Artigo de Paulo Camelo:
Garanhuns, entre as décadas de 1940 a
1960, era uma das cidades que mais crescia no Nordeste brasileiro. Após a
erradicação da lavoura do café, a cidade começou a declinar até hoje.
Perdeu várias indústrias, lojas,
cinemas, clubes sociais e esportivos, extensão territorial para os Distritos
emancipados, o clima de montanha devido ao desmatamento, a produção de flores e
agrícola, além do transporte de carga e passageiros, via férrea, dentre outras
perdas.
Algumas fontes de água mineral, a exemplo do Pau Amarelo, foram
contaminadas devido aos aterros sanitários e a falta de zelo do poder público.
Atualmente está em curso o aterro indevido na Liberdade, sob a omissão dos
membros dos Poderes Legislativo e Executivo, e dos órgãos fiscalizadores de
preservação ambiental. Some-se a tudo isso a falta de representação política na
Assembléia Legislativa de Pernambuco e na Câmara Federal, bem como a proibição
contida no Plano Diretor de não permitir a construção de edificações com mais
de três andares. Vale ressaltar que o Plano Diretor, aprovado em 23.12.2008,
foi elaborado pela Legião Estrangeira.
A duplicação da BR 423 não sai do papel e além do mais os diretores do
DNIT não ouvem as reivindicações da comunidade quanto ao traçado da duplicação
da Rodovia, a qual carece de mais uma alça nas imediações da interseção
com a área urbana no bairro do Magano, evitando a ocorrência de acidentes.
Lembrando que quando a Rodovia foi construída cortou ao meio a Serra do Magano
(Colina do Magano).
Mas, não é só a Colina do Magano
que foi cortada, uma vez que a Colina
Antas, por trás da Fábrica de Bebidas de Geová, foi também cortada na cumeeira
no governo do ex-prefeito Silvino Duarte, ex-líder da Legião Estrangeira (são
políticos de outras cidades ou políticos de Garanhuns que se associam aos
interesses alheios). Assim, Garanhuns reduziu de 7 para 6 colinas e meia.
O intercâmbio cultural e de serviços entre pessoas residentes em
diversos lugares do Brasil, é muito bom para o desenvolvimento das cidades.
Mas, quando passa pelo viés político, a coisa muda de sentido. Pois, em
Garanhuns, diferentemente de Caruaru e Petrolina, a população carrega consigo o Complexo de Peter Pan,
permitindo que políticos de outras cidades sejam bem votados em nossa cidade.
Ou seja, é como se a população estivesse
com preguiça de apresentar as suas reivindicações aos políticos que aqui
residem, preferindo não ter representação política para a cidade NÃO CRESCER,
permanecendo na idade de “adolescente”.
Por outro lado, a falta de lazer, o arrefecimento das festas juninas e de carnaval,
contribuíram com êxodo da população nesses períodos.
O governo Izaías, e a oposição
conservadora do vereador Sivaldo Albino, apesar de se engalfinharem na disputa
eleitoral, defendem as mesmas políticas: a política dominadora da Legião Estrangeira. Afinal, o prefeito
Izaías, apresentou o seu afilhado e candidato a Deputado Federal, Jorge Corte
Real (Recifense), e o vereador Sivaldo, apresentou o seu neófito
correligionário, o candidato a Deputado Federal, Fernando Monteiro (também
Recifense).
A Legião Estrangeira, a qual governa o município a quase meio século,
deixou de apresentar projetos de porte
nos 8 anos do governo do ex-presidente Lula.
A situação é tão crítica que a maioria dos ex-prefeitos da Legião
Estrangeira, mesmo sendo representantes da burguesia, não têm, de há muito
tempo, o mínimo acesso ao governo do Estado de Pernambuco, seja na época do
ex-governador Jarbas Vasconcelos, seja no governo do ex-governador Eduardo
Campos, seja agora com o governador João
Lyra Neto e em 2015, certamente o prefeito Izaías Régis, não terá acesso ao
governador eleito Paulo Câmara.
Precisamos mudar e melhorar a auto-estima do nosso povo. Mas, é preciso
vencer o Complexo de Peter Pan, ora
visível no Plano Diretor e na ausência de representação política nos
parlamentos estadual e federal.
Nenhum comentário:
Postar um comentário