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GRACILIANO RAMOS - ESCRITORES BRASILEIROS - 7º

Graciliano Ramos era comunista dos bons. De um tempo em que ser filiado ao Partidão era sinônimo de patriotismo, nacionalismo, honestidade e caráter. Por conta de sua militância política foi preso pela ditadura de Getúlio Vargas. O período entre as grades rendeu um dos grandes livros escritos no Brasil, “Memórias de Cárcere”, levado ao cinema pelo cineasta Nélson Pereira dos Santos.

Tomei contato com a obra de Graciliano ainda muito jovem, estudante do colegial. Acredito que o primeiro livro do escritor alagoano que li foi “Angústia”. Acho que pela pouca idade fiquei bastante “perturbado” com a prosa seca e densa do autor nordestino.

Graciliano Ramos de Oliveira nasceu em Quebrângulo, interior de Alagoas, em 1892, tendo morrido no Rio de Janeiro, em 1953. Viveu muito, para os padrões da época, quando a maioria partia deste mundo com menos de 40 anos.

Além de Quebrângulo, a cidade natal, o escritor morou em diversos outros municípios, a exemplo de Viçosa, Maceió e Buíque (PE). Viveu ainda no Rio de Janeiro e Palmeira dos Índios, essa última a pouco mais de uma hora de viagem de Garanhuns.

Antes de se consagrar com seus livros, Graciliano foi prefeito de Palmeira dos Índios tendo feito um trabalho exemplar. Quando saiu fez um relatório que assombrou meio mundo. Pelo texto impecável e o exemplo de honestidade.

Mas o alagoano de Quebrângulo entraria para a História, mesmo, como escritor.

Tanto em Alagoas, Pernambuco quanto no Rio escreveu para jornais diversos e já meio maduro começou a produzir seus contos e romances. Primeiro veio “Caetés”, de 1933 e no ano seguinte publicou “São Bernardo”, possivelmente o preferido do público e da crítica depois de “Vidas Secas”, de 1938.
Histórias de Alexandre, Infância, Insônia e Viagem são outros livros de Graciliano Ramos.

Três dos seus livros – São Bernardo, Vidas Secas e Memórias do Cárcere – foram levados ao cinema com êxito.

Graciliano é um escritor da linhagem de Machado de Assis, com um texto preciso, realista (não no sentido do movimento literário), preocupado com o social e em perscrutar a alma humana.

Antes do escritor de Quebrângulo, Raquel de Queiroz e José Américo já tinham abordado a questão da seca nos livros “O Quinze” e a “A Bagaceira”, mas nenhum desses dois ou outros que se aventuram no tema chegaram perto do mestre de Alagoas.

Fabiano, Sinhá Vitória e a cachorra baleia, personagem de Vidas Secas, entraram não somente para a história da Literatura Brasileira, mas da Literatura Mundial. O livro, traduzido para diversos idioma, em 1962 recebeu o prêmio da Fundação William Faulkner (EUA), como representativo da produção brasileira no campo das letras.

Graciliano, pelo conjunto de obra, pelo talento como escritor, pela personalidade e pela coragem de assumir suas posições políticas é um dos orgulhos do Nordeste e do Brasil.

Como há pouco tempo, neste blog, transcrevemos um trecho de "Vidas Secas", na série Filmes Inesquecíveis", optamos desta vez por presentear o leitor com essa passagem forte de "Memórias do Cárcere":

"O mundo se tornava fascista. Num mundo assim, que futuro nos reservariam? Provavelmente não havia lugar para nós, éramos fantasmas, rolaríamos de cárcere em cárcere, findaríamos num campo de concentração. Nenhuma utilidade representávamos na ordem nova. Se nos largassem, vagaríamos tristes, inofensivos e desocupados, farrapos vivos, fantasmas prematuros; desejaríamos enlouquecer, recolhermo-nos ao hospício ou ter coragem de amarrar uma cordão ao pescoço e dar o mergulho decisivo. Essas idéias, repetidas, vexam-me; tanto me embrenhara nelas que me sentia inteiramente perdido”.

9 comentários:

  1. José Fernandes Costa19 de agosto de 2011 às 14:58

    Conheço a família de Graciliano Ramos e convivi com muitos deles, em Palmeira dos Índios. De tantos quanto conheci, todos SÃO tão honestos e decentes quanto o velho Graça. - Creio que li quase todas as obras de Graciliano. O seu primeiro livro que li foi Caetés. Daí em diante, li Angústia, São Bernardo, Memórias do Cárcere, Vidas Secas etc., etc.

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  2. O "veinho" Graciliano era bom, honesto e um comunista de valor. Mas no campo da literatura regional NÃO calçava as chuteitas do autor de MARIA PERIGOSA, o garanhuense Luiz Jardim.....
    Ih!H!Ih!Ih!Ih!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

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  3. José Fernandes Costa19 de agosto de 2011 às 19:16

    As pessoas de bom senso, sempre têm cuidado ao fazerem comparações. Principalmente, quando envolvem pessoas das artes. - Ninguém aqui disse que Graciliano Ramos era melhor, nem pior do que ninguém. Foi dito, apenas, que ele foi um mestre na literatura. - Não me consta que o garanhuense Luiz Jardim tenha livro traduzido em 36 países! - Mas o mestre Graça tem. - É ISSO./.

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  4. Roberto, que texto bonito, fácil de ler, de entender, uma viagem no tempo sobre Graciliano Ramos.
    Essas postagens sobre os escritores, são simplesmente fantásticas.
    Parábens! Continuemos...Avancemos.

    Roberto Brito
    Paranatama - PE

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  5. Jamais o escritor Luiz Jardim aceitaria as traduções dos seus 9 livros para países como o Panamá, Guatemala, Equador e o Paraguai......
    Ih!Ih!Ih!Ih!Ih!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

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  6. Luiz Jardim foi um grande escritor e está no primeiro time dos brasileiros. Bairrismo à parte, acredito que Machado de Assis e Graciliano são insuperáveis. Mas não se pode comparar escritores como se fossem jogadores de futebol. Cada um foi grande à sua maneira e merece a imortalidade independente de Academia de Letras. Luiz Jardim de "Maria Perigosa", "Confissões do Meu Tio Gonzaga" e Proezas do Menino Jesus", também fará parte deste série até porque merece mais reconhecimento dos brasileiros em geral pelo excelente escritor e ilustrador que foi.

    R.A.

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  7. Que bom que estão se interessando em debater também um assunto cultural.

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  8. José Fernandes Costa20 de agosto de 2011 às 16:37

    Felizmente esse "tonhão Jibóia", além de anônimo é analfabeto. NEM ao menos sabe em quais idiomas os livros do MESTRE GRAÇA foram traduzidos. - Se esse anônimo já ouviu falar que existem os Estados Unidos da América do Norte, a França e outros países europeus, deve saber que esses países estão fora da América Latina e do Caribe. - Todavia, ter livros editados na nossa América Latina é tão valioso, quando o é nos países da Europa e nos EUA! - É ISSO./.

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  9. De uma coisa eu tenho plena certeza, mesmo sendo um anônimo analfabeto afirmo com tosa presteza: Nunca traduziram os livros de Graciliano Ramos na língua papacaça...
    Ih!Ih!Ih!Ih!Ih!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

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