sobreviver mesmo estando superado.
A reação
dos povos em nível mundial contra esse status quo vem crescendo, porém, ainda é
insuficiente para tomar seu lugar na história e ganhar o protagonismo. É o
desafio que enfrentamos sob pena de extinção.
*Jornalista
e militante do PCB
APOIO:
PCB (Partido Comunista Brasileiro) de Garanhuns/PE
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