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GILBERTO AMADO E OS TUBARÕES DO RECIFE

O jornalista Homero Fonseca que escreveu um artigo citando o sociólogo Gilberto Freyre, preocupado com os tubarões pernambucanos nas praias pernambucanas em 1936, agora nos traz um texto com menção a outro escritor, Gilberto Amado, que também alerta sobre tubarões na capital pernambucana já no início do século XX.

Confira o texto do renomado homem de imprensa:

O professor Carlos Newton Junior me enviou artigo dele, publicado no número deste mês do “Correio das Artes”, suplemento cultural do jornal A União, de João Pessoa, que põe mais lenha na fogueira, digo mais tubarões nos mares pernambucanos do que supõem os que pensam ser recente o fenômeno. Reproduzo parte do artigo, em que ele cita o memorialista Gilberto Amado a propósito da invasão de nossas praias no início do século 20 pelos perigosos esqualos, no segundo volume de seu célebre Minha formação no Recife:
“Depois do  almoço, [...]  digestão feita, eu tornava à praia onde me esperavam as ondas e os tubarões que de tarde rondavam mais perto da beira do que de manhã. Todo o mundo ria ao me ver penetrar na água com um pau comprido, quase uma vara. Fui de fato inventor do uso do cacete contra os sinistros esqualos de Olinda que indiferentes ao baticum dos banhistas ousavam, enrolados na volumosa espuma da arrebentação, vir caçar gente quase até a orla da areia. A estatística registrava aumento contínuo de consumo de crianças e estudantes pela voracidade dos bichos. Além do varapau que eu ia agitando em torno de mim fazendo barulho nas ondas enquanto me aventurava mais ao largo, possuía eu contra os medonhos atacantes outro elemento de defesa: o olfato exagerado com que me dotou a natureza e que me permitia farejar de longe o enjoativo cheiro de melancia por que se denunciam entre os odores do mar.

Tivesse tido a vantagem de sentido tão apurado quanto o meu, Bento Américo, meu colega anos depois no corpo docente na Faculdade, professor de Direito Comercial, estaria vivo ainda hoje. Com efeito, foi comido pelos tubarões. Entrou um dia no mar, calma e desprevenidamente, de sapatos de borracha. Em menos de um minuto desapareceu num rolar de sangue. Deste ilustre jurista pernambucano, só bateram na praia, como únicos remanescentes de sua pessoa, os dois sapatos de borracha com que atiladamente pensara preservar-se dos incômodos da areia”.

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