José Maria Eça de
Queirós, filho de um brasileiro com uma portuguesa e nascido em Póvoa de
Varzim, em 1945, foi um dos maiores nomes da literatura portuguesa.
Representante do realismo, ele conquistou fama e prestígio com o crime do “Padre
Amaro”, romance em que faz uma crítica pesada para a época a sociedade europeia
e ao clero.
Jornalista e advogado, foi
também cônsul e publicou uma obra extensa, na qual se inclui livros como a
Ilustre Casa dos Ramires, O Primo Basílio, Os Maias e A Cidade e As Serras.
Neste último, em pleno século XIX demonstra preocupações com a “loucura” das
cidades, defendendo a superioridade da vida no campo.
O texto de Eça de Queirós é
requintado, elegante, próximo até do maior escritor brasileiro de todos os
tempos, Joaquim Maria Machado de Assis.
Além de grandes romances
Eça escreveu também contos fabulosos, como “Adão e Eva no Paraíso”.
O escritor português morreu
em 1900 mas suas obra continua sendo lida, com adaptações modernas para o
teatro, a televisão e o cinema.
Certamente Eça de Queirós se inclui entre os grande nomes da Literatura Universal, sendo reconhecido em
Portugal, no restante da Europa e em outros continentes.
Abaixo um pequeno trecho de
“A Cidade e as Serras”:
“Nem este meu
supercivilizado amigo compreendia que longe de armazéns servidos por três mil
caixeiros; e de Mercados onde se despejam os vergéis e lezírias de trinta
províncias; e de Bancos em que retine o ouro universal;e de fábricas fumegando
com ânsia; e de Bibliotecas abarrotadas, a estalar, com a papelada dos séculos;
e de fundas milhas de ruas, cortadas, por baixo e por cima, de fios de
telégrafos, de fios de telefones, de canos de gases, de canos de fezes; e da
fila atroante dos ônibus, tramas, carroças, velocípedes, calhambeques, parelhas
de luxo; e de dois milhões duma vaga humanidade, fervilhando, a ofegar, através
da Polícia, na busca dura do pão ou sob a ilusão do gozo – o homem do século XIX
pudesse saborear, plenamente, a delícia de viver!”
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