PREFEITURA MUNICIPAL DE GARANHUNS

PREFEITURA MUNICIPAL DE GARANHUNS
GOVERNO MUNICIPAL

FILMES INESQUECÍVEIS - 45º

MISSISSIPI EM CHAMAS 


Um grande cineasta, atores consagrados e uma boa história. Tudo isso junto normalmente resulta num filme excepcional. Foi o que aconteceu quando Alan Parker, diretor de obras expressivas como Expresso da Meia Noite, Coração Satânico, Fama e Asas da Liberdade, resolveu adaptar para o cinema um fato real ocorrido no Estado sulista do Mississipi, nos Estados Unidos. Dois brancos e um negro, que lutavam pelos direitos civis, desapareceram misteriosamente e agentes do FBI são encarregados de descobrir o que aconteceu.

Na vida real, segundo os críticos, os agentes da Polícia Americana foram truculentos e desrespeitaram a população. Na ficção, eles são os heróis capazes de combater o racismo e desmascarar os vilões da pequena cidade.

Independente das diferenças entre a realidade e a ficção, Mississipi em Chamas, de 1988, é um dos filmes de maior impacto do cinemão americano nas últimas quatro décadas.

Drama, suspense, aventura e política, na medida certa, tornaram este filme um grande sucesso, com reconhecimento da maioria da crítica especializada e aplausos geral do público, tantos nos Estados Unidos ou no Brasil, quanto em muitos outros países.

Quando os agentes Rupert Anderson (Gene Hackman) e Alan Ward (Wiillem Dafoe), o primeiro já veterano e o segundo um novato, chegam ao Mississipi para investigar o desaparecimento dos jovens, são recebidos com hostilidade pela população local. O prefeito, o pastor, a autoridade policial, todos demonstram má vontade com os representantes do FBI e vão causar todo tipo de dificuldades ao seu trabalho.

Hackman e Dafoe, em interpretações marcantes de suas carreiras, encarnam à perfeição os policiais dispostos a desvendar o possível crime, mesmo enfrentando as hostilidades dos moradores do lugar e as ameaças da Ku Klux Klan, organização racista que atuava com muita força na área.

Os policiais são obrigados a pedir reforços para prosseguir nas investigações e durante o filme vão ter de se confrontar mais de uma vez com a prepotência dos homens racistas da cidadezinha sulista. Uma das cenas mais fortes do longa é quando o agente Anderson, confrontado por um grandalhão racista, rodeado pelos amigos preconceituosos, pega o cara pelos testículos e aperta com suas mãos enormes as bolas do sujeito até que esse caia do banco no chão, desmaiado.

Há ainda o caso de uma personagem feminina (a senhora Pell, interpretada por Francês McDormand, hoje uma atriz consagrada), uma mulher sofrida, que ao conversar com um dos agentes leva uma tremenda surra do marido. O troco será dado depois por Rupert Anderson.

Mississipi em Chamas recebeu vários prêmios no Globo de Ouro, inclusive as indicações para melhor filme, diretor e ator (Hackman). Na cerimônia do Oscar ganhou uma mísera estatueta, na categoria de melhor fotografia.

O filme, contudo, foi indicado para concorrer aos prêmios principais em festivais de Berlim e do Reino Unido, tendo Gene Hackman vencido como ator na mostra de cinema da Alemanha.

Alan Parker me parece um diretor que sabe manipular bem os sentimentos humanos. Nesse filme o cineasta faz isso muito bem quando nos faz sentir raiva ou ódio dos sulistas racistas, nos leva à catarse quando os mocinhos punem aos socos os vilões, ao mesmo tempo em que desperta ou aviva a consciência para o absurdo de certas situações.

A perseguição aos negros, o preconceito levado ao extremo inclusive entre autoridades policiais e religiosas, são mostrados com muito realismo e por isso conseguem envolver inteiramente o expectador na trama.

Tive oportunidade de ver este filme quando estreou no Recife, revi anos depois em videocassete, depois em DVD, já peguei algumas sessões repeteco da Globo em que Mississipi em Chamas é exibido e confesso nunca ter cansado das imagens, da boa dose de informações jogadas na tela, da performance da maioria dos personagens.

Como boa parte dos leitores que assistiram o filme sabe, os corpos dos rapazes mortos é encontrado e alguns dos envolvidos no crime são punidos. Em 2005, mais de 40 anos depois dos assassinatos ocorridos no Mississipi, o pastor Edgar Ray Killen foi a novo julgamento e condenado a 60 anos de prisão. A justiça foi feita nas telas e aqui fora, no mundo real.

2 comentários:

  1. Assino embaixo de sua crítica Roberto, é um dos grandes filmes do século XX. Segui seu mesmo roteiro: assiti na estréia em Reciofe, depois VHS, depois DVD... Hackman e Dafoe fazem espetacular interpretação. Agora deu vontade de assistir novamente.

    ResponderExcluir
  2. eh realmente uma das melhores referencias para que a sociedade reavalie sua postura em determinados comportamentos aos nossos irmãos

    ResponderExcluir

SUBSÍDIO PARA COMPRA DE CASA

SUBSÍDIO PARA COMPRA DE CASA
FINANCIAMENTO PARA CASA PRÓPRIA