José Inácio Rodrigues foi vereador e prefeito de Garanhuns.
Advogado, radialista, professor... Casou, teve filhos. Como todos teve bons
momentos na vida e passou por diversas atribulações. Um dia confessou ao grande
amor de sua vida, Eliane, sua segunda esposa: “O melhor de minha vida não foi o rádio, nem a sala de aula ou ser prefeito. O que tive de melhor em minha vida
foi você”.
A história de José Inácio e Eliane Rodrigues parece coisa de
filme americano ou de novela brasileira.
Ele, já sessentão, separado da primeira esposa, fazia na
Rádio Jornal o programa “Revendo o Passado”, que tocava clássicos da música
popular brasileira dos anos 50 e 60. Ela, uma moça simples que nasceu e se
criou na Rua do Magano, no bairro do mesmo nome.
Eliane ouvia o homem de voz bonita no rádio recitando poemas
e tocando canções românticas e ficava encantada. Parecia já gostar dele. Um dia
telefonou para o programa, conversou no ar com o comunicador, tendo ele, o
locutor, sido como que “fisgado” pela voz bonita da jovem.
Depois a mocinha do Magano fez uma visita a Rádio Jornal e
conheceu pessoalmente o ex-prefeito de Garanhuns. Quando ela foi embora o
radialista comentou com o amigo Gildo Vilela: “Essa mulher vai ser minha”.
O companheiro de trabalho estranhou, achou que ele estava
ficando “doido” depois de velho. “Você nem sabe nada dela, pode ser casada”,
disse algo assim.
Zé Inácio sentia que estava destinado a Eliane, a sua “alma
gêmea”. Convidou a moça para ir em sua casa. Quando esta chegou, acompanhada da
filha, procurou logo saber do pai da menina e ouviu o que mais queria: “Eu sou
separada”, revelou.
Assim começou a história de José Inácio e Eliane, que passou
por uma mudança no dia primeiro de maio deste ano, quando o professor foi chamado
para morar no céu.
Eliane está só, na casa impecavelmente arrumada da Rua do
Magano, sentindo um enorme vazio e ouvindo os poemas que o marido deixou
gravados, feitos todos em homenagem a sua amada.
Como este, em que já sabendo que seus dias estavam contados,
fazia a sua despedida:
No dia em que estivermos
Distantes um do outro
Em que não pudermos
Mais nos ver
Lembre-se de mim.
Dos dias em que estivemos juntos.
Lembre-se do meu sorriso
Todo pra você
Dos meus olhos brilhando
Ao te ver
E do meu rosto.
Lembre-se de todas aquelas noites
Em que eu aparecia de surpresa
Querendo te ter
Por pelo menos cinco minutos.
Lembre-se do meu corpo junto ao seu
Dos meus abraços
Lembre-se de todos os nossos beijos
Principalmente do primeiro beijo,
Naquela noite chuvosa,
naquela noite chuvosa e fria.
Aquele nosso beijo tão caliente
Tão doce
Tão verdadeiro
O melhor que eu já tive. (Trecho de Lembre-se de Mim).
Eliane escuta seguidas vezes o poema na voz do seu amor.
Chora, a saudade machuca. Não aceita ainda a condição de viúva. É a esposa de
José Inácio Rodrigues. Ele está na sala, na cozinha, no quarto e principalmente
no seu coração.
As últimas palavras do ex-prefeito, segundo a esposa, foram
“hoje eu te amo mais do que nunca”. Depois entrou em coma e no dia seguinte
partiu.
A professora Maria Almeida e o também ex-prefeito Ivo
Amaral, que conhecem de perto essa história, concordam que Eliane foi um anjo
na vida de José Inácio.
Ela foi a santa, os pés e as mãos do homem no momento que
ele mais precisou. Ele foi a cabeça e o pensamento da mulher, segundo suas
próprias palavras.
É uma história de tristeza e alegria. Sobretudo é
verdadeira. Aconteceu aqui em Garanhuns, entre as sete colinas.
(Na foto o casamento de José Inácio e Eliane. Segundo o ex-prefeito confessou foi o dia mais feliz de sua vida).
AGRADECIMENTO À CASA DE SAÚDE PERPÉTUO SOCORRO
Eu, Eliane Rodrigues, venho agradecer de público a todos que fazem a Casa de Saúde Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Aos proprietários Dr. Tinoco e digníssima esposa, Dona Fernanda, que sempre se puseram a nossa disposição em todas as horas difíceis vividas por José Inácio Rodrigues. Agradeço também a toda equipe médica, formada por pessoas de grande competência. Meu agradecimento igualmente aos rapazes da limpeza, que quando nós chegávamos vinham para conduzi-lo com tanto amor e carinho. Ao Dr. Pereira, rigoroso no zelo pelo seu trabalho, e entendo que só queria o bem de cada paciente que ali encontrava. Nossas passagens pela UTI foram marcadas dessas experiências de zelo e de cuidados profissionais indispensáveis aos peregrinos das lágrimas.
Agradeço e oro a Deus por todos vocês.
que Deus lhe der força naquilo que você não pode mudar.
ResponderExcluirA postagem mais linda que já li no blog até hoje; muita força Eliane e que Deus lhe abençoe.
ResponderExcluir"NÃO EXISTE UM GRANDE HOMEM QUE NÃO TENHA TIDO POR TRÁS DE SI UMA GRANDE MULHER".
ResponderExcluirSE NÃO HOUVESSE DISTÂNCIA NÃO HAVERIA SAUDADE.EU TAMBÉM FUI UM ASSÍDUO OUVINTE DO PROGRAMA DA RÁDIO JORNAL “Revendo o Passado”.
O SER HUMANO TRABALHA,LUTA,PROPAGA SUAS IDEIAS E DEPOIS VAI EMBORA DEIXANDO REALMENTE UMA SAUDADE IMENSA NO CORAÇÃO DE SEUS ADMIRADORES.
"UM HOMEM NÃO MORRE ENQUANTO PERMANECER VIVO OS SEUS IDEAIS".
POR GARANHUNS JÁ PASSARAM GRANDES ILUSTRES IMORTAIS DA LITERATURA, DA POLÍTICA, DA CULTURA, DA SABEDORIA, DA CIÊNCIA E DA FÉ.
relato emocionante chorei muito.
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