O PCB respeita as
forças políticas e sociais de esquerda e do campo democrático que estarão nas
ruas neste domingo, mobilizadas por sinceras preocupações em função do avanço
da direita em nosso país e muitas delas ainda embaladas no sonho de uma guinada
do PT à esquerda, agora ou em 2018, na luta inglória por democratizar,
reformar e humanizar o capitalismo. Queremos dialogar e construir unidade de
ação com essas forças, em defesa das liberdades democráticas e dos direitos da
classe trabalhadora, sobretudo com aquelas capazes de perceber que a luta
prioritária é de caráter anticapitalista, nas ruas e nos locais de trabalho,
sem ilusão num projeto de conciliação de classe cada vez mais rebaixado.
O PCB tem denunciado as manobras
que setores majoritários da burguesia vêm fazendo para derrubar o governo, não
porque este seja de esquerda nem mesmo reformista, mas pela demora, por conta
de suas contradições, em radicalizar a chamada política de austeridade exigida
pelo capital. Vale-se a direita da manipulação da mídia hegemônica, do ativismo
político de setores do judiciário, das brechas que a democracia burguesa lhes
assegura para exercer sua ditadura de classe e, principalmente, pelo fato de o
PT ter cavado sua própria sepultura com sua política de conciliação de classe.
Identificamos também a seletividade
com que a burguesia tenta jogar sobre o PT a responsabilidade única pela
corrupção, que é sistêmica no capitalismo e financia escandalosamente todos os
partidos e políticos da ordem. O PCB denuncia o cinismo e a dupla moral da
direita, bem emblematizada nesse processo de impeachment, dirigido por um
notório corrupto que, ao mesmo tempo em que acelera o impedimento da Presidente
da República, manobra e empurra com a barriga o processo contra ele mesmo no
Conselho de Ética da Câmara.
Durante os últimos meses, participamos
de alguns atos em que era possível nos posicionarmos contra o impeachment e nos
articularmos com um campo de esquerda na denúncia contra a conciliação de
classe do governo. Mas os atos deste domingo serão marcados exclusivamente pela
defesa do governo Dilma/Lula. Além do mais, na última quarta-feira, 13 de
abril, diante do risco de o impeachment ser aprovado na Câmara, Dilma se rendeu
inteiramente à burguesia, declarando que se o impeachment for derrotado, no dia
seguinte, ela própria articulará “um pacto nacional, sem vencidos nem
vencedores, incluindo a oposição”.
Por isso, deixamos claro que não
participaremos dos atos em defesa do governo Dilma/Lula promovidos neste
domingo, 17 de abril, pois o PCB não pode defender um governo que já anuncia
uma trajetória cada vez mais à direita, aprofundando a aceitação do projeto da
burguesia de mais ajustes e cortes de direitos.
Desde março de 2015, quando a
direita pautou o tema do impeachment, o PCB deixou claro que, com qualquer resultado,
os trabalhadores sairão perdendo mais do que já perderam, nesses 13 anos, com a
conciliação de classe dos governos petistas. Sempre afirmamos que para se
manter no governo a qualquer custo o PT não daria uma guinada à esquerda, mas
sim à direita, cedendo cada vez mais aos interesses do capital. Desde o início
desta novela de mau gosto o PT não fez outra coisa senão promover mais ajustes
neoliberais e privatizações, além de acordos por uma base de sustentação mais
conservadora.
Os governos petistas cooptaram
setores dos movimentos sindicais e sociais, iludindo e desarmando os
trabalhadores e, como se não bastasse, construíram um arcabouço jurídico para
assegurar a ordem burguesa e reprimir as lutas populares: mantiveram a lei de
segurança nacional, criaram a Força Nacional e efetivaram a portaria normativa
da lei e da ordem e a famigerada lei antiterrorismo, recentemente proposta e
sancionada pela presidente.
Independentemente do resultado da
votação no plenário da Câmara, nossos esforços se concentrarão, cada vez mais,
na articulação de um bloco de lutas anticapitalista e antimperialista, com
vistas à unidade de ação em torno de lutas comuns. Não vamos nos dispersar com
essa disputa pela administração do capitalismo – que ainda poderá durar meses
de tramitação no Senado, de judicialização no STF, de manifestações do Fica e
do Fora Dilma – enquanto a pauta conservadora e neoliberal avança e a
correlação de forças fica cada vez mais desfavorável para os trabalhadores.
Todos os esforços dos comunistas e
das demais forças anticapitalistas, a partir de agora, devem se concentrar na
organização e mobilização dos trabalhadores e dos movimentos populares para
enfrentar a ofensiva do capital. A saída é pela esquerda, com a formação de um
bloco de lutas de caráter anticapitalista, com unidade de ação, em torno de uma
pauta mínima que possa expressar as necessidades da classe trabalhadora por
emprego, terra, teto, direitos e liberdades, na perspectiva de construção do
Poder Popular, a caminho do Socialismo.
O PCB propõe a realização, no
primeiro semestre do próximo ano, de um Encontro Nacional da Classe
Trabalhadora e dos Movimentos Populares e a convocação de um Primeiro
de Maio Unitário e Classista, em todas as cidades onde seja possível,
iniciativas fundamentais para a necessária unidade de ação na luta
anticapitalista.
PCB – Partido Comunista Brasileiro
Comitê Central – 16 de abril de 2016.
Apoio PCB de Garanhuns/PE
COMUNISMO É PIOR DO QUE NAZISMO CRIMINALIZAÇÃO DESSA IDEOLOGIA MACABRA JÁ!!!
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