Vanessa da Mata, 41 anos, é
natural de Alto das Garças, no Mato Grosso.
Começou a se destacar na
carreira no início dos anos 2000, quando lançou seu primeiro álbum, que trouxe
no título apenas seu nome e músicas como Não me deixe só, Case-se Comigo, A
Força que nunca Seca e uma releitura deliciosa de Nossa Canção, uma composição
de Luiz Ayrão que fez muito sucesso na voz de Roberto Carlos, em meados dos
anos 60.
Depois Vanessa gravou “Essa
Boneca tem Manual”, que incluiu além da música título hits como “Ainda Bem”, “História
de uma Gata” e “Eu Sou Neguinha”.
No início de sua carreira, a
cantora mato-grossense esteve em Garanhuns, para se apresentar no Festival de
Inverno e depois do seu show deu uma passada no camarote do então prefeito
Silvino Andrade.
O editor deste blog estava lá
e trocou algumas palavras com a estrela que surgia.
“A Força que nunca Seca”
ficou melhor com você do que com Maria Betânia”, disse o repórter à estrela,
que não pareceu acreditar no que ouvia.
Revelava-se então, tímida e
era como se falasse com os olhos: “Quem sou eu para superar a Betânia”, parece
ter dito.
Ainda hoje porém, passados
quase 20 anos, o jornalista continua achando que a melhor interpretação de “A Força
que Nunca Seca” é a de Vanessa da Mata, apesar de Betânia e Chico César também
terei feito bonito, o que não representa
nenhuma surpresa, uma vez que a baiana e o paraibano são dois grandes nomes da
música popular brasileira.
Bons cantores, ótimos intérpretes.
Acontece que a música da qual
estamos falando é uma composição de Vanessa da Mata (com melodia de Chico César) e ela, além da voz
privilegiada - a mais próxima da de Gal Costa no universo da MPB -, melhor
do que ninguém pôde interpretar com todo sentimento os versos que fez em momento de muita inspiração.
O terceiro CD da artista do
Mato Grosso trouxe “Vermelho” e “Boa Sorte”, esta cantada em parceria com o
americano negro Ben Harper. As duas músicas literalmente estouraram nas
paradas, principalmente a segunda, até hoje das mais requisitadas nos seus shows.
Com o norte americano ela fez
um dueto incrível, no mesmo nível da parceria de Ana Carolina e Seu Jorge, com “É
Isso Aí” ou de Zeca Baleiro e Gal Costa cantando “Vapor Barato”.
Vanessa ainda gravou o álbum “Bicicletas,
Bolos e Outras Alegrias", depois um disco só com músicas de Tom Jobim e em 2014 lançou
“Segue o Som”, um CD impecável, com 14 músicas absolutamente lindas.
Numa entrevista na TV, a
cantora disse uma coisa interessante: falou que procura sempre criar algo novo,
inovar, evitando se repetir. É isso mesmo que observamos ao analisar cada
trabalho de Vanessa da Mata.
Embora tenha sua marca, seu
estilo, cada disco vai numa direção, avança, mostra uma artista capaz de se
reinventar todos os anos.
Vanessa hoje é uma artista
madura, completa, excelente compositora e excepcional cantora e intérprete. Com
o seu timbre de voz, só mesmo Gal Costa está ou esteve no mesmo patamar ou acima, isso
quando era mais jovem.
Neste ano de 2017, Da Mata gravou um DVD ao vivo, "Caixinha de
Música", com lançamento no Nordeste num show realizado em Caruaru.
São 25 músicas e ela se dá ao
luxo de cantar desde a linda música título, de sua autoria, interpretar a já
citada “Boa Sorte” sem Bem Harper ao seu lado, fazer parceria com Marcelo
Jeneci, dizer que “Ninguém é Igual a Ninguém”, resgatar o romântico Márcio
Greyck (“É Impossível Acreditar que perdi Você) e fazer uma incursão na música
caipira ou sertaneja com “Mágoas de Caboclo” (de Leonel Azevedo e Jota Cascata, eternizada na voz de Nelson Gonçalves) e “Vá pra o
Inferno com o seu Amor”, da dupla Milionário e Zé Rico.
“Mas eu vou cantar do meu
jeito”, disse quando foi interpretar essa última música, durante o show. E soltou a
voz: com uma pegada caipira e outra pop. Arrasou e o público foi à loucura.
Confira quatro momentos de
Vanessa da Mata.
Primeiro o vídeo de “Nossa
Canção”, que foi trilha sonora da novela “Regra do Jogo”, na Globo, quando a
cantora estava começando a carreira:
Assista o vídeo de Vanessa, deslumbrante, na interpretação de “É Impossível Acreditar que perdi Você":
A cantora e a compositora na
singela “Caixinha de Música”:
Por fim, uma Vanessa bem pop
a partir da caipira “Vá pra o inferno com o seu Amor:
Além dos discos, dos shows,
das apresentações na televisão, dos vídeos visualizados por milhões, no
YouTube, que consolidaram sua carreira, Vanessa da Mata também é autora de um
livro, “A Filha das Flores”, lançado pela Companhia das Letras, em 2013.
Mais que uma cantora e
compositora, a mato-grossense é uma multiartista.
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