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FILMES INESQUECÍVEIS XIX


O SEGREDO DE BROKEBACK MOUNTAIN

Ang Lee, o tailandês que dirigiu o Segredo de Brokeback Mountain, é um diretor respeitado no mundo inteiro, tendo no seu currículo obras bem diferentes entre si, como é o caso de Razão e Sensibilidade, de 1995, O Tigre e o Dragão, de 2000, Hulk, de 2003 e este que passamos a comentar.

O Segredo de Brokeback Mountain é um filme feito com extrema sensibilidade, baseado num conto homônimo escrito pela jornalista americana Edna Annie Proulx. Estreou nos cinemas dos EUA em 2005 e chegou ao Brasil em 2006. Recebeu oito indicações para o Oscar de quatro anos atrás, tendo ficado com as estatuetas de Melhor Diretor, Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Trilha Sonora Original.

Muitos críticos e cinéfilos no mundo inteiro defenderam também o Oscar de Melhor Filme do Ano, que acabou ficando com “Crash – No Limite”. Alguns jornalistas que acompanham Hoolywood acreditam que o principal prêmio da Academia não foi dada por conta da temática homossexual do longa.

Crash, não há dúvida, é um grande filme, com todos os méritos para receber a louvação da crítica e do público e também os prêmios a que fez jus. É um drama tenso, bem dirigido, elenco impecável e que retrata de maneira muito competente a violência e o preconceito presentes em Los Angeles e na própria sociedade americana de modo geral. São vários personagens vivendo situações dramáticas e emotivas. Eles terminam se cruzando, num estilo narrativo que lembra um pouco o famoso romance “Contraponto”, do inglês Aldous Huxley. Este livro foi traduzido no Brasil por Érico Véssimo, que posteriormente publicou “Caminhos Cruzados”, usando a mesma técnica do escritor britânico.

Voltando ao longa de Ang Lee, pessoalmente estou alinhado com os que acham que o Oscar de Melhor Filme de 2006 devia ter sido concedido ao Segredo de Brokeback Mountain. Embora Crasy tenha uma temática mais ampla, apresente uma história mais complexa e menos pessoal, acredito que a sofrida história de amor entre Jake e Ennis é mais marcante, mexe mais com a cabeça e os sentimentos, levando-nos a uma reflexão séria sobre a paixão entre pessoas do mesmo sexo e a carga de preconceitos que transformam homens (ou mulheres) em pessoas atormentadas ou vítimas.

Jack Twist (interpretado por Jake Gyllenhaal) e Ennis del Mar (Heath Ledger, que morreu em 2008) são dois vaqueiros que se conhecem em 1963, enquanto trabalhavam tomando conta de ovelhas, na fictícia montanha de Brokeback, na região de Wyoming, nos Estados Unidos. O desejo, a paixão, o amor explode entre eles de maneira inesperada. As cenas da relação física entre os dois, levadas ao cinema com muito realismo e seriedade, impressionaram pessoas em todo o mundo. Não faltaram os engraçadinhos para fazer piadas de mau gosto, os homofóbicos para odiar, ignorantes a se sentir enojados e enrustidos dispostos a condenar atores, diretor e tudo o mais.

A partir desse primeiro encontro entre os dois homens, eles não conseguem mais esquecer um ao outro. Vão viver em cidades diferentes, casam, têm filhos, mas o amor permanece e eles voltam a se ver várias vezes, ao longo dos anos até que a mulher de um dos personagens flagra os dois se beijando.

Tanto o casamento de Jack quanto o de Ennis desmoronam, porque entre eles existe um amor de verdade e eles não conseguem viver longe um do outro.

O sentimento entre os dois atravessa duas décadas, até que Ennis, em 1983, recebe a notícia da morte de Jack. A versão é que foi acidente, mas intimamente o vaqueiro sente que aconteceu outra coisa: O homem foi espancado até ficar sem vida, vítima da intolerância e do preconceito.

É uma história bonita, contada com sensibilidade e de final triste. Na verdade, acontece e se repete diariamente tanto nos Estados Unidos, quanto em muitos países da Europa ou mesmo no Brasil ou em qualquer parte do mundo.

Apesar do valor como produto artístico, do reconhecimento da crítica e dos prêmios, o filme de Ang Lee foi proibido na maioria dos países do Oriente Médio e da Ásia, inclusive na China. Isso mostra como o tema ainda é tabu no mundo moderno e como estamos longe de superar o preconceito, a intolerância, o ódio e a aversão contra as pessoas que os hormônios, a natureza ou Deus fez pessoas simplesmente diferentes.

Acredito que é muito mais fácil esquecer de Crash – da história, do roteiro, dos personagens – do que de O Segredo de Brokeback Mountain. Mesmo quem não gostou dificilmente não vai saber do que estamos falando quando nos referimos a esse filme. Tem apenas cinco anos que encantou e chocou parte do mundo. Já entrou na história, porém e se tornou inesquecível.

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