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CAETANO VELOSO - GRANDES NOMES DA MPB - 80º

Gosto tanto de música, vivo escrevendo sobre os cantores e compositores nacionais e só esta semana me dei conta, ouvindo o programa Manhã Total, de Marcos Cardoso, que existe o Dia da Música Popular Brasileira. O radialista fez uma homenagem a essa data significativa – 27 de setembro – e fez até uma enquete para descobrir quem é o melhor cantor do Brasil. Imagine que deu o velho Roberto, com seus mais de 70 anos e tantas canções de amor.

Roberto Carlos, claro, não poderia ficar fora desta série, mas como ele é o artista que mais vendeu discos no país, compôs mais de 600 músicas, tem mais de 50 anos de carreira, sendo ainda aclamado por muitos como Rei, deixemos que o mesmo encerre essa relação de Grandes Nomes da MPB. Será o 100º nome a ter o seu perfil traçado neste blog.

Caetano Emanuel Telles Veloso, este é o nome da vez. Um verdadeiro gênio, que aos quatro anos já brincava de fazer música no interior da Bahia. O sujeito que se tornaria conhecido em todo o país, na década de 60, com a criativa “Alegria, Alegria”, nasceu em Santo Amaro da Purificação (hoje é só Santo Amaro), uma cidade de menos de 60 mil habitantes, segundo o último censo do IBGE.

Compositor, cantor, excelente intérprete, músico, cineasta, escritor. Caetano é tudo isso e muito mais. Rebelde, contestador, polêmico, inquieto, brilhante. Meio “porra louca”, às vezes, na ótica de alguns. Quase sempre brilhante, não há dúvida. Não podia ser diferente. Numa de suas composições, ele bolou essa frase instigante: “Gente é pra brilhar, não para morrer de fome”.

Da pequena Santo Amaro Caetano Veloso mudou para Salvador. Na capital baiana conheceu Gilberto Gil, Gal Costa e Tom Zé.

A música já estava em Caetano desde Santo Amaro. Mas sua carreira de artista mesmo só vai começar no Rio de Janeiro. Ele foi à cidade maravilhosa para acompanhar a mana Maria Betânia, que mesmo mais nova se destacou primeiro como cantora. Ela foi convidada para substituir Nara Leão no espetáculo Opinião, em 1965, e o irmão foi junto, atendendo inclusive um pedido do pai, “Seu Zezinho”.

Os dois se estabeleceram no Sudeste Maravilha e no ano seguinte Betânia gravou a música “É de Manhã”, uma composição de Caetano. Este lançaria em 1967, em parceria com Gal Costa, o seu primeiro disco, “Domingo”, com um repertório influenciado pela Bossa Nova.

No mesmo ano o cantor “estoura” nacionalmente com “Alegria, Alegria”, do Festival da Record e que seria o carro-chefe do seu disco do ano seguinte.

Juntamente com Gilberto Gil e Tom Zé, Caetano cria o Movimento Tropicalista, uma revolução em relação a bem comportada Bossa Nova e a alienada Jovem Guarda.

Com o seu grito de “É Proibido Proibir”, suas letras engajadas e posicionamento político à esquerda, Caetano teve de se exilar em Londres e passou perto de quatro anos longe do Brasil.

Da distante e fria Inglaterra o compositor baiano enviava artigos para o jornal alternativo Pasquim e composições que seriam gravadas por Maria Betânia, Gal Costa, Elis Regina, Erasmo e Roberto Carlos.

Roberto, já considerado o rei e totalmente palatável ao regime dos generais, surpreendeu o Brasil com um gesto para muitos inesperados. Visitou em Londres o exilado Caetano Veloso e compôs uma música em sua homenagem: “Debaixo dos Caracóis dos seus Cabelos”, uma canção linda que fez o irmão da Maria Betânia chorar e muito.

Em 1972 o autor de Alegria, Alegria voltou ao Brasil. E chegou com a corda toda. Neste mesmo ano subiu aos palcos com Chico Buarque de Holanda e desse encontro memorável surgiu um dos melhores discos da Música Popular Brasileira: “Chico e Caetano ao Vivo”.

Gravou “Araçá Azul”, um disco que não teve boa acolhida, mas depois veio “Jóia” (incluindo desde a Banda de Pífanos de Caruaru até John Lennon), Qualquer Coisa, Bicho, Cinema Transcendental e Os Doces Bárbaros – este último disco e espetáculo que reuniu quatro das melhores vozes do pais: Gilberto Gil, Gal Costa, Maria Betânia e Caetano Veloso.

“O artista nunca envelhece”. No caso de Caetano, parece que esta frase é verdadeira. Ao longo das décadas de 80 e 90, na década passada e na atual ele continuou produzindo e inovando. Em Totalmente Demais, de 1986, predomina mais o intérprete, capaz de tornar ainda mais bela a canção “Amanhã”, de Guilherme Arantes. Fina Estampa, de 1994, é uma coleção de obras primas da música latino americana, com destaque para a música título.

Na década passada Caetano Veloso fez um show tendo como parceiro Roberto Carlos. Cantaram somente canções de Tom Jobim e o espetáculo resultou num disco belíssimo e que me perdoe o Rei, mas o baiano está muito melhor na maioria das faixas.

Para quem não concorda com a união do cantor e compositor de Santo Amaro com o romântico de Cachoeiro de Itapemirim, este ano Caetano teve como parceira a maior revelação da MPB dos últimos tempos, Maria Gadú. Os dois estão juntos num CD e DVD ao Vivo e tanto faz gosto ouvir um quanto o outro.

Você conhece alguma canção de Caetano? Certamente conhece muitas. Algumas músicas dele: Tigresa, Sampa, Mãe (gravada por Gal Costa), Tropicália, London London, Leãozinho, Força Estranha, Muito Romântico, Haiti, Odara, Beleza Pura, Vaca Profana, Menino do Rio.

O artista também gravou músicas de outros compositores, inclusive alguns bregas, como Odair José (Eu Vou Tirar Você Desse Lugar), Fernando Mendes (Preciso te Esquecer) e Peninha (Sozinho).

Lembrou, inclusive, de grandes vozes do passado e regravou Vicente Celestino (Coração Materno) e Augusto Calheiros (Ave Maria).

Na primeira metade da década passada Caetano foi considerado pela crítica especializada um dos mais respeitados e produtivos pop stars da América Latina e do mundo. Com mais de 50 discos lançados, se destacou também como autor de trilhas sonoras, inclusive de filmes internacionais. Alguns trabalhos do baiano para o cinema: música de Hable con ella, de Pedro Almodóvar; de Frida, uma biografia da pintora mexicana; São Bernardo, de Leon Hirszman, com roteiro a partir do romance homônimo de Graciliano Ramos; o documentário Cinema Falado, relançado em 2003 em DVD, cujo título remete ao primeiro verso de um antigo samba de Noel Rosa; Lisbela e o Prisioneiro, de Guel Arraes; Tieta do Agreste, de Cacá Diegues, baseado no romance homônimo do escritor Jorge Amado; A dama do lotação, de Neville de Almeida, baseado no conto homônimo de Nelson Rodrigues; O Quatrilho, de Fábio Barreto; O coronel e o lobisomem; Orfeu; Proezas do Satanás na Terra do Leva-e-Traz, de Paulo Gil Soares; Ó Paí, Ó, de Monique Gardenberg, dentre outros.

Tem gente capaz de tudo. Até de contestar o talento e a genialidade de Caetano Veloso. Mas a sua obra é capaz de fazer silenciar a ignorância. O criador do Movimento Tropicalista não é um nome qualquer da MPB. É um dos maiores, um gigante da boa Música Popular Brasileira. (Principal fonte de consulta: Revista Época/globo.com).

ESTRANHO AMOR - Clique no nome da música, todo em maiscúlo, e acesse um vídeo do yotube com Caetano e Maria Gadú cantando "Nossa Estranho Amor".

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