ESPECIAL - Monteiro Lobato nasceu em
Taubaté, interior de São Paulo, fez o Curso de Direito na capital paulista e
ainda atuou como promotor. Foi também fazendeiro e editor de livros, além de
militante de causas nacionalistas, como a denominada “o petróleo é nosso”.
Ficou conhecido, mesmo, foi
como escritor pioneiro de histórias infantis, principalmente com a obra “O
Sítio do Pica Pau Amarelo”.
O livro mais famoso de Lobato
foi adaptado para a televisão várias vezes, a primeira ainda na época da TV
Tupi. Na Globo, foi um sucesso durante décadas.
Mas se os livros infantis de
Lobato lhe renderam prestígio e reconhecimento, geraram também polêmica.
Alguns críticos viram
atitudes racistas do escritor na apresentação de personagens como Tia Anastácia,
que é comparada a uma macaca em um dos seus romances.
Para botar “mais lenha na
fogueira” a Revista Bravo publicou, tempos atrás, cartas inéditas do autor
paulista em que ele defende a Ku Klux Klan americana, uma organização racista,
integrada por brutamontes reacionários que queimavam as casas dos negros,
espancavam e matavam as pessoas de cor.
Em outra carta ele se
posiciona também a favor da eugenia, a purificação das raças, que foi praticada
em larga escala pelos nazistas comandados por Adolf Hitler.
A discussão sobre o racismo
de Monteiro Lobato vem de muitos anos e num dos últimos vestibulares da
Unicamp, de São Paulo, foi incluído na relação de leituras para as provas o
conto “Negrinha”, uma das histórias para adultos do escritor nascido em
Taubaté. Possivelmente os professores que adotaram o texto queriam alimentar a
discussão.
“Negrinha”, porém, é mais a
uma crítica ao espírito de escravidão que continuava no Brasil mais de duas
décadas após a abolição. O livro, que inclui outras histórias com a mesma
temática foi publicado em 1920.
O conto título é muito bom e
nele Lobato faz uma crítica mordaz a uma senhora branca que trata uma pobre
menina de cor, órfã, como a um animal.
Era "caridosa, bondosa, amiga
dos padres", mas tinha esse comportamento terrível em relação à negrinha, que
nem mesmo teve direito a um nome em sua curta existência.
Quanto à negra Anastácia, do
Sítio do Pica Pau Amarelo, tudo indica que foi criado para homenagear uma
empregada dos pais de Monteiro Lobato, com quem ele conviveu na infância.
Assim, o escritor seria
simpático ao personagem e alguns termos usados com relação à tia no livro “Reinações
de Narizinho”, considerados racistas, poderiam representar o contexto da época
ou mesmo uma crítica velada a quem comparava os negros aos macacos.
O que pesa mais contra o
respeitado romancista são as tais cartas. Mas quem sabe Lobato abraçou algumas
ideias reacionárias e preconceituosas num período equivocado, podendo depois
ter revisto seus conceitos? Afinal de contas personagens importantes da
História do Brasil, como Dom Hélder Câmara, que chegou a ser chamado de “o
bispo vermelho”, na juventude foi integralista, um movimento de extrema direita
criado no país que flertou com o fascismo da Itália e o nazismo alemão.
É triste admitir as posições
racistas de Monteiro Lobato, o escritor que encantou as crianças do Brasil com
seus livros, o homem que defendeu o país contra trustes estrangeiros e que
chegou a ser preso por suas posições políticas avançadas, na ditadura de Getúlio
Vargas.
De todo modo, se ele foi
infeliz em alguns momentos de sua vida e escreveu cartas que comprometeram sua
imagem de pessoa correta e justa, em sua obra ele permanece grande e mesmo o
conto “Negrinha”, é uma pequena obra prima que mais parece um libelo contra os racistas do que o contrário.
É muito preconceito para com os pobres macacos!!
ResponderExcluirEsse odio que você nutre contra os negros,um dia vai escapar da sua boca,por enquanto é só uma leve ironia o que você escreveu acima,mas como diz o dito popular;a boca fala do que o coração está cheio.A justiça do homem consegue ser driblada,mas com a justiça de Deus não se brinca,cuida de retirar essa nojeira do teu coração Ewerton Souto,estai
Excluirs correndo o risco de perder teu bem mais precioso.
Carlos Vitor Boa vista Garanhuns
Qual foi o ódio contra negros seu idiota? Vai aprender a ler analfabeto!
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ExcluirO odio esta nas entrelinhas,você sabe disso,não é a primeira vez que percebo isto em seus textos.No minimo seu comentario foi desnecessario e com certeza não edificante por tanto da proxima vez cale se,pra não escrever m...
ExcluirCarlos Vitor
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ExcluirMonteiro Lobato (1882 / 1948) e Gustavo Corção (1896 / 1978) são contemporâneos. - Não sei se Lobato era "católico fervoroso", tal como era Corção. - O certo é que ambos foram polêmicos e, como escritores, suas obras nunca me fascinaram. - Corção era fanático, radicalmente, católico. - Lobato, irônico escravocrata. /.
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