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FILMES INESQUECÍVEIS XLIV


2 FILHOS DE FRANCISCO

Lançado em 2005, com direção de Breno Silveira e um bom elenco de estrelas do cinema nacional, 2 Filhos de Francisco se revelou uma grata surpresa. Apesar de contar a vida de uma dupla sertaneja, Zezé de Camargo e Luciano, não reconhecida de qualidade pela crítica ou um público mais exigente, o longa caiu no gosto do povão e foi elogiado também por quem entende de cinema.

O cineasta, na época um estreante, foi muito feliz ao contar a história desses artistas sem cair no mero melodrama nem apelar para o popularesco. É um filme bem realizado, com orçamento acima de R$ 6 milhões, o que não é pouco para os padrões brasileiros.

O longa começa e encerra com um show da dupla já famosa. A história, contudo, vai sendo contada em flashback. No ano de 1962, no interior de Goiás, Francisco e Helena sonham em tranformar os filhos em um dupla sertaneja de sucesso. Os meninos, de nome Mirosmar e Emival, agradam bastante nas festa das vilas em torno de Pirenópolis.

Nos anos 70, Francisco perde a propriedade e é obrigado a se mudar para Goiânia. Numa capital, sem recursos, vai morar numa casa pra lá de modesta, na periferia. Os meninos continuam tocando e cantando, fazendo apresentações em busca de uns trocados na rodoviária da cidade.

Neste ponto do filme, temos uma das cenas mais bonitas e tocantes de 2 Filhos de Francisco. Os garotos cantam e agradam, o público começa a gratificar a dupla com dinheiro. Um dos artistas mirins, timidamente, empurra com o pé a caixinha para que as pessoas possam pagá-los pela sua arte.

Um empresário trambiqueiro, o Miranda, interpretado com maestria por José Dumont, descobre a dupla e vai falar com os pais. Quer levá-los para fazer shows pelo interior. Convence e pega a estrada. No começo dá tudo certo, as crianças obtém êxito em sua “turnê”, embora não ganhem muito, pois o produtor lhes rouba a maior parte do que pinga no caixa.

O primeiro grande susto de Francisco e Helena, Ângelo Antônio e Dira Paes em atuações inspiradas, é quando Miranda passa meses sem dar notícias. Depois, uma fatalidade. Acontece um acidente e Emival morre.

Francisco, no entanto, não tem dois, mas três filhos talentosos. O mais novo, Welson, assume mais tarde o posto de Emival. Passa a cantar junto com Mirosmar, que já tentava um trabalho solo na cidade grande com o nome de Zezé de Camargo.

Os dois começam a batalhar pelo sucesso. Compõe a música “É O Amor”, hoje bem conhecida do público nacional. Na época, os dois rapazes tiveram de ralar bastante para emplacar. O pai, maior incentivador dos filhos, ficava pendurado no orelhão ligando para as emissora e pedindo – ajudados pelos colegas de trabalho – para que a canção fosse executada no rádio.

Esse gesto, repetido muitas vezes por seu Francisco, não é exclusivo seu. Muitos outros artistas brasileiros e de outros países usaram desse expediente. Roberto Carlos, o maior vendedor de discos do Brasil até hoje, quando lançou o seu primeiro trabalho “Louco por Você”, no início da década de 60, também fez isso: ele, amigos, namoradas ficavam ligando para as rádios e pedindo músicas do vinil.

2 Filhos de Francisco é um dos 10 maiores sucessos de bilheteria no Brasil. Se tornou um fenômeno de público porque tem muitas qualidades. Primeiro conta uma história bem brasileira. Acompanha a vida de dois garotos pobres que se transformam em ídolos da música popular brasileira. Lotam estádios, casas de shows, ficam milionários.

O longa tem excelente trilha sonora, com músicas da dupla e de outros compositores regionais do país. E intérpretes do peso de Caetano Veloso e Maria Betânia. Uma coisa é ouvir os Zezé de Camargo e Luciano, outra bem diferente é apreciar os irmãos nascidos na Bahia.

Além dos bons atores já citados, tem o Lima e a Paloma Duarte, Jackson Antunes numa participação curta, porém marcante, além de Márcio Kieling e Thiago Mendonça, que fazem Zezé de Camargo e Luciano já rapazes. Dáblio Moreira e Marco Henrique (Mirosmar e Emival) são totalmente convincentes. Emocionam e enternecem. Fazem a gente se apaixonar pelo filme antes que cheguem os atores adultos, o sucesso, a virada na vida daqueles “pobres matutos” de Goiás.

2 Filhos de Francisco deve ser visto sem preconceitos. Divulga a dupla, é do gosto dos fãs de Zezé de Camargo e Luciano, mas não foi concebido só pra isso. É capaz de atender o gosto de quem escuta música mais refinada e vê cinema com o olhômetro ligado.

Dos bons filmes produzidos no Brasil na década atual, esse longa de Breno Silveira está entre os melhores. Encanta, seduz, emociona. É uma produção nacional da qual a gente pode se orgulhar.

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