FERNANDO FERRO É UM BOM NOME PARA VICE

O senador Armando Monteiro (PTB) é candidatíssimo ao Governo do Estado e tudo indica terá o PT em seu palanque, na campanha deste ano. Caso os petistas fechem realmente a aliança com os trabalhistas, é provável que o deputado federal João Paulo, ex-prefeito do Recife, dispute o Senado Federal. Definidas essas candidaturas, restaria escolher o nome do vice da chapa oposicionista.

Na modesta opinião deste jornalista do interior, um bom nome para vice de Armando Monteiro seria o do deputado federal Fernando Ferro, também do Partido dos Trabalhadores, como João Paulo.

Por que Fernando Ferro? Porque é um político íntegro. Foi vereador da capital e está no quinto mandato na Câmara Federal sem que seu nome nunca tenha aparecido em algo suspeito. É um parlamentar que se elege com o voto de opinião, sem comprar cabos eleitorais nem votos de nenhum cidadão. É combativo, respeitado e tem prestígio tanto com a presidenta Dilma quanto com o ex-presidente Lula.

Fernando Ferro tem densidade na Região Metropolitana do Recife. Em todas as suas eleições sempre teve boas votações na capital e nos municípios em volta, como Olinda, Jaboatão, Paulista e Cabo de Santo Agostinho.

O petista, com suas posições progressistas, daria a chapa de Armando uma conotação mais à esquerda, mais ligada às políticas sociais do Governo Federal, voltadas para os setores mais pobres da população.

Ao mesmo tempo em que seria palatável ao eleitorado da Região Metropolitana, Fernando seria quase um representante de Garanhuns na chapa majoritária, acabando com essa história do vice ser sempre de Caruaru ou Petrolina.

Ferro nasceu em Bom Conselho, mas residiu parte da infância e juventude em Garanhuns, tendo morado na Rua XV de Novembro e estudado no Colégio do mesmo nome. Fazendo parte de uma chapa majoritária estaria ao mesmo tempo representando dois dos principais municípios do Agreste Meridional, fato que poderia repercutir favoravelmente em toda região.

Armando Monteiro, que por enquanto lidera as pesquisas de intenção de voto para governador, para se manter à frente precisa de lideranças interioranas de peso e vincular sua candidatura ao nome de Dilma, forte candidata à reeleição no pleito de outubro deste ano. Com a campanha direcionada nesse sentido e com nomes fortes no restante da chapa majoritária talvez dê para se contrapor à força do governador Eduardo Campos, que hoje tem a maioria dos prefeitos do Estado ao seu lado.

Muitos desses prefeitos, todo mundo sabe, estão esperando para onde o vento leva. Se Eduardo lançar Tadeu Alencar (PSB) ou outro e este emplacar quase 100% das lideranças permanecem fieis à causa socialista. Caso contrário, se o projeto do governador pernambucano rumo à presidência não decolar a tendência é que ele puxe pra baixo o candidato no Estado. Neste caso alguns prefeitos vão cruzar os braços, outros vão trair abertamente e se verá o adesismo costumeiro, como aconteceu em 1986 (com Arraes), em 1998 (com Jarbas) e em menor grau em 2006, quando Campos conseguiu o seu primeiro mandato.

Logicamente Armando Monteiro, o PTB e o PT devem ter outras opções e essa questão do vice vai passar por um processo de discussão amplo. Gostaria, no entanto, como jornalista, como cidadão, como morador de Garanhuns e do Agreste Meridional de ver o nome de Fernando Ferro ser incluído entre as alternativas da chapa oposicionista em 2014.